Jovem deu entrada em UPA com ferimento na coxa esquerda, nesta terça.
Incidente ocorreu na Praia Del Chifre; ele não corre risco de morte.
Irmão da vítima, Thiago Gomes Mota disse que também estava surfando no momento do suposto ataque, a 12 metros da faixa de areia. "A gente estava surfando lá há uma hora. Aí deu aquela parada para esperar as ondas, quando a gente viu ele gritando, pedindo para a gente sair de dentro da água, que estava sendo atacado por um tubarão. Tinham quatro pessoas [na água]: os dois meninos que estavam mais perto dele saíram e eu fui para cima do meu irmão, para tentar socorrer ele logo. Vi meu irmão sendo arrastado, mas ele conseguiu voltar, porque a mordida foi mais na prancha. Ele disse que sentiu a fisgada e começou a dar socos, disse que era um tubarão mesmo", contou. Thiago acrescentou que foi ele quem socorreu o irmão, em uma moto, para a UPA de Olinda.
"O jovem contou que estava surfando e um tubarão pequeno mordeu a perna dela e a prancha. Ele disse que deu um murro no tubarão e saiu nadando, sendo socorrido em uma moto. Ele teve muita sorte, porque a lesão foi pequena. A lesão na perna não parece mordida [de tubarão], mas a mordida na prancha deu conotação que poderia ser, está bem circular", explicou o coronel da reserva do Corpo de Bombeiros.
Em nota, a corporação informou que uma equipe multidisciplinar composta por bombeiros, pesquisadores do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e médicos avaliou o ferimento para verificar se foi provocado por mordida de tubarão. Em análise prévia, o grupo não confirmou que a lesão de 20 centímetros tenha sido provocada por ataque de tubarão. Um especialista do Instituto de Medicina Legal (IML) foi acionado para fazer uma análise pericial.
de tubarão (Foto: Thiago Gomes Mota/ Divulgação)
Thiago Gomes Mota contou que já presenciou um ataque de tubarão na mesma praia onde o irmão Diego foi ferido, nesta terça. Ele contou que o incidente ocorreu há cerca de três anos e só ficou um ano sem frequentar a área. "A gente não tinha medo, mas ficava naquela, que podia ser atacado. A gente sabia do risco. Agora, não vou ter mais coragem de surfar lá", disse.
Conforme o Corpo de Bombeiros, um decreto governamental proíbe a prática de atividades náuticas, dentre elas o surf, na Praia de Del Chifre. Ao todo, são 32 quilômetros de orla com restrição em Pernambuco, com 100 placas distribuídas ao longo da orla e 60 guarda-vidas
Histórico de ataques
O último ataque de tubarão confirmado em Pernambuco ocorreu em 22 de julho de 2013. A estudante Bruna Gobbi foi mordida pelo animal na Praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. A jovem chegou a ser socorrida, teve parte da perna amputada, mas morreu por volta das 23h30 do mesmo dia, no Hospital da Restauração, área central da capital.
Bruna foi a primeira mulher a morrer após ser mordida por um tubarão no estado desde que ataques começaram a ser contabilizados pelo Cemit. O caso foi o 59º em Pernambuco, sendo a 24ª morte. De acordo com Cemit, no dia do ataque, a família de Bruna Gobbi foi informada pelo Corpo de Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria se recusado a sair do mar.
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