MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

No AM, haitianos e igreja criam fábrica de picolés e planejam ampliar negócio


'Haitidelícia' foi aberta com recursos doados por paróquia de São Paulo.
Acadêmicos de administração ajudaram a planejar empreendimento.

Suelen Gonçalves Do G1 AM
Haitiano Justin é o responsável pelo 'Haitidelícia', em Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Haitiano Justin é o responsável pela 'Haitidelícia', em Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
Eles chegaram há alguns anos na capital do Amazonas e, desde então, contam com o apoio da igreja católica. Aos poucos, os haitianos estão conseguindo oportunidades e uma vida melhor em Manaus. É deles a responsabilidade por manter uma fábrica de picolé. A "Haitidelícia" foi fundada com recursos doados por uma igreja do interior paulista. Hoje, a pequena empresa já emprega dezenas de imigrantes, e os administradores já planejam aumento do negócio.

A paróquia de São Geraldo é o principal local que passou a abrigar imigrantes haitianos após o terremoto no Haiti, em 2010. Foi o padre Valdecir Mulinari, responsável pela igreja, que viu no calor amazônico e no hábito local uma oportunidade de ajudar os recém-chegados.
Haitiana retira picolés que serão vendidos nas ruas de Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Haitiana retira picolés que serão vendidos nas ruas
de Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
Sem ter fluência no português e tendo que concorrer com a mão de obra local, muitos haitianos ainda têm dificuldades para conseguir emprego. "Conseguimos R$ 25 mil de doação de uma igreja de São Bernardo do Campo, em São Paulo. A comunidade ficou comovida com nossas ações e doou esse valor para começarmos a fábrica. Um grupo de universitários de administração ajudou a organizar a gestão da fábrica e escolher o nome Haitidelicia.  A igreja coordena a fábrica, mas o responsável é o haitiano Justin, e todos os que vendem os picolés na rua também são haitianos", ressalta o padre paranaense que mora na capital há sete anos.
Jean Wilkenson Justin, de 29 anos,  é o responsável pela administração da empresa. Ele não quis posar para fotos, pois afirmou ter medo da violência local. Para ele, a criação da fábrica de picolés foi essencial para empregar os haitianos que não têm renda. A produção diária da fábrica varia entre 1,2 mil e 1.5 mil picolés e conta com o trabalho de quase 30 haitianos, conforme o responsável.
Fábrica produz cerca de 1.500 picolés diariamente (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Fábrica produz diariamente cerca de 1,5 mil picolés
(Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
"O calor aqui é muito forte e tivemos uma pequena alta na produção. Hoje temos duas pessoas na produção dos picolés, 15 vendendo nos carrinhos e uns seis ou sete que trabalham com as caixas. Fabricamos 15 sabores, os mais vendidos são os feitos com frutas daqui como cupuaçu, açaí e buriti", afirma Justin.
Segundo o padre Valdecir, o objetivo é que no futuro Justin e outros haitianos possam gerir sozinhos a empresa.  Justin já tem planos de ampliar o negócio.
"Um empreendedor sempre tem uma visão para ampliar, melhorar. Meu objetivo é abrir unidades em outras áreas da cidade para conseguir alcançar mais pessoas tanto para vender como para comprar. Estamos planejando ainda, mas trabalhando para dar certo", revela o haitiano.
Máquina  (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)Máquina em que são produzidos picolés vendidos por haitianos em Manaus (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

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