HOJE EM DIA
Enzo Freitas fará parte de um movimento de "Salmos de Chichester", de Bernstein, em apresentação que acontecerá neste sábado
Enzo Freitas busca o pai com os olhos, revelando um pouco de
ansiedade ao falar com a equipe do Hoje em Dia. Natural para um garoto
de apenas 11 anos que, neste sábado, fará a sua estreia como solista da
Filarmônica de Minas Gerais, uma das mais importantes orquestras do
país. Mas basta pedir para ele soltar a voz que qualquer traço de
timidez vai embora.
Num dos camarins da Sala Minas Gerais, palco da apresentação,
minutos antes de fazer o ensaio ao lado da filarmônica regida por Fabio
Mechetti, ele dá uma canja de sua parte num dos movimentos do “Salmos de
Chichester”, de Bernstein. “Estou me preparando desde o início do ano
para fazer esta apresentação. E o fato de ser em hebraico, deixa tudo
mais complicado”, observa.
“Gosto muito de canto lírico. Mas também tenho o meu estilo
roqueiro, além de cantar um popzinho básico”, afirma o cantor, nascido
em Nova Lima, que foi influenciado pelos gostos musicais dos pais – MPB
(do pai) e heavy metal (mãe). “Gosto de Metallica e de Iron Maiden,
minha banda preferida. Na MPB, Jota Quest e Skank. Mas não há disputa em
casa”, garante.
“Meus pais sempre me estimularam muito a cantar. Desde pequeno eu
gosta e acabei entrando numa escola de música. E estou lá até hoje”,
registra Freitas, que participou de corais infantis e aprendeu a tocar
instrumentos como guitarra e bateria, além do tambor japonês taiko.
Mechetti destaca que crianças como solistas não é uma situação
comum, mas lembra que há composições que levam em consideração o timbre,
a extensão e a cor que a voz infantil tem. “O ‘Salmos’ sugere que seja
um menino, mas não exige, até porque hoje em dia é difícil encontrar uma
criança no registro que está, além de carregar toda a
responsabilidade”, explica.
O maestro resolveu arriscar e, após uma indicação, chamou Freitas
para uma audição. “Ele se mostrou capaz de fazer o segmento. O meu medo é
que, nesta idade, ele mudasse de voz. Felizmente, não mudou. Está até
mais afinadinho. Ele é um jovem que tem interesse em estudar voz
seriamente, pois não é só chegar aqui e cantar. Tem que ter um
entendimento de questões técnicas”.
“Fora de Série – Música e Religiosidade” – Com a Filarmônica de Minas Gerais. Sábado, às 18h, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente
Brito Melo, 1090). Ingressos: de R$ 46 a R$ 120.
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