A Nova Política Industrial e o Resgate da Indústria Brasileira
*Por José Velloso, Presidente-executivo da ABIMAQ / SINDIMAQ
Por
muitos anos, a indústria brasileira deixou de ser prioridade nas
políticas públicas do país. O setor produtivo, que historicamente foi o
motor do desenvolvimento econômico e da geração de empregos de
qualidade, viu-se relegado a um papel secundário, sem um direcionamento
estratégico claro para sua modernização e fortalecimento. O resultado
foi um processo acelerado de desindustrialização, comprometendo sua
competitividade e reduzindo sua capacidade de inovação e agregação de
valor.
No
entanto, a partir de 2023, a recriação do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), capitaneado pelo
vice presidente Geraldo Alckmin e sua equipe, trouxe novas
perspectivas. A volta do MDIC, aliada à reativação do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Industrial (CNDI), colocou a indústria no centro do
debate sobre o futuro econômico do Brasil. E mais do que isso: desenhou
políticas capazes de reverter a perda de protagonismo do setor.
Um
marco dessa nova fase foi o lançamento da Nova Indústria Brasil, a NIB,
uma política industrial estruturada com objetivos claros e metas de
longo prazo. Diferente das iniciativas do passado, essa estratégia se
baseia em seis grandes missões, conectando o desenvolvimento industrial
às necessidades reais da sociedade. Entre elas, destacam-se a
transformação digital, a descarbonização, a modernização das cadeias
agroindustriais, a construção de uma infraestrutura sustentável e
melhoria da gestão de pequenas e médias empresas.
Os
avanços são inegáveis. Em pouco mais de um ano, foram anunciados
investimentos públicos e privados, instrumentos como linhas de crédito
especiais, incentivos à inovação e políticas de compras públicas
voltadas para o fortalecimento da produção nacional. Além disso, a
reativação do CNDI trouxe de volta a articulação entre governo e setor
produtivo, garantindo que as ações implementadas estejam em sintonia com
as reais necessidades da indústria.
Outro
avanço fundamental foi a criação da Lei de Crédito ao Desenvolvimento
(LCD), que busca diversificar a fonte de recursos de financiamento da
indústria. A Depreciação Acelerada também foi implementada, o que
significa que as empresas podem adiantar o abatimento do Imposto de
Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) uma parcela
maior do investimento realizado em máquinas e equipamentos, estimulando a
modernização do parque industrial e a ampliação da capacidade
produtiva. O comércio exterior também tem sido objeto de ações por parte
do governo brasileiro, com foco inicial na agenda de facilitação ao
comércio e ampliação do financiamento às exportações por meio do apoio
do BNDES.
Essas
medidas combinadas com outras de estabilidade macroeconômica tendem a
colocar a indústria como protagonista do desenvolvimento. O setor
produtivo está pronto para fazer sua parte. A indústria brasileira tem
capacidade, tecnologia e mão de obra qualificada para liderar essa
retomada. Com determinação, podemos finalmente reverter o processo de
desindustrialização e construir um novo ciclo de desenvolvimento
sustentável e competitivo para o Brasil.
É
de suma importância que a NIB continue evoluindo na direção correta que
vem percorrendo. A indústria continuará apoiando suas ações na certeza
da melhoria da produtividade e da competitividade dos setores
produtivos.
* José Velloso – Engenheiro mecânico, administrador de empresas e presidente executivo da ABIMAQ / SINDIMAQ
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