Agricultores de base familiar comemoram chuvas.
Encosta da chapada do Araripe tem tradição no cultivo de feijão
Os agricultores que plantaram feijão de corda em janeiro na encosta da chamapa do Araripe, no Crato, Sul do
Ceará,
começaram a colher. Na encosta, onde ficam as melhores áreas de
produção da região, Salvina Lopes e a filha Bernadete Moreira têm
motivos para comemorar com a colheita do feijão após as recentes chuvas.
“Às vezes, mamãe replanta e até o mês de maio temos feijão verde. Tem
três anos que a gente não compra feijão. É só deste pedaço aqui'', diz
Bernadete.
O feijão verde se torna o ingrediente preferido da culinária rural
nesta época do ano na cidade. “Estou fazendo aqui o capitão de feijão.
Tira o feijão da panela escorrendo o caldo, coloca farinha, pimenta e
faz o capitão'', diz Salvina, ensinando uma das receitas feitas com
feijão
Raimundo Ferreira de Macedo e Maria das Mercês já passam dos 80 anos e,
mesmo assim, tiveram disposição para semear duas vezes neste ano por
conta da estiagem. A família agora colhe a leguminosa. ''Quando a chuva
caiu, no outro dia, fomos plantar feijão. Desde o começo de fevereiro
que a gente não compra mais'', diz Maria.
Com a colheita, houve uma variação de preços do produto no mercado. No
começo do mês, o produtor rural Alberto Ferreira diz que chegou a vender
uma saca de feijão em vagem por até R$ 90 e, agora, só consegue
comercializar a mesma quantidade por R$ 60. Na feira livre da cidade do
Crato, a oferta já reduziu à metade o preço do pacote de 250 gramas, de
R$ 4 para R$ 2.
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