Justiça indeniza homem atropelado por boi em Capela do Alto, SP

Motorista atingido pelo animal vai receber R$ 7.650.
Organizador da festa terá que pagar indenização por danos morais.

Luana Eid Do G1 Sorocaba e Jundiaí

Carro da vítima ficou parcialmente destruído
(Foto: Arquivo pessoal)

Um homem que foi atropelado por um boi em Capela do Alto (SP) vai receber R$ 7.650 de indenização. A decisão foi publicada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na quarta-feira (20). Em 2008, o carro onde Paulo Pinheiro de Freitas estava foi parcialmente destruído por um boi, na Festa do Milho, realizada anualmente na cidade.
Paulo conta que deixava o evento quando o boi saiu em alta velocidade da arena, onde uma competição de rodeio era realizada. O animal atingiu violentamente o veículo, onde estavam também o filho e a esposa dele, que não foram atingidos.
O operador de máquinas teve o dedo quebrado, precisou se afastar do trabalho e fazer fisioterapia. Segundo a vítima, os gastos com remédios e tratamento foram todos arcados por ele. Diante dos prejuízos causados pelo ferimento, que impediu o homem de trabalhar, e pelo dano ao veículo, Paulo resolveu mover a ação de pedido de indenização por danos morais.

Na época do acidente, a prefeitura da cidade pagou o conserto do carro. Agora, em segunda instância, a Justiça determinou que o organizador da festa também terá que pagar. Segundo o advogado Cláudio Dias Batista, um dos responsáveis pelo caso, a indenização foi necessária porque Paulo precisou de um tratamento com fisioterapias, por conta do dedo quebrado. Ainda de acordo com o advogado, Paulo precisou fazer empréstimos bancários para arcar com as despesas do tratamento.
Em entrevista ao G1, Paulo se mostrou satisfeito com o resultado da ação. Para ele, o pagamento da indenização vai servir para amenizar os transtornos causados pelo acidente, além de servir de lição para que eventos que envolvem animais tenham mais segurança.
“Estou feliz com a decisão. Acredito que foi justa, já que tive diversos problemas causados pelo acidente. Até me mudei de cidade, já que passei por constrangimentos. A cidade passou a me olhar de outro jeito depois que decidi pedir a indenização”, conta Paulo, que agora mora em São Carlos (SP).
Por telefone, Péricles Gonçalves, organizador da festa, disse que ainda não foi informado da decisão judicial, e que vai entrar em contato com o advogado dele para decidir se vai recorrer ou não. Ainda cabe recurso ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).