João Pedro Pitombo A TARDE
Nos primeiros sete meses do ano, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - soma de todas as riquezas da economia brasileira - decresceu de 3,26% para 2,24%. Os dados são do Boletim Focus do Banco Central - documento que reúne as projeções do mercado para os principais índices econômicos do País.
A retomada de uma política de controle inflacionário, a perspectiva de concessões no segmento da infraestrutura e a abertura de canais de interlocução com o empresariado deram uma lufada de um "otimismo moderado" por parte do mercado.
Eles destacam que o baixo crescimento registrado desde 2011 é resultado não só do cenário internacional, mas também da condução interna da política econômica.
Presidente do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), o empresário João Dória Jr. prevê um segundo semestre melhor, "mas ainda nada brilhante". Ele destaca a necessidade de uma maior mobilização do poder público e do empresariado para garantir uma retomada mais firme.
"O governo entendeu que precisa se comunicar e interagir mais. As ruas disseram isso. Porém, é preciso reduzir o grau de promessa e investir mais em medidas práticas", afirma o presidente do Lide.
Bahia - Os empresários com atuação na Bahia compartilham desta opinião. O presidente da Federação das Indústrias da Bahia, José de Freitas Mascarenhas, acredita que a retomada deve se consolidar somente no médio prazo. "É evidente que temos problemas, mas também temos capacidade de superá-los", afirma.
Diretor presidente da Veracel, Antônio Sérgio Alípio, afirma estar otimista em relação a uma retomada gradual a partir do próximo ano. Contudo, destacou a necessidade de uma política econômica mais linear e com medidas estruturantes.
Ele explica que é preciso segurança para arriscar num momento de crise. "A ousadia do empresariado está sempre relacionada com o ambiente de negócios. O empresário está disposto a investir, mas precisamos de segurança jurídica e um ambiente propício para esta ousadia se estabelecer", diz o executivo da Veracel - uma das principais produtoras de celulose com atuação na Bahia.
Presidente do Comitê de Fomento industrial de Camaçari (Cofic) e vice-presidente de vinílicos da Braskem, Marcelo Cerqueira vê um segundo semestre de desafios para impulsionar o crescimento.
"Eu diria que o cenário não é nem de otimismo, nem de pessimismo. É moderado. . Teremos um crescimento um pouco menor que o esperado. Mas o governo deve fazer alguns movimentos no sentido de dar competitividade à industria, o que é positivo", destaca o presidente do Cofic.
Segundo Cerqueira, as medidas do governo para dinamizar a economia foram acertadas. Mas é preciso que elas sejam 100% implementadas para ter o devido efeito. Ele cita como exemplo a MP 613, que vai desonerar a cadeia de álcool e insumos químicos: "É uma medida importante, mas que ainda não foi confirmada pelo Congresso".
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