Na Gazeta, J. R. Guzzo, sem passar pano na nomeação de Kassio Nunes para o STF - o homem preferido pelas gangues congressistas e, logo, pelas esquerdas:
O nome que se deu como o escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga que está sendo aberta por estes dias no Supremo Tribunal
Federal é o que os agentes das companhias de seguro chamam de “P.T.” –
desastre com "perda total". Em relação a ele, a única coisa que o
presidente poderia fazer de útil é dizer que foi tudo um mal-entendido –
o tal Kassio Nunes Marques, o homem preferido pelas gangues que operam
no Congresso e no baixo mundo do poder Judiciário em Brasília,
“garantista” ao gosto da esquerda e abençoado por Gilmar Mendes, Toffoli
e seus parceiros, tem tudo para ser o herói do pior momento dos quase
dois anos do governo Bolsonaro.
A
reação ao anúncio divulgado no noticiário foi mais uma dessas anomalias
que a vida pública brasileira de hoje oferece. A maior parte dos que de
uma forma ou de outra apoiam o governo achou que o nome é um horror;
sua indignação com ele, e com Bolsonaro, ficou evidente de imediato nas
redes sociais.
Quem
gostou, vice-versa ao contrário, foi o bonde que circula entre a
esquerda nacional e a "Confederação Brasileira da Corrupção
Responsável": PT, Centrão , OAB, escritórios milionários de advocacia
criminal, garantistas, intelectuais orgânicos, inimigos da Lava Jato, os
ministros do STF que se especializam em proteger acusados de corrupção,
a mídia que condena tudo o que Bolsonaro faz, etc. Uns, é claro, não
dizem em voz alta que apoiam; mas ficam quietos, o que dá na mesma.
O
apoio mais chocante ao nome de Kassio Nunes — que nunca foi juiz, está
na magistratura por nomeação de Dilma Rousseff e ficaria no STF pelos
próximos 27 anos, até 2047 — veio do seu conterrâneo Ciro Nogueira,
senador pelo Piauí e denunciado formalmente em fevereiro de 2020 pelos
crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, caso que está enfiado
numa gaveta do STF. Precisa dizer mais alguma coisa?
O
preferido do senador, além dessa qualificação, tem uma soma de
realizações profissionais como jurista equivalente a três vezes zero . É
contra a prisão de criminosos após a sua condenação em segunda
instância (segundo ele, é preciso “justificar” porque o sujeito teria de
ir para a cadeia só porque foi condenado duas vezes) e a favor da
construção de mais prédios para esses tribunais superiores que se
multiplicam por aí; acha que os seus palácios atuais não são
suficientes.
Logo
no começo do governo Bolsonaro circulou no mundo político a notícia de
que um dos seus filhos estava para ser nomeado embaixador do Brasil nos
Estados Unidos — nada menos que isso. Foi um espanto tão grande que a
ideia acabou sendo abandonada. Para o bem estar de todos e felicidade
geral da nação, o arrependimento, como aconselhava Santo Agostinho, veio
antes do pecado. Aguarda-se, agora, o momento em que Bolsonaro vai se
arrepender — se antes ou depois do desastre.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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