Elas são corajosas. Não temem as altas velocidades, a
vulnerabilidade a que estão sujeitas no dia a dia nem o terreno
prioritariamente masculino onde resolveram entrar. Apaixonadas por se
aventurar sobre duas rodas, motociclistas provam por meio de uma coleção
de histórias divertidas, inusitadas e de alguns perrengues, é claro,
que pilotar também é coisa de mulher.
Fundadora de um grupo que reúne motoqueiras do Estado todo, a instrutora de autoescola Renata Silva Menezes, de 26 anos, nem precisa se esforçar para lembrar das primeiras experiências que teve. Foi ainda na infância, em São Romão, Norte de Minas, que a paixão por sentir o vento bater no rosto nasceu. Aos 7 anos, já se aventurava na “garupa” do pai. “Naquela época, nem precisava de capacete e a gente ia na frente mesmo”, conta a moça, referindo-se ao espacinho, entre piloto e guidão, onde se acomodava no trajeto até a escola.
De lá para cá, algumas coisas mudaram. Outras, nem tanto. Renata tirou carteira, ganhou uma moto, comprou outra, administra o MMM (Mulheres Motociclistas Mineiras) – grupo com mais de 200 participantes –, mas continua alimentando um amor que, para ela, é de família. “Sou a mais velha de três irmãos e sempre fui incentivada a pilotar para ser independente ou socorrer alguém caso precisasse. Embora seja uma atividade muito associada ao homens, encorajamos as mulheres. A ideia do grupo e de motoclubes é muito essa: mostrar que toda mulher pode, sim, ser e fazer o que quiser”, afirma.
Colega dela de aventuras, co-fundadora do MMM, Lara Spilher, de 23 anos, também é só alegria ao compartilhar as histórias que guarda do hobby escolhido. “Desperta em mim as melhores sensações: sentir o frio na barriga, a adrenalina que arrepia a alma, a sensação de liberdade, de poder voar sem sair do chão”, descreve a fotógrafa, que abandonou a garupa há dois anos para tomar as próprias “rédeas”. Desde então, foram inúmeras viagens, muitas para jamais tirar da memória, como a de estreia, para Paraty, no Rio de Janeiro. “Onze horas sentada, tomando chuva o trajeto todo. Pegamos um atalho de lama, dormimos numa barraca que voou. Podia ter sido a pior viagem da vida, mas, hoje, conto essa história rindo e até com saudade de cada detalhe”.
Coordenadora comercial no segmento de mineração, Belissa Fernandes
Peres, de 35 anos, já perdeu as contas dos casos que coleciona desde que
se descobriu motociclista. Para se ter uma ideia, ela, que ganhou a
primeira moto aos 6 anos, já quebrou os dois braços numa mesma queda, em
uma trilha em Macacos, pertinho de Belo Horizonte. “Eu era um
‘demoniozinho’, gostava de ficar acelerando, empinando. Naquela época
podia, não tinha muito juízo. Para não levar bronca de pai e mãe usava
moletom para esconder os ralados. Nessa (de Macacos), não deu. Quando
cheguei em casa levei foi cintada”, recorda, aos risos.
Sobre o fato de ser mulher num universo dominado por homens, garante tirar de letra. Pilota motos superpotentes e dá de ombros para comentários machistas. “Tem muito homem que quando vê mulher pilotando, acha que não vai dar em nada. Mas sabe o que a gente faz? Mostra que sabe mais que eles”, brinca. Belissa tem nada menos que cinco motocicletas.
Vendedora de peças numa loja de motos em BH, apaixonada pelo veículo
há pelo menos 12 anos – quando tirou a habilitação –, Erica Melissa de
Araújo da Silva, de 39 anos, vai além quando o assunto é driblar o
machismo. Não só conduz o próprio caminho como carrega na garupa o
marido, Robson, que preferiu não ter carteira de carro nem de moto.
“E olha que é um ‘homão’!”, enfatiza a motoqueira. “No começo, ele não sabia nem andar na garupa. Ensinei a equilibrar e logo pegou o jeito. Hoje em dia, só me ajuda nas conversões mesmo, pois quem manda na direção sou eu. No trânsito ele não dá palpite”, reforça.
A enfermeira Valdirene Gomes de Oliveira, de 42 anos, também não abre
mão da rota que traçou para si. Ela, que começou a pilotar há cerca de
cinco anos, compara a sensação sobre duas rodas ao voo de um pássaro.
“Sempre tive um desejo muito grande de liberdade. Saí de casa com 16 anos para morar sozinha. Quando estou de moto e acelero sinto-me livre. É uma sensação maravilhosa, que cura e desestressa”, comenta.
