O relator do
Orçamento da União de 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), mantém a
decisão de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família. O Orçamento do ano que
vem prevê cerca de R$ 28,8 bilhões para o programa, e um corte
significaria a redução de mais de 34%. Barros esteve hoje (28) com o
ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, e saiu do
encontro dizendo que não discutiu números, e sim os procedimentos para a
votação do Orçamento no Congresso Nacional que, segundo ele, deve
ocorrer ainda neste ano.
No entanto, disse Barros, esse é um
assunto (Bolsa Família) que será discutido só no relatório do Orçamento.
"Não é um assunto que entra agora em pauta. Agora, estamos discutindo
crescimento econômico, câmbio e inflação. Questões pragmáticas dos
índices macroeconômicos. É isso que vai definir qual vai ser o Orçamento
do ano que vem, qual será a arrecadação e quanto será a despesa. Ele
[Barbosa] precisa ajustar isso com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy”,
disse o relator.
De acordo com Ricardo Barros, na reunião com
Barbosa, foram tratados apenas assuntos referentes a votação e prazos.
“Não estamos negociando os números porque a Fazenda e o Planejamento
ainda não têm os parâmetros macroeconômicos de 2016, mas com certeza
vamos votar neste ano.”O relator disse também que precisa conversar com o
ministro da Fazenda, que cuida da parte das receitas da União. Segundo
Barros, as discussões com o ministro do Planejamento são apenas sobre as
despesas. “Vamos nos entender, não vemos dificuldade para conciliar
todos os pontos de vista e ir para uma votação tranquila do Orçamento
dentro de parâmetros em que o mercado acredite e que as pessoas
considerem factíveis”.
Sobre atrasos da União no repasse de
recursos a bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais,
Barros disse esperar que o governo pague as dívidas ainda em 2015 e não
deixe a conta para o ano que vem. “Se as pedaladas forem pagas este ano,
então o governo deixará de dever para o BNDES [Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social], para a Caixa Econômica e para o
Banco do Brasil e ficará devendo em letras [títulos] do Tesouro
Nacional. É só uma questão de mudança da emissão da dívida. E aí alivia o
Orçamento do ano que vem. Se empurrar as pedaladas para o ano que vem,
vamos ter que encontrar receita do ano que vem para cobrir isso ”,
afirmou.
O governo espera o entendimento do Tribunal de Contas da
União (TCU) sobre a questão do repasse a bancos públicos para saber
como irá quitar as dívidas referentes a 2015.
Ricardo Barros
reafirmou que não conta com a receita extra de R$ 32 bilhões da volta da
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), defendida
pelo governo, para financiamento da Previdência Social para fechar o
relatório do Orçamento do ano que vem.
O ministro Joaquim Levy tem
ressaltado que o Brasil precisa de crescimento, já. Para isso, o
ministro da Fazenda diz que é preciso chegar a um Orçamento robusto para
2016, que dê a tranquilidade necessária para os negócios no país
voltarem a crescer.
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