Equipe de peritos da Polícia Federal, da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público Federal vai na próxima quarta-feira, 21, a São Borja (RS), onde o ex-presidente foi enterrado
Elder Ogliari - O Estado de S. Paulo
PORTO ALEGRE - Uma equipe de peritos da Polícia Federal,
da Comissão Nacional da Verdade e do Ministério Público Federal vai a
São Borja (RS) na próxima quarta-feira, 21, para preparar a exumação dos
restos mortais do ex-presidente João Goulart. Os técnicos vão analisar
as características do túmulo e do cemitério, verificar se há necessidade
de isolar a área próxima e identificar a estrutura existente para o
transporte do material até o aeroporto. Com base nos dados que
levantarem, farão o planejamento da operação, que não tem data definida,
mas que pode ser marcada para a segunda quinzena de setembro, segundo
fontes da Polícia Federal.
Afastado da presidência pelo golpe de 1964, João Goulart morreu no exílio em Mercedes, na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, e foi enterrado em São Borja. A versão do enfarte sempre gerou alguma desconfiança entre apoiadores de Goulart. Em 2002, o ex-agente da repressão uruguaia Mario Barreiro Neira disse ao jornal La Republica que o ex-presidente brasileiro teria sido envenenado. A morte ocorreu no mesmo ano em que o Plano Condor assassinou o ex-senador uruguaio Zelmar Michelini e o ex-presidente boliviano Juan José Torres em Buenos Aires, o que aumentou a suspeita de que Goulart também teria sido vítima de "causas externas" e não dos problemas cardíacos que tinha. O Ministério Público Federal investiga o caso desde 2007. Com autorização da família, a Comissão Nacional da Verdade decidiu fazer a exumação neste ano, na tentativa de acabar com o mistério.
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