Gustavo Maia
O Globo
Presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson se reuniu na tarde desta quinta-feira, dia 10, com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, articulador político do Palácio do Planalto, e prometeu o apoio do seu partido ao candidato do presidente Jair Bolsonaro para comandar a Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Jefferson, no entanto, manifestou sua preferência pela candidatura da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deputada licenciada do DEM-MS, que segundo ele já contaria com a predileção das bancadas ruralista e evangélica, mas foi descartada mês passado por Bolsonaro.
DEFINIÇÃO – O dirigente partidário contou que foi ao encontro de Ramos para apresentar o recém-eleito líder do PTB na Câmara, o deputado federal Nivaldo Albuquerque (AL). E comentou que voltou a tocar no assunto da presidência da Casa, para a qual disse que “o general tem a definição pelo Arthur Lira”.
“E nós reiteramos a ele que o PTB acompanhará o governo Bolsonaro. Pra onde for o governo Bolsonaro na eleição da mesa da Câmara, o PTB irá”, afirmou, segundo questionado se todos os 11 deputados da legenda votarão em Lira. — O voto é secreto, mas a orientação da liderança e da presidência do PTB é que vote no candidato indicado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro — respondeu.
Ainda sobre Lira, que oficializou sua candidatura na quarta-feira, o ex-deputado comentou que “o presidente deseja que seja ele, deve ter algum alinhamento com o presidente”.
“MISSÃO” – Jefferson disse ainda que não vai trocar os votos por espaço no governo, no qual o partido não detém nenhum ministério, porque isso atrapalharia a missão e o objetivo principal: ter Bolsonaro nos quadros do PTB.
Questionado se o PTB vai apoiar qualquer candidato indicado por Bolsonaro, mesmo que não seja Arthur Lira, o presidente da sigla disse que sim apontou que o deputado alagoano será eleito se chegar forte no dia 20 de janeiro. A eleição está marcada para o dia 1º de fevereiro. Mas Jefferson fez uma ponderação:
“Se não, eu penso que surge uma candidatura de saia muito forte. Lá na Câmara, a bancada ruralista, a bancada evangélica fala abertamente na ministra e deputada federal Tereza Cristina. Ela é fortíssima candidata se resolver disputar”, declarou, acrescentando que “adoraria” a sua candidatura.
“CAMBULHADA” – Jefferson destacou que a Câmara nunca foi presidida por uma mulher e comentou que a situação de Lira é “difícil” e ele tem que ir em até o dia 20 para não ser “atropelado”. “Ela pode ser a qualquer momento (a candidata do governo) porque a Casa quer. Se ela não sair candidata, os partidos que são aliados ao presidente Bolsonaro vão votar no Lira. Mas, se ela vier, é uma coisa espontânea, aí vai de cambulhada”.
Segundo Roberto Jefferson, o ministro Luiz Eduardo Ramos informou que ela não quer ser candidata ou sair do ministério para voltar à Câmara dos Deputados. O dirigente partidário fez ainda uma referência indireta às conversas que Lira vem travando com partidos de esquerda para defender a candidatura de Tereza Cristina:
“Ela é uma candidata natural, ela não precisa nem pedir ao PT. Ela não vai pedir ao PT, PCdoB, PSB. Ela consegue agregar muito mais votos. Não precisa nem pedir para a esquerda”, afirmou.
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