MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Alice-Maria encerra uma era na TV Globo


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Alice-Maria começou na TV Globo em 1966
Sebastião Nery
O deputado mineiro José Maria Alkmin foi advogado de um crime bárbaro. No júri, conseguiu oito anos para o réu. Recorreu. Novo júri, 30 anos. O réu ficou desolado: – A culpa foi do senhor, dr. Alkmin. Eu pedi para não recorrer. Agora vou passar 30 anos na cadeia.
– Calma, meu filho, não é bem assim. Nada é como a gente pensa da primeira vez. Primeiro, não são 30, são 15. Se você se comportar bem, cumpre só 15. Depois, esses 15 anos são feitos de dias e noites. Quando a gente está dormindo tanto faz estar solto como preso. Então, não são 15 anos, são 7 e meio. E, por último, meu filho, você não vai cumprir esses 7 anos e meio de uma vez só. Vai ser dia a dia, dia a dia. Suavemente.
Eu o relembrei porque nesta semana, a TV Globo comunicou suavemente a saída de uma de suas principais profissionais. Tive a notícia lendo um texto como sempre primoroso do mestre cearense Wilson Ibiapina.
Após 48 anos dedicados ao telejornalismo, Alice-Maria decidiu deixar a emissora para se aposentar. Era diretora de desenvolvimento de programas especiais, desde julho de 2009.
Chegou à TV Globo em 1966, como estagiária, no primeiro ano de fundação da empresa. Comandou o jornalismo da Globo por duas décadas, a criação do Jornal Nacional e a implantação da GloboNews. Foi a primeira mulher a ocupar um cargo de direção na Central Globo de Jornalismo.
Alice, parece que foi ontem. Você, Humberto Vieira, Sílvio Júlio e Amaury Monteiro comandando a reportagem, todos fazendo a primeira edição do Jornal Nacional.
Oito horas da noite, Cid Moreira e Hilton Gomes. Alfredo Marsillac na mesa de corte. Um trecho da música The Fuzz, de Frank de Vol, invade os lares. Pela primeira vez, estava entrando no ar o Jornal Nacional. Primeiro de setembro de 1969, uma segunda-feira.
O Marsillac ainda deve ter guardado o script do primeiro JN, que o Armando deu-lhe de presente com o bilhete: “Marsillac… e o Boeing decolou”. O jornal entrando no ar, na cabeça do Armando Nogueira, era que nem um Boeing levantando vôo. Não podia ter erro.
Quando cheguei em 1970, o JN ainda uma criança e todos com a preocupação de mantê-lo com qualidade, num formato que aos poucos foi se definindo. O Telejornalismo brasileiro era outro depois daquele dia. E você foi peça preciosa nessa mudança.
Não esqueço de sua preocupação, orientando editores, repórteres, cinegrafistas. Em tudo tinha seu dedo. A equipe foi crescendo: Sebastião Nery, Castilho, Nilson Viana, Jéferson, Meg, Ronan, Luis Edgar de Andrade, Vera Ferreira, Lucia Abreu, Edinete os irmãos Aníbal e Edson Ribeiro e o baiano Jotair Assad.
Heron Domingues, Sérgio Chapelin, Celso Freitas, Berto Filho, Carlos Campbell, Marcos Hummel. Tereza Walcacer, Henrique Lago, Ricardo Pereira, Pedro Rogério, Antônio Severo, Woile Guimarães, Eurico Andrade, Wianey Pinheiro, Ronald de Carvalho, Toninho Drummond, Carlos Henrique de Almeida Santos, Eduardo Simbalista, Carlos Henrique Schroder, esse mesmo que hoje é o diretor geral da Rede Globo, todos grandes jornalistas que foram aprender com você a fazer televisão.
Citei alguns nomes, mas, na verdade, todos da Central Globo de Jornalismo aprenderam com você. Como a maioria, orgulho-me de ter participado de sua equipe durante 20 anos. Abraço forte do Wilson Ibiapina e da Edilma Neiva, seus alunos, admiradores e amigos.
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