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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
ordenou, neste domingo (7), a retirada das tropas da Guarda Nacional de
Washington, onde foram convocadas para conter as manifestações contra o
racismo e a violência policial. Trump afirmou que as tropas “vão para
casa, mas podem retornar rapidamente, se necessário”.“Acabei de dar uma ordem à nossa Guarda Nacional para iniciar o processo de retirada de Washington, agora que tudo está sob perfeito controle”, escreveu o presidente no Twitter.
As tropas da Guarda Nacional foram acionadas por quase todos os estados americanos na tentativa de reforçar o apoio às forças de segurança locais para conter protestos violentos e garantir o cumprimento dos toques de recolher estabelecidos em grande parte das mais de 700 cidades onde foram registradas manifestações, de acordo com um levantamento do jornal americano USA Today.
O líder republicano também minimizou os atos deste sábado (6) na capital americana, dizendo que “apareceram muito menos manifestantes do que o previsto”.
O nono dia de protestos em Washington, entretanto, reuniu dezenas de milhares e foi considerada a maior manifestação no país desde a morte de George Floyd, embora não tenha atingido a meta, estipulada por ativistas nas redes sociais, de um milhão de pessoas nas ruas da capital.
Em Washington, no sábado (6), a multidão se reuniu no Lincoln Memorial entoando lemas como “Mãos para o alto, não atire” e “Não consigo respirar”, este em referência à frase dita várias vezes por Floyd durante os quase nove minutos em que ele foi asfixiado pelo joelho de um policial branco, no último dia 25, em Minneapolis.
Em seguida, os milhares de manifestantes marcharam até a Casa Branca, residência oficial do presidente dos EUA. O ato foi pacífico, em contraste com as primeiras noites de protesto na capital do país, marcadas por confrontos com a polícia e vários incêndios em carros, prédios e bandeiras americanas.
No último domingo (31), a Casa Branca ficou às escuras depois que as luzes foram apagadas como medida de segurança. Dias antes, o presidente Trump e sua família foram levados por agentes do Serviço Secreto para um abrigo subterrâneo geralmente utilizado durante ataques terroristas. A medida faz parte do protocolo de segurança em situações que possam oferecer risco ao líder dos EUA.
A mensagem comum das manifestações deste sábado (6) foi a determinação de transformar a indignação gerada pela morte de Floyd em um movimento mais amplo, buscando reformas de longo alcance no sistema de justiça criminal dos EUA e no tratamento dado a minorias sociais.
“Parece que faço parte da história e de um grupo de pessoas que estão tentando mudar o mundo para todos”, disse Jamilah Muahyman, moradora de Washington que protestava perto da Casa Branca, à agência de notícias Reuters.
A escalada de violência dos protestos começou a diminuir na quarta-feira (3), depois que promotores em Minneapolis ampliaram as acusações contra os quatro policiais envolvidos no assassinato de Floyd.
Derek Chauvin, que aparece no vídeo com o joelho sobre o pescoço de Floyd, foi denunciado por homicídio de segundo grau (equivalente a homicídio doloso, quando há intenção de matar). Os outros três policiais que participaram da abordagem —Thomas Lane, J. Alexander Kueng e Tou Thao— foram indiciados como cúmplices do assassinato.
Enquanto tentam ganhar novo fôlego nos EUA, as manifestações antirracismo crescem em cidades da Europa, Ásia e Oceania. Em grande parte realizados à revelia dos vetos de aglomerações por causa do risco de contágio pela Covid-19, foram registrados, neste sábado (7) atos em Hamburgo, na Alemanha, além de Londres, Paris, Tóquio, Seul e Sidney.
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