São Paulo, março de 2025 –
Após fortes ondas de calor no Verão que está se despedindo, a chegada
do outono deve amenizar as temperaturas. Essa oscilação no clima pode
favorecer a proliferação de vírus e bactérias, segundo alerta do médico alergista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), João Paulo de Assis. “A nova estação tende a aumentar a incidência e o agravamento dos casos de alergias respiratórias”, comenta o alergista.
De
acordo com o médico, algumas doenças são mais prevalentes no outono
brasileiro. “A nova estação exige cuidados redobrados com a saúde,
especialmente para grupos vulneráveis: idosos e crianças, que apresentam
comprometimento do sistema imunológico e são mais suscetíveis a
infecções e propensas a resfriados; gestantes, em decorrência das
alterações no sistema de defesa; e pessoas com doenças crônicas, como
diabetes e cardiopatias, que podem se agravar”, esclarece o médico.
Ele aponta, ainda, para outras patologias comuns nesse período:
Gripes e resfriados:
o outono favorece a disseminação de vírus respiratórios, como os da
gripe (Influenza) e do resfriado comum (Rinovírus e Coronavírus
sazonais). Isso ocorre porque as pessoas tendem a ficar em ambientes
fechados e pouco ventilados, facilitando o contágio. Os sintomas mais
comuns são: febre, calafrios, dor de garganta, tosse, coriza, congestão
nasal, dor de cabeça e fadiga. A prevenção se faz possível através da
vacinação anual contra a gripe, higiene das mãos, evitar contato com
pessoas infectadas e manter os ambientes arejados.
Rinite alérgica e sinusites:
com a queda da umidade e o aumento da concentração de poeira e ácaros,
muitas pessoas sofrem com crises de rinite alérgica, que podem evoluir
para quadros de sinusite. Os sintomas da rinite incluem espirros,
coriza, coceira no nariz e lacrimejamento. Já os sintomas da sinusite
consistem em dor e pressão facial, congestão nasal, secreção nasal
espessa e amarelada, dor de cabeça e febre. É possível prevenir e
amenizar esses sintomas evitando o acúmulo de poeira, mantendo a casa
limpa e ventilada, utilizando umidificadores quando o ar estiver muito
seco e realizando lavagem nasal com soro fisiológico com bastante
frequência.
Bronquite e asma:
pessoas com predisposição a doenças respiratórias, como asma e
bronquite, podem sofrer crises mais intensas devido às mudanças
climáticas e ao aumento de poluentes no ar. Tosse seca ou com secreção,
chiado no peito, dificuldade para respirar e sensação de aperto no peito
são os sintomas mais comuns. A prevenção é feita evitando-se a
exposição a poeira, fumaça e poluição e seguindo-se corretamente o
tratamento médico prescrito.
Pneumonia:
infecções virais e bacterianas podem evoluir para quadros mais graves,
como a pneumonia, especialmente em idosos, crianças e imunossuprimidos.
Os sintomas incluem: febre alta, tosse com secreção amarelada ou
esverdeada, dor no peito ao respirar e fadiga intensa. A vacinação
contra pneumonia e gripe e a higiene frequente das mãos são medidas
importantes para a prevenção.
Conjuntivite:
viral ou alérgica pode se tornar mais frequente no outono devido ao ar
seco e à maior exposição a alérgenos. Os sintomas são olhos vermelhos,
lacrimejamento, coceira, sensação de areia nos olhos e secreção ocular.
Pode-se prevenir evitando-se o contato com os olhos sem higienização das
mãos, não compartilhar objetos pessoais e manter boa higiene ocular.
O
médico orienta sobre a atenção aos cuidados preventivos que podem
evitar um quadro infeccioso ou até mesmo complicações, como manter o
calendário de vacinas atualizado, reforçar os hábitos de higiene e
assepsia das mãos e manter uma rotina saudável de alimentação e a
prática regular de atividade física. “A adoção de cuidados preventivos é
essencial para prevenir doenças típicas da estação”, conclui o médico
João Paulo.
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