Enquanto o Brasil ocupa a posição ruim de 79º no ranking de IDH da ONU, que mede a qualidade de vida da população, a Austrália está na 6ª melhor posição do mundo. Caio Ferolla para o Instituto Liberal:
A
Austrália pode ser considerada como o Brasil que deu certo, pois,
apesar de suas geografias possuírem diversas semelhanças, com ambas as
economias dependendo muito de commodities, como o minério de ferro,
esses países tomaram rumos e políticas muito diferentes, levando a
Austrália a atingir índices econômicos e sociais muito melhores que os
do Brasil.
Enquanto
o Brasil ocupa a posição ruim de 79º no ranking de IDH da ONU, que mede
a qualidade de vida da população, a Austrália está na 6ª melhor posição
do mundo. Já no PIB per capita, considerada a renda média dos
indivíduos, enquanto a Austrália está na 10ª posição, o Brasil ocupa
apenas a de número 67, com um PIB até 5 vezes menor que o australiano.
Além disso, a expectativa de vida do Australiano é de mais de 7 anos
acima da do brasileiro. Enquanto o número de homicídios na Austrália não
ultrapassa nem 500, o Brasil se deparou com números acima da casa dos
50 mil nos últimos anos. Dessa forma, a segurança por lá é muito
superior à de quem vive no Brasil.
Tamanha
diferença nos números se dá devido às políticas que foram adotadas na
Austrália, que diferem muito das praticadas aqui. Em 1983, quando o país
também passava por uma crise com alto desemprego, baixa renda e nenhum
crescimento, o partido trabalhista de lá, diferente do brasileiro,
percebeu que reformas liberais levariam o país à frente e assim as levou
a efeito. Tais ações começaram a diminuir o tamanho e os custos do
Estado por lá e desburocratizar os setores para facilitar o
empreendedorismo e o desenvolvimento. Em adição a isso, em 1996, quando o
Partido Liberal ganhou as eleições, reformas estruturais mais fortes
foram feitas.
Por
meio de uma reforma trabalhista, os custos de contratação, demissão e
folha de pagamento foram simplificados e as regras e contratos se
tornaram mais flexíveis. Isso fez o desemprego cair muito: desde 2000,
ele ficou sem ultrapassar a casa dos 8% e, em 2019, atingiu míseros
5,1%. É muito difícil encontrar alguém sem emprego na Austrália. Com
esse baixo desemprego, políticas de atração de mão de obra estrangeira
foram facilmente aceitas, trazendo pessoas qualificadas para dentro do
país, melhorando assim seu potencial de crescimento.
Uma
reforma tributária também foi feita, tirando muito o peso do governo do
bolso dos cidadãos. Essa reforma, junto com a máquina pública bem mais
enxuta e desburocratizada, deixou muito mais renda para o cidadão gastar
como ele quisesse. Nesse contexto, o indivíduo parou de ter que
sustentar o governo com altíssimos impostos. A Austrália foi,
gradualmente, se tornando um país mais livre, até atingir a excelente 4ª
posição no índice de liberdade econômica da Heritage Foundation. Além
disso, também é muito mais fácil empreender na Austrália, que está na
14ª posição do ranking doing business, que mede a facilidade de fazer
negócios em um país, do que no Brasil, que está na lamentável posição
124. Com todas essas medidas, a economia decolou por lá.
Outras
medidas liberais adotadas foram a livre flutuação do câmbio e os
baixíssimos impostos de importação e exportação, tornando sua economia
aberta. É importante ressaltar também que todas essas reformas tiveram
continuidade. O Partido Liberal praticamente não perde eleições desde
1996. Isso gerou um enorme crescimento contínuo por lá. A Austrália foi o
único país do mundo cuja economia não teve uma recessão sequer durante
mais de 28 anos. A adoção de medidas liberais funcionou e continua
fazendo efeito por lá.
O
Brasil necessita aprender com nações que obtiveram resultado adotando
medidas liberais. Precisamos com urgência de fazer reformas, semelhantes
às feitas pela Austrália, que desburocratizem todo o setor público e
privado e flexibilizem o mercado de trabalho, deixando a economia mais
próspera. Reformas essas que também devem ser feitas junto com uma
simplificação e redução tributária, além de enxugar a máquina pública.
Nossa economia também precisa de uma urgente abertura para o mercado
externo. Essas medidas atrairão mais investimentos, e, com isso, gerarão
mais empregos, mais renda e mais desenvolvimento, melhorando a
qualidade de vida do indivíduo. Já conseguimos ver um exemplo que deu
certo: basta seguir as boas práticas do liberalismo.
*Caio Ferolla é Associado III e membro do comitê de formação do Instituto Líderes do Amanhã.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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