"Socialismo Progressista" é a nova produção de K. Piroto. A crônica de Paulo Polzonoff para a Gazeta do Povo:
A
franquia de maior sucesso do século XX, com pelo menos 100 milhões de
mortos em todo o mundo, está de volta – e com nova roupagem. Depois do
retumbante fracasso de “Social-Democracia” (1959), considerada a “obra
de arte” da franquia que teve início com “Socialismo Marxista” (1917) e
“Nacional Socialismo” (1933), os produtores decidiram fazer uma
revolução (!) na série, cancelando inocentes úteis de sucesso e
apostando em rostinhos novos e cheios de diversidade neste que promete
ser o maior arrasa-quarteirão do século XXI: “Socialismo Progressista”.
“Nossa
história se baseia num antigo argumento de Gramsci. Quando vi aquilo,
fiquei empolgado! Sabia que dali surgiria uma história de sucesso. A
colaboração de Foucault também foi fundamental. Tenho certeza de que ele
será indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado”, disse K. Piroto, o
lendário produtor por trás da franquia “Socialismo” e autor dos épicos
“Expulsão do Paraíso”, “Torre de Babel”, “Maquiavel” e “Revolução
Francesa” – a produção que mudou para sempre o jeito de se fazer
política no mundo.
De
acordo com o produtor K. Piroto, que nos concedeu esta entrevista
exclusiva diretamente de sua casa em Belford Roxo, na Baixada
Fluminense, a história de “Socialismo Progressista” repete alguns
elementos conhecidos dos fãs da franquia, como a busca pela igualdade
utópica por meio da violência a mais explícita possível.
A
novidade, de acordo com K. Piroto, fica por conta do uso de uma
tecnologia nova, chamada Diversidade©, que ele encomendou ao famoso
Ideology Studios. “Graças aos avanços da ciência, hoje em dia é tudo
muito mais fácil. Nos tempos do “Nacional Socialismo” a gente tinha o
rádio, os trens e o Zyklon B, mas hoje a gente tem a Internet e a
cultura do cancelamento. Então tudo é muito mais limpo e sutil. Os fãs
vão adorar!”, prevê o sempre otimista K. Piroto, fazendo suspense, mas
não muito.
Ainda
há muita especulação quanto aos astros que estrelarão “Socialismo
Progressista”. Um nome certo, porém, é o do primeiro-ministro canadense
Justin Trudeau. “Por enquanto, estamos trabalhando também na busca por
um L, um G, um B, um T, um Q e um + capazes de contar essa bela história
de intolerância disfarçada de tolerância”, diz K. Piroto, levando as
mãos à boca assim que percebe que deu um spoiler do que está por vir.
Perguntado se é possível termos um brasileiro, brasileira ou brasileire
no elenco, K. Piroto diz que sim, com certeza, mas não revela nomes.
K.
Piroto aproveita o momento de descontração na entrevista para dar mais
detalhes da produção. Detalhes que este periódico publica com
exclusividade total. Por exemplo, quem achou que depois do final
dramático de “Socialismo Marxista” o Comunismo tinha morrido soterrado
por escombros do Muro de Berlim terá uma surpresa logo nas cenas
iniciais de “Socialismo Progressista”. “O Comunismo é o nosso grande
astro. Nossa grande referência. Eu não poderia deixá-lo de fora dessa”,
adianta K. Piroto. “O roteiro ainda está sendo finalizado, mas a ideia
é, já no começo da história, mostrar o Comunismo disfarçado de Bem
Comum. Com isso espero atrair uma plateia mais jovem”, diz o milenar
produtor.
K.
Piroto, contudo, descarta usar Suástica, a estrela do polêmico
“Nacional Socialismo”. “Os tempos são outros. E a gente sabe que a
Suástica não anda em boa fase”, diz ele. A ideia é usar os ideais e
valores que marcaram “Nacional Socialismo”, mas empregando símbolos
menos estigmatizados. “São muitas as possibilidades. Talvez Pegada de
Carbono possa fazer par romântico com Comunismo. Por que não? O que vale
é a criatividade”, afirma K. Piroto.
Produção brasileira
À
vontade em sua mansão, já no finzinho da entrevista um animado K.
Piroto diz, com seu sotaque inconfundível, que tem uma revelação a fazer
aos brasileiros. “Estou trabalhando com parceiros da Embrafilme numa
produção totalmente verde-amarela”, conta, para logo em seguida cair na
gargalhada. “Minto, ah, claro que minto. Pois não sou eu o Rei da
Mentira? A verdade é que a produção é vermelha também”, diz, exibindo as
presas.
Com
o título provisório de “A Vingança da Jararaca”, a esperança de K.
Piroto é provocar muita destruição e morte por aqui, numa versão que
condensaria as narrativas de “Socialismo Marxista”, “Nacional
Socialismo” e até de “Socialismo Progressista”. A parceria com a Petê
Produções é dada como certa. “Até onde sei, nossa legião de advogados
conseguiu até captação via Lei Rouanet”, conta um empolgado K. Piroto.
Infelizmente, não seria a primeira produção de sucesso dele por aqui.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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