MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 23 de fevereiro de 2013

EDUCAR, POR QUÊ?





Início de ano, vida nova, início das aulas. Aula, estudo, instrução, educação. Futuro. Futuro próspero de uma nação. Poderia fazer vários comentários sobre o que fazer, como e por que fazer para “mudar” o atual estado crítico, vergonhoso da educação no Brasil. O assunto é muito abrangente e todos conhecem soluções, principalmente os governantes e políticos brasileiros! Falta, portanto, boa-vontade, competência, atitude e vergonha na cara dos governantes!
A UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura divulgou o índice de desenvolvimento da Educação de 128 países. O Brasil aparece na incômoda, vergonhosa 88ª posição, atrás de Honduras (87ª), Equador (81ª) e Bolívia (79ª) - e muito longe dos nossos vizinhos Argentina (38ª), Uruguai (39ª) e Chile (51ª). Santa vergonha, para não afirmar, Santa indecência para com os brasileiros! O insucesso na alfabetização de crianças é uma dos maiores vexames, falta de respeito a uma nação, seu povo passa a ser dependente de tudo!
Gandhi disse certa vez: “Se queres progredir, não deves repetir a estória, mas fazer uma história nova. Esta máxima remete-me a outra: “Existem três tipos de governo: o que faz acontecer; o que deixa acontecer e o que não sabe o que acontece”. Bela conclusão para os dias atuais, sobretudo nos últimos dez anos!
De 1930 a 1980, o Brasil realizou proezas históricas. Saiu de um enorme atraso para um aparelhamento técnico-industrial surpreendente. Passou de 48º economia do mundo para 8º. Juscelino Kubitschek deu um choque de progresso e tirou o País da condição de agrário e esquecido do mundo para se tornar a Nação do futuro! Entre os anos 60 até meados dos anos 70, o Brasil cresceu em média de 10 até 14% a.m. Tudo perfeito, um mar de rosas! Com a consolidação do Plano Real e muitos outros feitos no governo FHC, o Brasil voltou a crescer, e tudo parece ótimo. Não é verdade, nossos políticos continuam brigando pelo poder, esquecendo que seu povo continua péssimo em educação escolar.
Entretanto, sei que meus pais não esqueceram de mim e dos meus irmãos, mas todos os governos esqueceram de milhões e milhões de brasileiros ao longo destes 500 anos! De fato, esqueceram de dar educação, estudo, instrução ao povo brasileiro.
Segundo o colunista Cláudio Moura de Castro, a culpa é do tataravô. Sua observação é merecidamente ótima. O desleixo do passado deixou sequelas graves! Só nos últimos cinquenta anos é que o Brasil abril um dos olhos. Na Europa do século XVI, a Inglaterra precede do resto do mundo dita a primeira regra: toda criança de seis a 12 anos deve estar na escola, cumprido 6 horas de jornada escolar. No século XVII, em Viena, aprova-se uma lei proibindo a contratação de aprendizes e empregadas domésticas sem certificado escolar. A América do Norte do século XVIII caminha rapidamente para a escolarização universal. No século XIX, nossos vizinhos, Argentina e Uruguai, imitam a América. O Brasil, como sempre, não sabe nada, não vê nada! Parasitas, corruptos, aproveitadores só querendo poder! 
No Brasil, continua Claudio M. Castro, além de herdarmos tudo que não presta dos ibéricos, herdamos a pior das imperfeições: a tradição portuguesa de um ensino débil e medíocre! Até as elites eram improvisadas e precárias. Na verdade, o que havia era uma educação péssima para os mais nobres e nada para o “resto”. O país só acordou no século XX para aquilo que os ingleses já sabiam há 400 anos! Certo é que herdamos tantos males dos nossos tataravôs, que ainda hoje, mesmo tendo cultura e intelectualidade, uma minoria “escolarizada e intelectualizada” ainda não sabe votar num bom candidato, esquecendo de regras básicas para eleger alguém.
É fácil perceber que o império que nos descobriu carregava o germe da exploração, burocracia, da corrupção. Infelizmente este vírus da corrupção ainda persiste. Ainda continuamos em guerra neste rico-pobre País, porque, enquanto a deseducação preponderar, seremos grandioso em terra e gente, pequeno em educação, instrução e cultura. Um país grande, não um grande país. Um país sempre na contramão!
Podemos manter a inflação e superávit primário sobre controle; a economia crescendo, reduzir e controlar juros e impostos, resolver os problemas de infraestrutura, segurança e saúde, e outros gargalos, porém, jamais controlaremos ou acabaremos com a corrupção, elegeremos verdadeiros líderes-administradores neste putrefato país, se o povo não tiver discernimento, bom senso, ou seja, não tiver estudo, instrução, cultura!  
Faculdades, universidades são importantes, contudo, o ensino básico nas escolas é fundamental. Escolas públicas com boa infraestrutura, barata e accessível a todos, especialmente aos mais necessitados, professores capacitados e bem-remunerados etc. Porque não podemos mais permitir que 25% dos nossos alunos da 4ª série sejam analfabetos (quatro anos estudando); e que 75% da população do Brasil, se ler este texto, não vai compreender!...
Não podemos só pensar que a alfabetização é condição suficiente para nosso desenvolvimento, mas sabermos que é imprescindível, essencial, para nosso rico-pobre Brasil.


Sérgio Belleza é autor dos livros, Caminhado com Walkyria e    Ascensão e Queda de um Império Econômico.
sergio@albani.com.br / www.serbiobelleza.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário