Charge do Bier (Arquivo Google)
Carlos Newton
Quem pensa que a Lava Jato está morrendo vai ter uma surpresa muito desagradável e pode até ser acordado às 6 horas da manhã por alguma equipe da Polícia Federal, caso esteja envolvido em alguma das rachadinhas da vida política e empresarial.
Apesar do estardalhaço da facção da imprensa que sonha com a desmoralização do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato, na vã esperança de que Lula da Silva volte ao poder, pode-se garantir que se trata de nuvem passageira, logo vai sumir no horizonte institucional.
SÓ APARÊNCIAS – Na política, quase sempre as aparências enganam. Sabe-se que todo o espetáculo que está sendo encenado contra o chamado “lavajatismo” visa a blindar políticos e empresários corruptos, a começar pelo senador Flávio Bolsonaro, e tudo isso faz parte do novo pacto entre Executivo e Legislativo, que inclui a rejeição do impeachment do presidente Bolsonaro.
Ao contrário do que ocorreu em 2019, quando o Supremo era presidido por Dias Toffoli e praticamente liderou o primeiro pacto entre os poderes, agora quem comanda o STF é Luiz Fux, um grande defensor da Lava Jato e do combate à corrupção.
É preciso lembrar que, logo após assumir a presidência do Supremo, Fux conseguiu esvaziar a estratégica manobra que vinha sendo executada na Segunda Turma, onde os “garantistas” asseguravam a impunidade de notórios criminosos.
DE SURPRESA – Foi em 7 de outubro de 2020, menos de um mês após Fux tomar posse. Não mais que de repente, à moda de Vinicius de Moraes, o novo presidente colocou em votação a obrigatoriedade de toda ação penal ser julgada pelo plenário. O golpe foi tão certeiro que até Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Marco Aurélio Mello também votaram a favor. Ninguém teve coragem de defender o indefensável.
Agora, o prevaricador-geral Augusto Aras – digo, procurador-geral – faz o que pode para declarar a Lava Jato extinta, desfaz as equipes, ameaça processar integrantes do Ministério Público, mas todo esse esforço não vai adiantar nada.
Por mais que Aras se empenhe, tentando agradar o presidente e a bancada da corrupção, seus golpes jamais atingirão o espírito dessa nova geração de juízes, procuradores, delegados e auditores, que continuam dispostos a passar esse país a limpo, enquanto a geração anterior tenta voltar a emporcalhá-lo a todo custo.
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