Investigado na Lava-Jato, presidente do Senado quer criar CPI do Ministério Público
Aliados de Renan Calheiros resistem a iniciativa, que pretende investigar encontros entre Janot e o Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso
07/03/2015 | 15h02
Foto:
Jonas Pereira / Agência Senado
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), iniciou a
articulação de uma CPI para investigar o Ministério Público, informou
neste sábado o jornal O Globo.
A divulgação da iniciativa ocorreu após Renan ter sido citado pelo STF
como um dos políticos que serão investigados na Operação Lava-Jato.
Segundo a reportagem, a comissão pretende investigar os encontros entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, ocorridos dias antes de a lista ser encaminhada ao STF.
— Imaginar que o governo possa ter algum tipo de interferência para proteger aliados ou punir quem quer que seja não se sustenta pela análise fática. Como o governo poderia criar situações em depoimentos para os delatores? São fatos que envolvem inclusive pessoas da presidente Dilma e do meu partido? Que espécie de manipulação o governo poderia fazer em declarações dadas? — disse o ministro da Justiça, em entrevista coletiva na tarde de sábado, em São Paulo.
Entretanto, o pedido de CPI pode barrar na resistência dos próprios aliados de partido do senador, que poderiam derrubar pedidos de requerimentos contra o próprio PMDB e o PT. Para aliados do senador, uma CPI contra quem investiga os parlamentares seria impopular, prejudicando assim imagem do congresso.
Segundo a reportagem, a comissão pretende investigar os encontros entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, ocorridos dias antes de a lista ser encaminhada ao STF.
— Imaginar que o governo possa ter algum tipo de interferência para proteger aliados ou punir quem quer que seja não se sustenta pela análise fática. Como o governo poderia criar situações em depoimentos para os delatores? São fatos que envolvem inclusive pessoas da presidente Dilma e do meu partido? Que espécie de manipulação o governo poderia fazer em declarações dadas? — disse o ministro da Justiça, em entrevista coletiva na tarde de sábado, em São Paulo.
Entretanto, o pedido de CPI pode barrar na resistência dos próprios aliados de partido do senador, que poderiam derrubar pedidos de requerimentos contra o próprio PMDB e o PT. Para aliados do senador, uma CPI contra quem investiga os parlamentares seria impopular, prejudicando assim imagem do congresso.
Neste sábado, o presidente da Câmara dos
Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também reagiu a indicação do seu nome
como um dos investigados pelo STF.
— O procurador-geral da República agiu como
aparelho, visando a imputação política de indícios como se todos fossem
partícipes da mesma lama. É lamentável ver o procurador, talvez para
merecer a sua recondução, se prestar a esse papel. (…) Sabemos
exatamente o jogo político que aconteceu e não dá para ficar calado sem
denunciar a politização e aparelhamento da PGR (Procuradoria Geral da
República). Eles estão a serviço de quem? Pelo critério do indício, o
procurador só será reconduzido se for da vontade do Executivo —, afirmou
o presidente da Câmara em nota e também no Twitter.
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