Bahia figura como terceiro maior produtor do metal no país
Foto: Divulgação
A preocupação cada vez maior com o meio ambiente em todo o mundo tem influenciado o mercado de commodities. Mineral chave para diminuição da emissão de carbono, o cobre se tornou a joia da vez e é indispensável para a produção de carros elétricos. Segundo o Bank of America, o valor do cobre já dobrou no ano passado para mais de US$10 mil a tonelada, e é possível que chegue a US$20 mil, se a oferta diminuir muito à medida que a demanda aumentar.
Terceira maior produtora mineral do
Brasil, a Bahia figura também como terceira maior produtora de cobre, e
vê nessa demanda uma promessa de aquecimento da economia. Exportando
para África do Sul, Canadá, China e Índia, segundo a Secretaria de
Desenvolvimento Econômico da Bahia, o estado comercializou mais de R$1,2
bilhão em cobre em 2020. Para 2021 são esperados resultados ainda
melhores, já tendo ultrapassado, apenas no primeiro semestre, o valor de
R$950 milhões.
Segundo Eduardo De Come, diretor financeiro
da Mineração Caraíba, única produtora do metal no estado, a empresa está
atuando para aumentar a produção e oferta de cobre visando abastecer a
forte demanda do mercado.
“O cenário otimista é fruto da
evolução tecnológica impulsionada pelas novas exigências de mercado,
motores elétricos e a busca por energias limpas e livre de poluentes,
cujos impactos ambientais têm sido arrasadores ao longo dos anos.
Acreditamos que as indústrias estão acompanhando as tendências de
descarbonização do mundo. Já estamos vivendo a transição marcada pela
busca de meios de produção com menores impactos ambientais. O cobre tem
um papel fundamental nessa revolução verde que já está acontecendo”, diz
De Come.
Além do setor de transporte, o “metal vermelho”
também contribui para a energia renovável através das turbinas eólicas.
Um carro elétrico contém cinco vezes mais cobre (de 60 kg a 83 kg) do
que um carro com motor a combustão interna, segundo o grupo financeiro
norte-americano Goldman Sachs, enquanto uma turbina eólica de 3
megawatts usa até 4,7 toneladas do metal.
A convergência
dessa demanda com possíveis problemas de fornecimento tem levado muita
gente em Wall Street e na City de Londres, a saudar a chegada de um
superciclo das commodities e cogitar a possibilidade de o cobre se
transformar no novo petróleo, uma matéria-prima estrategicamente
importante, segundo afirma matéria do Valor Econômico.
Embora
não haja uma definição consensual de superciclo, o termo é comumente
usado para descrever um período em que os preços das commodities sobem
acima de suas tendências de longo prazo entre 10 e 35 anos. Esses ciclos
geralmente são desencadeados por um empurrão estrutural na demanda
grande o suficiente para ter impacto mundial e para o qual a oferta é
lenta em responder, segundo a consultoria Capital Economics.
A mineração precisa de trem – Se
destacando ainda como a maior produtora de níquel do país, outro metal
ligado aos investimentos em tecnologias verdes, a Bahia luta por uma
melhor logística de escoamento e distribuição dos minérios, que só é
possível através de um modal ferroviário que funcione.
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