Os norte-americanos sempre deram enormes quantias à caridade. E essas
atividades caritativas são acompanhadas de algo que o redistributivismo
governamental não pode alcançar: um sentimento de pertença social e de
participação em um tecido social. Artigo de Ben Shapiro, publicado pela Gazeta do Povo:
No fim de semana de 9 e 10 de março, o novo rosto democrata e a
queridinha socialista Alexandria Ocasio-Cortez discursou na conferência
South by Southwest. Enquanto se sentava em meio à enorme benesse
oferecida pelo capitalismo – equipamentos eletrônicos de primeira linha,
um enorme público pagante – Ocasio-Cortez arremeteu contra o
capitalismo.
Ela chamou de "irredimível" o sistema que tirou 80% do mundo da
extrema pobreza desde 1980. Ela protestou contra a injustiça que é as
pessoas terem que trabalhar em vez de ficarem escrevendo poesia – como
se os países socialistas fossem famosos por garantir que as pessoas
trabalhassem apenas com empregos que considerem espiritualmente
gratificantes.
Finalmente, ela estabeleceu sua linha de ataque mais contundente: os
Estados Unidos assim como estão são "lixo", porque, no país, "se você
não tem um emprego, você é deixado para morrer".
Essa é uma crítica estranha considerando a longa história de mortes
associadas ao socialismo – cerca de 45 milhões de mortes sob o governo
de Mao, algo entre 30 e 40 milhões sob Stálin e cerca de 2 milhões sob
Pol Pot, para começar.
Mas é uma crítica ainda mais estranha, considerando que a expectativa
de vida aumentou radicalmente durante o capitalismo: em 1850, a
expectativa média de vida na Europa era de 36,3 anos, enquanto hoje a
expectativa média de vida na Europa é de aproximadamente 80 anos.
Além disso, os Estados Unidos atualmente possuem pleno emprego
efetivo. Nossos pobres correm perigo de morrer de obesidade, não de
fome.
E nós gastamos, em nível estadual e federal, pelo menos 1,1 trilhão
de dólares por ano em programas assistenciais de bem-estar social. Isso
equivale, segundo dados do censo, a quase 9 mil dólares anuais por
domicílio nos Estados Unidos, ou quase 28 mil dólares para cada pessoa
que vive em situação de pobreza nos Estados Unidos.
Mas vamos levar o argumento de Ocasio-Cortez à extremidade lógica.
Presumivelmente, ela é a favor desses caros programas governamentais e
acha que, na ausência deles, os pobres seriam deixados para morrer nos
Estados Unidos. Será que isso verdade?
Absolutamente não.
Ocasio-Cortez comete o mesmo erro que muitos da esquerda cometem: ela
confunde a redistribuição de renda estatal com o próprio tecido social.
Em sua opinião, não há tecido social sem a presença do governo.
Além disso, o tecido social não-governamental seria uma ameaça à
igualdade – como disse o senador Bernie Sanders, em 1981: "Não acredito
em instituições de caridade". O New York Times relatou que Sanders
questionou os "conceitos fundamentais em que as instituições de caridade
se baseiam”, já que o governo era a única entidade apta a ajudar os
pobres.
Isso é pura bobagem.
Antes do surgimento do Estado de bem-estar social massivo, os
norte-americanos doavam enormes quantias para a caridade. Em 1926,
congregações religiosas gastaram mais de 150 milhões de dólares em
projetos que iam além da manutenção e conservação das igrejas, com
governos estaduais gastando apenas 23 milhões e governos locais gastando
37 milhões, segundo os economistas Jonathan Gruber, do Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT), e Daniel Hungerman, da Universidade
de Notre Dame.
Os norte-americanos sempre deram enormes quantias à caridade. E essas
atividades caritativas são acompanhadas de algo que o redistributivismo
governamental não pode alcançar: um sentimento de pertença social e de
participação em um tecido social.
Mercados mais livres geram prosperidade. E o governo não é o tecido
social. O reconhecimento desses dois fatos simples explica o que fez os
Estados Unidos prosperarem – e pode nos ajudar a prosperar novamente,
apesar daqueles que preferem derrubar os mercados e o tecido social e
substituí-los pela mão pesada de um governo centralizador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário