MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 5 de setembro de 2020

Febraban intensifica orientação para prevenir golpes financeiros em idosos


A iniciativa visa combater tentativas de golpes contra idosos, que cresceram 60% desde o início da pandemia. As principais queixas são por e-mails e telefones

Tribuna da Bahia, Salvador
04/09/2020 10:58 | Atualizado há 1 dia, 7 horas e 36 minutos
   
Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia
Por: Cleusa Duarte

Com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e do Banco Central, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), lança campanha de orientação sobre golpes financeiros contra idosos. A iniciativa visa combater tentativas de golpes contra idosos, que cresceram 60% desde o início da pandemia. As principais queixas são por e-mails e telefones.
Com o uso mais intenso dos meios digitais para atividades cotidianas durante a pandemia do coronavírus, criminosos aproveitam o maior tempo online das pessoas para tentar aplicar golpes, a aposentada Arani Santos conta , “eu recebi um muito bem escrito do meu banco. Resolvi ligar para o gerente e na hora ele explicou, que tinha recebido muitas reclamações, que era para deletar pois poderia ser extorquida, uma vez que o banco não envia comunicações de pedido de depósito em e-mails.
Um levantamento da Febraban, revela que no período de quarentena houve um aumento de 60% em tentativas de golpes financeiros contra idosos. Para combater as fraudes financeiras, a entidade está lançando uma campanha para informar e conscientizar sobre as tentativas de golpes financeiros, com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e Banco Central. A iniciativa contará com medidas para proteção e enfrentamento à violação de direitos das pessoas idosas.
“Os bancos investem R$ 2 bilhões por ano em segurança da informação para garantir tranquilidade e segurança a seus clientes e colaboradores e desenvolvem os mais modernos sistemas, tecnologias e ferramentas destinados a assegurar a autenticidade de transações e operações financeiras”, afirma Isaac Sidney, presidente da Febraban.
De acordo com o diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, atualmente, 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social, quando o cliente é induzido a informar os seus códigos e senhas para os estelionatários. Segundo ele, os criminosos abusam da ingenuidade ou confiança do usuário para obter informações que podem ser usadas para que tenham acesso não autorizado a computadores ou informações bancárias.
Um exemplo de ataque de engenharia social se dá quando o criminoso liga para a casa do cliente, diz ser do banco e pede para confirmar algumas informações, como dados pessoais e senhas. Ao fornecer informações pessoais e sigilosas, como a senha, o consumidor expõe sua conta bancária e seu patrimônio aos golpistas. Há também casos em que o fraudador se apresenta como um “funcionário do banco” e pede para o cliente realizar uma transferência como um teste. Os bancos nunca ligam para clientes para realizar transações.
Durante o período de quarentena, as instituições financeiras chegaram a registrar aumento de mais de 80% nas tentativas de ataques de phishing - que se inicia por meio de recebimento de e-mails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos, que, normalmente, possuem remetentes desconhecidos ou falsos.
O golpe do falso motoboy teve aumento de 65% durante o período de isolamento social. Nele, criminosos entram em contato com as vítimas se fazendo passar pelo banco para comunicar a realização de transações suspeitas com o cartão de crédito do cliente. Usando técnicas de engenharia social para obter dados, os golpistas informam que um motoboy será enviado para recolher o cartão supostamente clonado para que sejam feitas outras análises necessárias para o cancelamento das compras irregulares.
Para passar uma imagem de segurança, os criminosos orientam a vítima a cortar o cartão ao meio, para inutilizar a tarja magnética, antes de entregá-lo ao motoboy. No entanto, o chip permanece intacto, o que permite que a quadrilha faça compras com o cartão, ainda que o plástico esteja partido ao meio.
Aposentada, a engenheira Cléa Pimentel relata, “ recebi uma ligação perguntando se tinha efetuado uma compra alta e disse que não. A pessoa se identificou como do meu banco e me deu o número para confirmar e cancelar meu cartão. Liguei e cancelei. Mas aí me disseram que um cidadão de moto iria pegar o meu cartão, e na minha casa. Desconfiei e não entreguei o cartão cortado ao motoboy, pois pediu ainda a identidade e Cpf. Liguei então do celular do meu vizinho e no banco me disseram que era golpe e o cartão não estava cancelado, mas provavelmente já estava clonado, pois o número que liguei anteriormente não era o deles. Cancelei imediatamente e descobri que meu telefone também estava clonado pelos estelionatários.”
A campanha de orientação contará com postagens e vídeos com dicas sobre como se proteger dos principais golpes aplicados atualmente contra os clientes bancários. Serão reforçadas mensagens e orientações como: O banco nunca liga para o cliente pedindo senha nem o número do cartão; O banco nunca vai mandar alguém para a casa do cliente para retirar o cartão ; O banco nunca liga para pedir para realizar uma transferência ou qualquer tipo de pagamento; Ao receber uma ligação dizendo que o cartão foi clonado, o cliente deve desligar, pegar o número de telefone que está no cartão e ligar de outro telefone para tirar a limpo essa história; Recebeu um SMS ou e-mail do banco com um link? Apaga e ligue para o seu gerente; Multiplique os cuidados e não passe sua senha a ninguém.
O presidente licenciado do sindicato dos bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos diz, “temos cobrado dos bancos medidas que esclareçam e previnam a população sobre medidas a serem adotadas para reduzir o número de crimes dessa modalidade. Com o aumento da digitalização, os bandidos usam de variados expedientes para enganar as pessoas, especialmente os idosos. Temos uma mesa nacional de negociação entre os sindicatos de bancários e a Fenabran, que tem pautado segurança e esse é um dos temas abordados. Os bancos alegam que ampliaram os investimentos em segurança, mas os números são questionáveis, tendo em vista que a maior parte dos recursos foram destinados para transações na internet.”

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