A Fiat está completando 45 anos de seu desembarque em Betim-MG, onde criou um polo automotivo gigantesco e com números realmente impressionantes. Mas, de um começo discreto até a liderança de mercado, a italiana remou muito.
Última montadora a se instalar no Brasil após o fechamento do mercado nacional, a Fiat era vista como uma Chery da vida (antes da CAOA, é claro), até que a partir de 1990, botou suas mangas de fora.
A partir do Uno Mille, os italianos de Minas Gerais rapidamente sacaram que o Brasil não tinha um mercado “normal”, mudando de imediato sua ação diante de consumidores em transição das “Big Four” para as “Newcommers”.
Isso sem contar a importação desenfreada, mesmo com impostos vertiginosos. Assim, lendo o mercado, a Fiat entendeu o que era preciso ser feito e passou a criar tendências que foram seguidas pelas demais.
Essa atitude levou à Fiat para o topo do ranking em poucos anos. Agora, aos 45 anos, ela praticamente sustenta um mercado em crise de chips, tendo feito seus acordos que deram certo, porque sua produção só parou uma vez.
Empurrada para a frente com a freada de players como VW, GM e Hyundai, além da saída da Ford, a Fiat agora só tem o que festejar, afinal, ser a primeira é praticamente uma norma dentro da empresa e ela não esconde isso do público.
Com capacidade para 700.000 carros por ano e 1,3 milhão de motores em igual período, a Fiat já fez 16 milhões de carros nas Gerais, donde 3,6 milhões seguiram para fora. Lá trabalham 13 mil pessoas numa área de 2,2 milhões de m².
Atualmente a Fiat emplaca bem Argo e Mobi, que nasceu sob críticas (verdadeiras), assim como Strada e Toro. Mesmo o Cronos, que foi uma rara decepção, já aparece no Top 20, mas num momento fora da curva do mercado. Veremos se ele consegue o mesmo sucesso do irmão quando a indústria voltar ao ritmo de sempre.
Esperando o momento do lançamento (aguardando mais chips?), o Fiat Pulse é a próxima sacada da italiana para meter uma goleada nas rivais desfalcadas de produção.
O irmão dele, um crossover-cupê com elementos do Cronos, chamado 376, será outra ação para manter-se no topo. Sem Uno, Grand Siena e Doblò, a Fiat limpará seu portólio desses carros velhos e só restará dar um bom tapa no Mobi.
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