Falcões e gaviões são atraídos por presas fictícias denominadas lure.
Treinamento é conhecido como falcoaria.
Eles denominam como lure o equipamento de couro que simula uma ave, utilizado para atrair os gaviões e falcões em treinamento, atividade conhecida como falcoaria. “Nós utilizamos (o lure) em todos os treinos e serve para a ave olhar o objeto e associá-lo à comida”, frisou Marcos, acrescentando que apesar de as aves serem treinadas e saberem caçar, elas apenas simulam a ação predatória.
Felipe especificou que a falcoaria deve ser praticada em área aberta, sem árvores e livre de fiação elétrica. “Aqui em Macapá, o lugar que a gente escolheu é ideal para isso. As pessoas que trafegam por lá não precisam ficar com medo das aves, pois elas não atacam seres humanos, a não ser que alguém esteja querendo chegar perto dos seus filhotes”, garantiu.
Os dois biólogos, que também são primos, estão em Macapá para prestar um serviço de manejo de fauna à Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Para eles, a falcoaria é um passatempo, segundo Marcos, que reforçou que os treinos com as aves são realizados diariamente por aproximadamente 40 minutos para cada ave.
“Nós aprendemos a técnica sozinhos, lendo livros estrangeiros. Fizemos tudo por conta própria, sem precisar de treinamento em instituições de ensino”, disse Marcos.
contendo todas as informações acerca da
sua procedência (Foto: Graziela Miranda/G1)
As quatro aves criadas pelos biólogos paraenses são nascidas em cativeiro de criadouros legalizados particulares e autorizados pelo Ibama, segundo garantiram. Duas são de Minas Gerais e duas são do Rio de Janeiro. Cada uma delas possui uma anilha na perna contendo todas as informações acerca da sua procedência.
Falcoaria
A falcoaria, segundo o biólogo Felipe Furtado, além de estimular o instinto de caça, deixa a ave mais sadia psíquica e fisicamente. A técnica já foi utilizada pela dupla para reabilitação de aves no museu Emílio Goeldi, em Belém (PA). “Começamos a praticar a falcoaria há oito anos. De lá pra cá já reabilitamos aproximadamente trinta aves”, revela Felipe.
“A gente fala sobre a importância desses animais na natureza. Muitas pessoas não sabem o nicho e o papel que eles representam, como predadores e controladores de animais, como ratos. Falamos sobre a preservação e valorização das aves. Repassamos todo o nosso conhecimento, pois só conseguimos preservar as coisas que conhecemos”, finaliza.
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