Depois de emparedar o governo mais uma vez e forçar a demissão de Cid
Gomes do Ministério da Educação, o PMDB agora pressiona a presidente
Dilma Rousseff a reduzir o número de ministérios. Em reunião nesta
quinta-feira, a bancada do partido na Câmara anunciou que dará
prioridade a três medidas que, apesar do grande apelo popular, estão na
contramão dos interesses do Planalto e do PT - a principal delas, a
redução de incríveis 39 para vinte no número de pastas na Esplanada. A
pedido do partido, a proposta de emenda à Constituição (PEC) de autoria
do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi pautada para a
próxima terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na
avaliação do PMDB, já que o governo defende um controle nos gastos,
atingindo inclusive os direitos dos trabalhadores, o ideal é que o corte
também seja feito "na carne". "É fundamental que num momento em que se
propõe ao país um ajuste das contas públicas, o poder Executivo dê uma
demonstração clara e inequívoca com o compromisso do corte de gastos.
Esse seria um sinal para a sociedade sobre a necessidade desse ajuste",
argumentou o líder Leonardo Picciani (RJ). Os petistas imediatamente
reagiram à ideia. "Esse assunto não está em discussão. Vamos avançar no
pacote anticorrupção", diz o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).
Apesar do discurso, o PMDB é hoje um dos principais beneficiados no
loteamento de Dilma na Esplanada, com sete ministérios. Internamente,
porém, o partido avalia que lhe foram entregues três pastas com status
de secretaria (Aviação, Portos e Assuntos Estratégicos), tendo
importância apenas os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e
Turismo. O partido também está à frente do inexpressivo Ministério da
Pesca. O PMDB também decidiu recuar em trecho do Orçamento, aprovado na
última terça-feira, que prevê três vezes mais recursos para o fundo
partidário, dinheiro público destinado aos partidos políticos. A mudança
foi incorporada ao texto por um peemedebista, o senador Romero Jucá
(RR), que alegou que a medida seria um teste para o financiamento
público dos partidos. A legenda, por outro lado, defende que as
campanhas eleitorais possam continuar sendo custeadas com recursos
privados, ao contrário do que quer o PT. Do plenário, Picciani pediu que
a presidente Dilma Rousseff vete a medida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário