MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Celso de Mello prorroga investigação, para que Bolsonaro preste depoimento à PF


Celso de Mello mandou recados duríssimos a Bolsonaro e ignorou ...
Após o depoimento de Bolsonaro, o ministro então conclui o relatório
Fernanda Vivas e Márcio Falcão
TV Globo — Brasília
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (8) a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da Polícia Federal. Relator do caso, o ministro atendeu a um pedido feito pela Polícia Federal. A proposta recebeu aval do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Entre as medidas “pendentes”, a Polícia Federal quer ouvir o próprio presidente Jair Bolsonaro no inquérito. Esse depoimento só deve acontecer após outras medidas previstas na investigação.
INGERÊNCIA NA PF – Os investigadores pediram mais prazo porque querem aprofundar as investigações na superintendência da PF no Rio de Janeiro, diante de suspeitas de ingerência de Bolsonaro nas direções regionais da corporação. Os agentes querem analisar inquéritos que envolvem a família do presidente.
Há um pedido pendente da PF, por exemplo, na Zona Eleitoral do Rio de Janeiro. Os delegados federais solicitaram informações sobre o inquérito instaurado para apurar eventuais crimes eleitorais praticados por familiares de Bolsonaro. Os dados nunca foram enviados.
Flávio Bolsonaro (PR-RJ), filho do presidente e atual senador, foi alvo de uma investigação eleitoral, já relatada pela PF, sobre suposto enriquecimento ilícito. O senador não chegou a ser indiciado e o caso foi remetido à Justiça Eleitoral. O Ministério Público Eleitoral decidiu manter a investigação.
OUTRAS QUESTÕES – Também estão em aberto análises de relatórios de produtividade da Polícia Federal no Rio – a corporação negou as críticas feitas pelo presidente sobre esse assunto – e o pedido de cópia do inquérito da PF do Rio sobre suposto vazamento da operação Furna da Onça.
Os investigadores ainda esperam informações sobre a troca na segurança pessoal do presidente e de seus familiares. O Jornal Nacional mostrou que um mês antes da reunião ministerial em que o presidente reclamou que não consegue trocar ninguém, o chefe do departamento de segurança foi promovido e substituído pelo segundo na hierarquia. E o responsável pelo escritório do Rio também havia sido trocado.
MENSAGENS DE CELULAR – A PF afirmou que “é preciso finalizar a elaboração de relatório de análise de material apreendido acerca das mensagens trocadas por Sergio Moro com o presidente da República e com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).
Horas antes da reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro escreveu: “Moro, o Valeixo sai nessa semana. Isto está decidido. Você pode dizer apenas a forma. A pedido ou ex ofício”.
A investigação foi autorizada pelo STF em 27 de abril, três dias após o então ministro da Justiça, Sergio Moro, ter anunciado a demissão do cargo. Na ocasião, Moro disse que Bolsonaro interferiu na PF ao demitir o então diretor-geral da instituição, Maurício Valeixo. Bolsonaro nega a acusação.
PROVAS DE MORO– O primeiro a ser ouvido no inquérito foi o próprio Moro, no dia 2 de maio. No depoimento, o ex-ministro citou como prova da interferência do presidente a reunião ministerial de 22 de abril, no Palácio do Planalto. O conteúdo da reunião se tornou público no último dia 22 de maio. Na sequência, a PF ainda tomou mais de dez depoimentos, entre ministros, delegados e ex-aliados do presidente.
No vídeo da reunião, divulgado por decisão do ministro Celso de Mello, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentou “trocar gente da segurança” no Rio de Janeiro.
“Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira”.
  – Segundo Moro, Bolsonaro se referia à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O presidente, por sua vez, disse que se referia à segurança pessoal dele, cuja responsabilidade é do Gabinete de Segurança Institucional.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
– Nada de novo, o inquérito está praticamente concluído. Faltam apenas detalhes, como o depoimento do presidente e a estatística sobre a produtividade da Superintendência do Rio de Janeiro, citada por Bolsonaro como muito ruim, para justificar a demissão. Mas as informações de Moro são de que a produtividade era muito boa. Vamos aguardar, porque detalhes também são coisas muito grandes para esquecer, como diz Roberto Carlos. (C.N.)

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