A invasão deixou mais de 2.000 civis mortos - e milhares de feridos, muitos deles civis, de acordo com dados do governo ucraniano.
Foto: Divulgação
Por Carolina Marins e Thaís Ferraz
A invasão russa da Ucrânia, iniciada na última quinta-feira, 24, é o conflito mais sério das últimas décadas e ainda tem potencial de escalada, disseram analistas ouvidos pelo Estadão. O envolvimento de outras potências, o risco de altercação nuclear e uma possível anexação do país à Rússia são hipóteses que não podem ser descartadas. Já uma solução por vias diplomáticas poderia levar meses para ser alcançada – a não ser que Kiev esteja disposta a fazer muitas concessões.
A invasão deixou mais de 2.000 civis mortos - e milhares de feridos, muitos deles civis, de acordo com dados do governo ucraniano. O número de mortos civis divulgado pelo serviço de emergência da Ucrânia representa um salto frente aos 136 confirmados pela ONU no dia anterior. A Rússia registra mais de 500 soldados mortos.
Tropas russas enfrentam soldados e civis ucranianos em áreas urbanas, com bombardeios sendo registrados em zonas residenciais de grandes cidades como Kharkiv e Kiev,aumentando a letalidade da guerra. Estima-se que ao menos 150 mil soldados russos estejam em território ucraniano. Mais de um milhão de pessoas já fugiram da Ucrânia.
“A invasão é mais séria do que muitos esperavam nas últimas semanas. Um cenário potencial era que as tropas russas parassem nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, mas isso não aconteceu”, afirma a cientista política Carla Martinez Machain, da Universidade do Estado do Kansas, que pesquisa política externa com foco em política militar e conflito internacional.
“Em vez disso, as forças russas terrestres seguiram para a capital, Kiev, deixando claro que a Rússia busca mais – provavelmente uma mudança de regime, substituindo Zelenski por um governo fantoche pró-Rússia, ou até uma potencial anexação da Ucrânia ou de parte do seu território.”
Potências ocidentais trabalham com a possibilidade de que Kiev caia nos próximos dias, mas a resistência dos ucranianos – que entraram em um “vale tudo” que inclui brigadas civis, fabricação de coquetéis molotov e alistamento de menores de idade – pode prolongar o conflito e aumentar o número de baixas.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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