Fundadora de um grupo que reúne motoqueiras do Estado todo, a instrutora de autoescola Renata Silva Menezes, de 26 anos, nem precisa se esforçar para lembrar das primeiras experiências que teve. Foi ainda na infância, em São Romão, Norte de Minas, que a paixão por sentir o vento bater no rosto nasceu. Aos 7 anos, já se aventurava na “garupa” do pai. “Naquela época, nem precisava de capacete e a gente ia na frente mesmo”, conta a moça, referindo-se ao espacinho, entre piloto e guidão, onde se acomodava no trajeto até a escola.
Renata, Lara, Erica e Valdirene são algumas das integrantes do
Mulheres Motociclistas Mineiras (MMM), grupo que comemorou quatro anos
recentemente. Maioria das participantes só se conhecem virtualmente
De lá para cá, algumas coisas mudaram. Outras, nem tanto. Renata tirou carteira, ganhou uma moto, comprou outra, administra o MMM (Mulheres Motociclistas Mineiras) – grupo com mais de 200 participantes –, mas continua alimentando um amor que, para ela, é de família. “Sou a mais velha de três irmãos e sempre fui incentivada a pilotar para ser independente ou socorrer alguém caso precisasse. Embora seja uma atividade muito associada ao homens, encorajamos as mulheres. A ideia do grupo e de motoclubes é muito essa: mostrar que toda mulher pode, sim, ser e fazer o que quiser”, afirma.
Colega dela de aventuras, co-fundadora do MMM, Lara Spilher, de 23 anos, também é só alegria ao compartilhar as histórias que guarda do hobby escolhido. “Desperta em mim as melhores sensações: sentir o frio na barriga, a adrenalina que arrepia a alma, a sensação de liberdade, de poder voar sem sair do chão”, descreve a fotógrafa, que abandonou a garupa há dois anos para tomar as próprias “rédeas”. Desde então, foram inúmeras viagens, muitas para jamais tirar da memória, como a de estreia, para Paraty, no Rio de Janeiro. “Onze horas sentada, tomando chuva o trajeto todo. Pegamos um atalho de lama, dormimos numa barraca que voou. Podia ter sido a pior viagem da vida, mas, hoje, conto essa história rindo e até com saudade de cada detalhe”.
"No meu caso, é uma paixão de família, que nasceu com meu pai. Mais
velha de três irmãos, fui incentivada desde cedo a pilotar para ser
independente e socorrer alguém quando necessário. Nos grupos e
motoclubes incentivamos e encorajamos toda mulher que quiser pilotar" - Renata Silva Menezes, de 26 anos
Sobre o fato de ser mulher num universo dominado por homens, garante tirar de letra. Pilota motos superpotentes e dá de ombros para comentários machistas. “Tem muito homem que quando vê mulher pilotando, acha que não vai dar em nada. Mas sabe o que a gente faz? Mostra que sabe mais que eles”, brinca. Belissa tem nada menos que cinco motocicletas.
“Acho uma grande bobagem dizer que moto não é coisa de mulher. Cada
uma tem seu estilo. Seja de salto alto ou coturno, vestido ou calça de
couro, chapinha ou cabelo suado debaixo do capacete, jamais perdemos
nosso charme” – Lara Spilher, 23 anos, deixou a garupa há 2 anos e agora pilota a própria moto
“E olha que é um ‘homão’!”, enfatiza a motoqueira. “No começo, ele não sabia nem andar na garupa. Ensinei a equilibrar e logo pegou o jeito. Hoje em dia, só me ajuda nas conversões mesmo, pois quem manda na direção sou eu. No trânsito ele não dá palpite”, reforça.
“Medo é algo que nunca passou pela minha cabeça. Mais do que uma
paixão, moto é um estilo de vida. É a emoção de curtir a vida sobre duas
rodas, de viajar, conhecer lugares, reunir colegas, ajudar amigos nas
trilhas. É isso que move motociclistas espalhados pelo mundo” - Belissa Peres, 35 anos, pilota desde os 6
“Sempre tive um desejo muito grande de liberdade. Saí de casa com 16 anos para morar sozinha. Quando estou de moto e acelero sinto-me livre. É uma sensação maravilhosa, que cura e desestressa”, comenta.
"Gosto de passear, viajar, não ficar presa a carro. Até meu marido
anda na garupa. Como não tirou carteira, sou eu quem levo para cima e
para baixo. Ajuda nas conversões, mas não dá palpite no trânsito. Quem
manda sou eu. E olha que é um 'homão'" - Erica Melissa de Araújo da Silva tem 39 anos e pilota há 12 anos
"Sempre tive um desejo de liberdade muito grande, desde muito
novinha. Saí de casa com 16 anos para morar sozinha. Quando estou na
moto, acelerando, me sinto como um pássaro" - Valdirene Gomes de Oliveira, enfermeira de 42 anos, que começou a andar de moto há cerca de cinco
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