O
Senado dos Estados Unidos absolveu o ex-presidente dos Estados Unidos
Donald Trump em seu segundo processo de impeachment neste sábado, com 7
senadores republicanos votando contra o ex-presidente. Eram necessários
67 votos, entre 100 senadores, para Trump ser condenado. O placar final
foi de 57 votos a favor da condenação a 43 pela absolvição. O inédito
julgamento de impeachment de um presidente cujo mandato já acabou
aconteceu em tempo recorde, e tinha o objetivo de abrir caminho para a
cassação dos direitos políticos de Trump, impedindo-o de concorrer
novamente à Presidência. Trump era acusado de incitar uma insurreição
nos episódios de 6 de janeiro, que culminaram com a invasão do Capitólio
por seus apoiadores e cinco mortos. A
absolvição já era esperada pelos deputados democratas que lideraram a
acusação, pois, desde que começaram a falar em um novo processo de
impeachment, em momento algum pareceu que a maioria dos republicanos se
voltaria contra Trump. Diante da impossibilidade de condená-lo, os
acusadores aproveitaram o espaço no Senado para apresentar dramáticas
alegações contra Trump, amparadas por uma profusão de registros em vídeo
de cenas de violência, em uma tentativa de deixar uma marca negativa
duradoura sobre a sua Presidência. A pauta do Congresso, entretanto,
fica obrigatoriamente travada quando há um julgamento de impeachment em
andamento, e os democratas tinham pressa para encerrá-lo, pois a
prioridade do governo de Joe Biden é a aprovação de seu pacote
econômico. Após a aprovação pela Câmara dos Deputados em janeiro, quando
o presidente ainda estava no poder, o julgamento no Senado começou na
terça-feira, e levou apenas cinco dias. O primeiro processo de
impeachment de Trump no Senado, há pouco mais de um ano, demorou 16
dias. Na época, só um senador republicano, Mitt Romney, votou contra
Trump. Pela manhã, por algumas horas pareceu que o processo se
prolongaria por mais alguns dias. Em um surpreendente resultado, os
senadores votaram a favor da convocação de testemunhas, o que
inviabilizaria um veredicto ontem. O chefe da acusação, o deputado
democrata Jaimie Raskin, leu em voz alta uma declaração da congressista
republicana Jaime Herrera Beutler, uma das 10 republicanas que votaram
contra na Câmara, com um apelo para a convocação de testemunhas que
estavam com Trump na Casa Branca durante a invasão. Raskin, que é o
principal acusador, queria um curto depoimento virtual da congressista e
uma intimação para que ela apresentasse suas declarações recentes. O
advogado Michael van der Veen condenou ferozmente a convocação, e a
classificou como uma tentativa apressada de chamar testemunhas. Ele
reclamou que uma audiência virtual era um formato impróprio para
evidências adicionais, e ameaçou convocar o depoimento de 100
testemunhas.

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