MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 7 de junho de 2020

Defensoria vai à Justiça para que governo volte a divulgar dados completos


Na ação aberta na Justiça Federal de SP, a DPU afirma que é dever do poder público "informar correta e adequadamente à população todos os atos adotados no combate à disseminação da doença" no Brasil

Tribuna da Bahia, Salvador
07/06/2020 06:50 | Atualizado há 11 horas e 18 minutos
   
Foto: Divulgação
A Defensoria Pública da União (DPU) ingressou neste sábado (6) com um pedido de liminar na Justiça Federal de São Paulo para que o Ministério da Saúde volte a divulgar imediatamente os números do Painel Coronavírus, incluindo todas as informações sobre os casos já registrados de Covid-19 até o momento e que vinham sendo normalmente fornecidas.
No pedido feito ao plantão judiciário, a DPU também pede que as atualização dos casos voltem a ser feitas diariamente pelo ministério até às 19h e de forma integral.
Na ação aberta na Justiça Federal, a DPU afirma que é um dever do poder público "informar correta e adequadamente à população todos os atos adotados no combate à disseminação da doença" no Brasil.
"Não pode qualquer chefe do poder executivo, federal, estadual ou municipal, escolher ou não tomar providências de enfrentamento ao coronavírus. Isto é um dever do administrador público. Do mesmo modo que é um dever informar correta e adequadamente à população não só sobre as medidas que as pessoas devem adotar para evitar sua contaminação e a dos demais, mas também todos os atos adotados pelo poder público no combate à disseminação da doença", diz o pedido da DPU.
"Em relação à informação que os governos devem prestar, em especial o governo federal, ela deve ser o mais completa e clara possível e, no caso de uma pandemia, que exige mudanças diárias de hábitos, também o mais rápida possível", argumenta os defensores no pedido à Justiça Federal.
Represamento
Por três vezes nessa última semana o Ministério da Saúde retardou a divulgação de dados sobre a pandemia. Na quarta (3) e na quinta-feira (4), por exemplo, o boletim da situação epidemiológica do país só foi divulgado próximo das 22h. Mas os dados já estavam fechados desde as 19 horas.
Na quarta (3), o ministério alegou que foi um problema técnico. Mas os técnicos do ministério não conseguiram explicar qual foi esse problema. Nesta quinta (4), depois da segunda divulgação às 22 horas, apesar dos pedidos da equipe do Jornal Nacional, não houve nenhuma explicação. Fontes do governo disseram que foi uma ordem vinda do Palácio do Planalto: atrasar e dificultar a divulgação dos crescentes números de casos e mortes.
E os dados de quinta-feira eram graves: um recorde de óbitos em 24 horas pelo segundo dia seguido. Uma morte por minuto no Brasil.
Os atrasos vêm piorando aos poucos desde que o general Eduardo Pazzuelo assumiu interinamente o comando da pasta. A divulgação, marcada para as 19 horas, começou a acontecer cada vez mais tarde, mas antes das 20 horas até a última quarta. Esse represamento de informações provocou críticas de especialistas e integrantes dos poderes Legislativo e Judiciário.
Em uma rede social, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse que "na pandemia, a divulgação de dados oficiais envolve, além do dever de prestar contas, uma questão de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde são fundamentais às respostas à Covid-19 e devem estar abertas ao público, aos gestores e, portanto, à imprensa de forma consistente e ordenada".
A vice-presidente da Comissão Mista do Congresso, Eliziane Gama, que acompanha o coronavírus quer convocar o ministro da Saúde para dar explicações.
“É perigoso o atraso na divulgação de dados, pelo governo, sobre a Covid-19. Não há qualquer justificativa para isso. A transparência é essencial para se combater a doença, principalmente agora, com os números de infecção e óbitos crescentes. Não se pode imaginar ou permitir qualquer manipulação nessa área, seria crime de responsabilidade”, afirma.

 Léo Arcoverde, GloboNews e G1

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