MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 17 de março de 2022

Como demonstrar empatia em meio ao luto

 


Jó e seus amigos, a empatia no luto

O desejo pela morte, por parte de Jó, não é fruto de sua esperança em Deus, mas é decorrente de seu sofrimento profundo em virtude de suas perdas. Afinal, ele, que tinha tanto — família, saúde e bens — perdeu tudo de uma hora para a outra. E, assim, “Jó conheceu a dor profunda, o vale da aflição, o desejo da morte”.

Hoje, muitas pessoas estão sofrendo profundamente por causa de perdas terríveis e irreparáveis, à semelhança de Jó: pessoas que perderam sua saúde, sofrendo com doenças crônicas; pessoas que perderam um emprego, e não sabem mais o que vão fazer da vida; ou ainda pessoas que, tal como Jó, perderam “um familiar e sentem como se lhes tivessem arrancado um pedaço de seus próprios corpos”.

A dor do luto é algo terrível, pois deixa naqueles que ficam uma marca a qual sentimos como se fosse uma ferida incurável. No caso da perda de um filho, não conseguimos nem imaginar o quão forte esta dor pode se tornar, a não ser quem já passou por isso. E Jó sentiu essa dor na pele como ninguém: ele, que se preocupava dia e noite com seus filhos (cf. Jó 1.5), como um pai amoroso e dedicado, perdeu os dez — sete filhos e três filhas — em um só dia. 

A dor de Jó foi vista por seus amigos, os quais foram até ele a fim de “consolá-lo e animá-lo” (Jó 2.11). Diante de um homem com tamanho sofrimento, os amigos de Jó se compadeceram, sofrendo junto com ele: “Choraram alto, rasgaram seus mantos e jogaram terra ao ar, sobre a cabeça” (Jó 2.12). 

Viram que não poderiam fazer nada mais do que estar junto com Jó, compartilhando sua dor. Por isso “sentaram-se no chão com ele durante sete dias e sete noites”, de modo que, durante esse tempo, eles “não disseram nada, pois viram que o sofrimento de Jó era grande demais” (Jó 2.13). Muitas vezes, isto é o melhor que podemos fazer em um momento de luto: estar junto com aquele que sofre. Muitas vezes a presença basta, e as palavras devem ser evitadas. 

Trecho retirado do livro E pediu para si a morte, de Publicações Pão Diário.

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Imagem: Kelly Sikkema

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