Manoel Ventura e Marcello Corrêa
O Globo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, dia 11, que a decisão do governo de zerar o imposto de importação de revólveres e pistolas, anunciada nesta quarta-feira, custará R$ 230 milhões por ano aos cofres públicos. O ministro defendeu a decisão, e comparou esse impacto ao custo do auxílio emergencial, de R$ 50 bilhões por mês.
“O efeito em si, financeiro, é muito baixo. São R$ 230 milhões. Se nós pensarmos, por exemplo, que o auxílio emergencial são R$ 55 bilhões por mês, é uma ilusão achar que a tarifa sobre armas pudesse pagar alguma coisa”, disse Guedes.
BANDEIRA BOLSONARISTA – A extinção da taxa de importação, que era de 20% até então, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) e citada pelo presidente Jair Bolsonaro em rede social. A medida atende a uma das principais bandeiras de Bolsonaro, de ampliar o acesso às armas de fogo para a população, e é criticada por especialistas.
Guedes disse que essa redução está de acordo com a política econômica do governo, citando a redução do imposto de importação de arroz. O arroz teve o imposto reduzido porque o preço do produto disparou. “Nós estamos baixando a tarifa em geral. Vamos baixar a tarifa do arroz, vamos baixar a tarifa da arma”, disse.
PARTE DA CAMPANHA – Guedes também comentou que a redução da tarifa faz parte da campanha de Bolsonaro: “A nossa proposta é ir reduzindo as tarifas de importação. Quando houve a necessidade, porque estava subindo o preço do arroz, nós aproveitamos e abaixamos a tarifa do arroz. O presidente tinha uma pauta durante a campanha, e a pauta era justamente obedecer ao plebiscito que foi feito sobre o desarmamento. O povo brasileiro votou. Aí o presidente fala assim: `olha, gostaria que fosse reduzida essa tarifa´”.
O ministro afirmou, porém, que o momento em que a decisão foi tomada pode dar “interpretações infelizes”: “Agora, que o momento se dá com interpretações infelizes, sim. Você fala: “pô, mas na hora que estão precisando de vacina você está facilitando armas”.
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