MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 23 de fevereiro de 2013

Exército colombiano e Farc violam civis, alerta ONU


Membros das Forças Militares colombianas e da guerrilha das Farc realizaram no ano passado graves ataques contra civis, incluindo homicídios, em função do conflito armado, ressaltou nesta sexta-feira, 22, o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia.
"Nosso escritório já constatou várias vezes que há violações feitas pelo Estado na Colômbia. Há casos em que os militares estão matando uma pessoa, violando seu direito à vida dentro do contexto do conflito", declarou Todd Howland, chefe do escritório na apresentação do relatório 2012 sobre o estado dos Direitos Humanos no país.
"Não há tantos casos, mas há alguns casos. E a resposta do Estado não foi adequada para descobrir que há um acobertamento desses casos", lamentou Howland, que se mostrou esperançoso com as possibilidades de êxito das conversações de paz entre o governo colombiano e a guerrilha comunista.
Howland esclareceu que seu escritório não considera esses crimes como parte do fenômeno conhecido na Colômbia como 'falsos positivos', assassinatos de civis que depois são apresentados pelos militares como guerrilheiros mortos em combate para conseguir algum tipo de benefício e melhorar a percepção da luta contra a insurgência.
Howland pediu à justiça colombiana uma maior rapidez na investigação e eventual sanção das 4.716 denúncias de homicídios supostamente cometidos por membros da Força Pública, muitos dos quais respondem ao padrão de 'falsos positivos'.
Quanto às Farc, o relatório alerta que, em 2012, continuaram "sistematicamente depreciando o direito internacional humanitário".
"Foram registrados assassinatos seletivos e violações sexuais. Muitos dos assassinatos de líderes e autoridades indígenas do norte do Cauca (sudoeste) apontam o envolvimento das Farc e sua prática de impor a ordem social", afirma o texto.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia estão desde novembro em discussões em Havana com o presidente Juan Manuel Santos para buscar uma solução para quase meio século de conflito armado.

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