(Veja) Tumulto, bate-boca e histeria de deputados do PT e Psol marcaram
nesta quinta-feira a primeira reunião deliberativa da CPI da Petrobras,
em que ficou ainda mais clara a divisão entre PT e PMDB na Câmara.
Petistas, acompanhados de deputados do Psol, tentaram interromper a
sessão aos gritos para evitar que o presidente da comissão, Hugo Motta
(PMDB-PB), anunciasse os subrelatores designados para aumentar a
eficácia das investigações.
Os descontentes diziam que o presidente não poderia nomear os
subrelatores por conta própria, sem consultar as outras lideranças ou
submeter o tema a votação. Apesar dos protestos, Hugo Motta chegou a
anunciar quais serão as quatro subrelatorias: a primeira vai investigar o
superfaturamento e a gestão temerária na aquisição de refinarias. A
segunda terá como foco a contratação de subsidiárias que serviram para o
pagamento de propina. A terceira investigará o superfaturamento na
construção de navios. A última terá como alvo a contratação da empresa
Sete Brasil e a venda de ativos da Petrobras na África. A divisão do
trabalho tira poder do relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ) -
especialmente porque não deve haver petistas entre os subrelatores.
Hugo Motta anunciaria em seguida o nome dos subrelatores, mas foi
interrompido por um tumulto criado pelos deputados do PT e do Psol. Aos
gritos, eles abafaram a leitura do texto. Como Hugo Motta não
interrompeu a apresentação das subrelatorias, eles se levantaram e se
dirigiram à mesa para protestar. Edmilson Rodrigues (Psol-PA) era o mais
exaltado e chamou Motta de "coronel". Afirmou ainda que Motta é
"moleque". E emendou: "Cabelo branco não é sinal de respeito". O
presidente da CPI também elevou a voz para pedir respeito: "Não serei
nenhum fantoche para me submeter a pressão de quem quer que seja", disse
ele. Também participou da gritaria o afilhado político do mensaleiro
João Paulo Cunha, deputado Valmir Prascidelli (PT-SP).
Na sequência, Motta conseguiu nomear os subrelatores: Altineu Cortês
(PR-RJ) ficará com a subrelatoria que investigará as refinarias, Bruno
Covas (PSDB-SP), com a das subsidiárias, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP),
com a dos navios e André Moura (PSC-SE), com a que investigará a Sete
Brasil e as vendas de ativos na África. Hugo Motta anunciou também a
contratação da consultoria Kroll para auxiliar os trabalhos.
No início da sessão, a CPI elegeu seus vice-presidentes. Antonio
Imbassahy (PSDB-BA) será o primeiro. Félix Mendonça Júnior (PDT-BA), o
segundo. O terceiro será Kaio Maniçoba (PHS-PE). O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) apareceu no fim da
manhã na CPI e afirmou que está disposto a falar ao colegiado se
convocado. Cunha estaria entre os políticos na lista enviada pelo
procurador-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal
com pedidos de investigação contra os citados na Lava Jato.
blog do coronel
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