Nos “45 do segundo tempo”, o Reino Unido fechou finalmente um acordo de livre comércio com a União Europeia após o Brexit, encerrando assim um dos maiores imbróglios que o país criou nos últimos tempos.
Em pleno 24 de dezembro, Downing Street confirmou que as duas partes terão comércio livre de tarifas entre as ilhas britânicas, com exceção da Irlanda, e o continente, livrando assim diversos setores da economia local, especialmente as montadoras.
A BMW, por exemplo, que no último dia 16 alertou mais uma vez sobre milhões de euros extras com taxas de importação, disse antes que a indústria teria de arcar com prejuízos de até € 11 bilhões. Essa previsão era até certo ponto positiva, visto que outras projeções falavam em até € 110 bilhões até 2025.
Após quatro anos de incertezas, o Reino Unido perdeu bilhões de euros em investimentos das montadoras e viu algumas de suas fábricas dizer adeus antecipadamente, como Swindon, onde a Honda deverá encerrar as atividades em 2022.
A Nissan, por exemplo, que mantém sua planta de Sunderland, não fará o importante Ariya no país, que já perdera o novo Civic. Outras empresas, incluindo a Jaguar Land Rover, haviam revisto seus investimentos no país, temendo o pagamento de tarifas no comércio com o continente, crucial para a indústria britânica.
Do outro lado do Canal da Mancha, os fabricantes que importam ou exportam para o Reino Unido, agora podem respirar aliviados, especialmente a Opel, que é associada com a Vauxhall inglesa. A própria BMW tem produção da MINI no país, mas já olhava a Holanda como alternativa para evitar prejuízos.
A ACEA, a associação que reúne os fabricantes da União Europeia, disse que o acordo livra o setor de um efeito “catastrófico” de um Brexit “caótico”.
Eric-Mark Huitem, presidente da entidade, disse: “O impacto de um Brexit sem acordo na indústria automobilística da UE teria sido simplesmente devastador”. Pelo acordo, os produtos elegíveis à tarifa zero precisam ter pelo menos 60% de conteúdo britânico ou europeu.
[Fonte: Auto News Europe]
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