MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 17 de outubro de 2015

Deputado de RO emite nota contra uso de Praça da Bíblia durante Parada Gay


Nota de Marcos Rogério (PDT) diz que 'onda de secularismo varre o país'.
Evento aconteceu na Praça da Bíblia, em Ji-Paraná, após decisão judicial.

Samira Lima e Camilo Estevam Do G1 RO
Lei municipal proíbe eventos não religiosos na Praça da Bíblia (Foto: Samira Lima/G1)Lei municipal não permite a realização de eventos não religiosos na Praça da Bíblia (Foto: Samira Lima/G1)
O deputado federal Marcos Rogério (PDT) de Rondônia divulgou nesta quinta-feira (15) uma nota de repúdio contra a realização da 5ª Parada do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTT) na Praça da Bíblia, em Ji-Paraná (RO). O texto divulgado pela assessoria de imprensa do parlamentar classifica o evento como "flagrante desrespeito ao sentimento religioso". A nota também é assinada pelas frentes parlamentares Evangélica, Católica e da Família do Congresso Nacional.
Após criação de uma Lei Municipal em 2008, a Praça da Bíblia foi reservada apenas para eventos religiosos. Uma decisão judicial emitida pelo juiz Edson Yukishigue Sassamoto, na última sexta-feira (9), permitiu que a organização da 5ª Parada LGBTT usasse a estrutura da praça para o encerramento do evento, que aconteceu no último domingo (11).

A nota divulgada pela assessoria do deputado tratou o episódio como desrespespeito às religiões pelo uso do espaço público na Parada Gay. "Os valores e crenças precisam ser respeitados e que um monumento à Bíblia não é o local adequado para eventos que atentem não somente contra os valores cristãos, mas também à moral da sociedade e de suas famílias", diz o texto, que acrescenta que "somente a crescente onda de secularismo que varre o país explica o total desprezo aos valores da religião".
O organizador da 5ª Parada do Orgulho LGBTT, Fabrício Xavier, alega que qualquer cidadão tem o direito de usar a praça. "Eles têm o direito de emitir uma nota de repúdio. Mas o espaço é público e o único do município que tem um palco e que oferece uma estrutura para a realização do evento. O movimento seguiu a decisão judicial", comenta.
A presidente da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil em Rondônia (OAB-RO), advogada Marília Benincasa, foi a responsável pelo pedido de liminar que autorizou a realização do evento no local. Ela afirma que o próximo passo será entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI).
"A liminar foi a primeira ação para garantir o direito de ir e vir dos cidadãos. Essa lei municipal é inconstitucional vai de encontro à Constituição Federal. Contra a livre expressão. Essa nota de repúdio das frentes parlamentares também é repudiada pela OAB", afirma Marília.
Liminar autorizou evento
A Justiça concedeu uma liminar permitindo a utilização da Praça da Bíblia durante a 5ª Parada do Orgulho LGBTT que ocorreu no último domingo (11). A organização alega ter sido proibida pela prefeitura de realizar o encerramento do evento no espaço. Uma lei municipal proíbe eventos não religiosos no local.
De acordo com a decisão do juiz Edson Sassamoto, a ação não pode ser impedida de ocorrer. "A Praça da Bíblia é um local público razão porque não podem ser impedidos de realizarem o evento. Postulam seja concedido salvo conduto aos participantes do evento visando a livre manifestação no espaço público", expressa o texto.
Leia a íntegra da nota divulgada pela assessoria do deputado Marcos Rogério:
As Frentes Parlamentares Evangélica, Católica e da Família do Congresso Nacional vem manifestar seu repúdio pelos atos de flagrante desrespeito ao sentimento religioso consistente no uso da Praça da Bíblia da cidade de Ji-Paraná, Rondônia para encerramento do evento denominado Parada do Orgulho Gay, realizado neste domingo, dia 11.
Não seria necessária a existência de lei municipal destinando a praça somente para fins religiosos para se concluir que os valores e crenças precisam ser respeitados e que um monumento à Bíblia não é o local adequado para eventos que atentem não somente contra os valores cristãos, mas também à moral da sociedade e de suas famílias.
Se bens públicos podem ser destinados somente para lazer, cultura, esportes ou até mesmo fins comerciais, somente a crescente onda de secularismo que varre o país explica o total desprezo aos valores da religião. Todos os países que ignoraram o sentimento religioso de seu povo hoje são vítimas do terror produzido pelo ódio das religiões radicais de seus inimigos.
Negar a tradição cristã do Brasil é negar sua história. Estado laico é Estado que não tem religião, mas que respeita o sentimento religioso de seu povo, o que inclui seus símbolos e tradições.

Frente Parlamentar Evangélica
Frente Parlamentar Católica
Frente Parlamentar da Família

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