Editorial do Estadão, sobre o bom trabalho realizado pela titular do Ministério da Agricultura, Tereza Cristina:
Boas notícias para o setor mais competitivo da economia brasileira, o
agronegócio, foram anunciadas no começo de outubro pelo governo.
Crédito mais farto e mais barato poderá resultar da MP do Agro, Medida
Provisória assinada no dia 1.º de outubro. No mesmo dia foi lançado o
AgroNordeste, programa de apoio a pequenos e médios produtores
nordestinos. São resultados tangíveis, produzidos por um Ministério
empenhado em ampliar e aperfeiçoar políticas bem-sucedidas em
administrações anteriores. A ministra Tereza Cristina vem trabalhando
com base numa herança acumulada durante décadas. Essa herança é visível
no bom abastecimento interno e no sucesso comercial do agronegócio. Com
exportações de US$ 64,57 bilhões entre janeiro e agosto, o setor
acumulou superávit de US$ 55,34 bilhões em oito meses, garantindo ao
País o excedente comercial de US$ 31,76 bilhões nesse período. O
comércio de mercadorias continuou superavitário em setembro, graças
principalmente à eficiência da agropecuária.
As duas novidades anunciadas no começo do mês devem contribuir para a
continuação dessa história de sucesso. A MP do Agro deve possibilitar,
na primeira etapa, a adição de R$ 5 bilhões ao crédito rural, segundo o
subsecretário de Política Agrícola do Ministério da Economia, Rogério
Boueri. Os produtores terão melhores condições de garantia, com a
criação do Fundo de Aval Fraterno (FAF) e do patrimônio de afetação da
propriedade rural. O FAF dependerá da formação de associações para
sustentação do aval. Poderão participar produtores agropecuários,
integrantes da cadeia produtiva, fornecedores de insumos e
beneficiadores.
O acesso ao financiamento poderá ocorrer em condições mais fáceis e
mais equilibradas com a adaptação do conceito de patrimônio de afetação.
O candidato ao crédito poderá desmembrar sua propriedade para
comprometer apenas uma parte como garantia. No velho sistema tem sido
observada, com frequência, uma desproporção entre o bem imóvel
apresentado pelo tomador e o valor do empréstimo. A pequena propriedade,
os bens de família e os direitos de terceiros continuam preservados.
A MP do Agro também estende a empresas cerealistas o acesso a
financiamento para construção e expansão de silos e armazéns, permite a
emissão de títulos do agronegócio referenciados a moeda estrangeira e
inclui novas instituições no sistema de crédito subvencionado. Esse tipo
de financiamento, com equalização de taxas de juros, só era realizado
por meio de bancos federais, bancos cooperativos e cooperativas de
crédito. Com a MP do Agro, poderão participar do sistema todas as
instituições envolvidas no crédito rural.
Todas as medidas voltadas para a melhora do sistema de garantias e
ampliação da rede financiadora devem resultar, segundo a justificação
oficial, em dinheiro mais barato e mais farto para o agronegócio.
O outro grande programa, o AgroNordeste, deve ser implantado neste
ano e no próximo em 230 municípios de 9 Estados nordestinos e de parte
de Minas Gerais, numa área com população rural de 1,7 milhão de pessoas.
Esses municípios serão divididos em 12 territórios. A agenda inclui
assistência técnica, facilitação de acesso a mercados diversificados,
maior organização de produtores, garantia de segurança hídrica e
desenvolvimento de produtos com qualidade e valor agregado. O trabalho,
com apoio de entidades privadas e públicas, como o Sebrae e bancos
oficiais, deve partir da análise da produção, da vocação produtora e das
possibilidades de agregação de valor de cada área selecionada. Será,
assinalou a ministra, uma expansão do conjunto de ações já executadas
pelo Ministério.
Em vez de atacar os governadores e falar em restrição a recursos para
o Nordeste, a ministra da Agricultura decidiu cuidar de um plano para
fortalecer a região. Depois atribuiu a iniciativa a uma solicitação do
presidente da República e o chamou para lançar o plano. Ela se tem
especializado nesse tipo de ação. Já o havia realizado ao conversar com
governantes muçulmanos irritados pela diplomacia trumpista do presidente
Jair Bolsonaro no Oriente Médio.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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