José Vidal
Concordo com o jornalista e professor Pedro do Coutto, quando diz que o Brasil precisa promover um debate econômico de profundidade, o mais rápido possível. Talvez isso não acorra porque a maioria da população não demonstra ter interesse. Nesse clima, os grandes temas econômicos quase não são colocados na mídia tradicional, inclusive aqui na Tribuna da Internet.
Acho que uma reforma tributária justa e com mudanças verdadeiras seria essencial para nós. Não uma mera maquiagem, como algumas sugestões e propostas que tenho visto.
MEDINDO A INFLAÇÃO – O Brasil opera com vários índices simultâneos para mensurar a inflação. O IPA-M (Índice de Preços por Atacado) representa, ao todo, 60% do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), que é conhecido como indexador dos aluguéis. Seu propósito é monitorar os movimentos do comércio atacadista. Também serve para entender e acompanhar as variações que acontecem no varejo.
Outro índice importante é o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor). Seu peso é de 30% para o IGP-M. Sua ideia é bastante parecida com a do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), indexador oficial da inflação no Brasil), porque mede o consumo em diversas áreas: habitação, saúde, vestuário, transporte, etc.
Temos também o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção), que tem peso de 10% no IGP-M e sua coleta ocorre em 7 capitais do Brasil. Como o próprio nome já diz, avalia o custo envolvido na construção de moradias, como por exemplo materiais e mão de obra especializada.
PREÇOS EM ALTA – Quem vai ao supermercado nota a escalada de preços. Acho que a inflação ao consumidor só está nesse patamar baixo, porque a demanda está reprimida ou o índice tem algumas variáveis que o distorcem para baixo.
Com o IGP-M nesse nível, logo, logo, o IPCA estará numa escalada. E com os salários reprimidos haverá inflação ascendente sem aumento de demanda e a isso chamamos de estagflação. Espero que não experimentemos tal fenômeno.
COMO FAZER? – O que fazer é o mais fácil de dizer. O difícil é o como fazer. Deveríamos discutir esses temas econômicos. A mídia deveria propor tais discussões, mesmo que a maioria da população nem esteja aí.
Precisamos de um plano econômico de longo prazo, independentemente de personalismos, para não ficarmos sempre na esperança do surgimento de um salvador da pátria.
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