Governo de SP pretende aplicar a CoronaVac em janeiro, mas depende de aval da Anvisa
Foto: Reprodução /TV Anhanguera
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta sexta-feira (11) que o país ainda enfrenta uma pandemia de coronavírus. A declaração aconteceu durante a inauguração oficial da Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que 'estamos vivendo um finalzinho de pandemia'.
"A pandemia não acabou. Ela prossegue, vamos conviver com o coronavírus. Vamos chegar próximo a uma normalidade quando tivermos as vacinas, os antivirais que combatem efetivamente a doença", disse.
Pazuello também disse que a imunização seguirá um calendário nacional. “Nenhum estado da federação será tratado de forma diferente. Nenhum brasileiro terá vantagem sobre outros brasileiros", afirmou.
Ainda não há calendário nacional de vacinação definido e nenhum imunizante tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – o uso emergencial da vacina contra Covid no país foi aprovado nesta quinta (10) pela agência, mas depende do pedido das fabricantes.
Pazuello informou que vai cobrar agilidade nessa análise. “Não há no mundo, até hoje, nenhuma vacina registrada. O que estamos vendo na Inglaterra é a autorização emergencial de uso para grupos restritos e com assinatura de responsabilidade individual. Essa mesma autorização emergencial foi assinada ontem nos EUA e será solicitada à Anvisa no Brasil”, disse.
Durante sua fala, o ministro disse que já está em busca de recursos para comprar as doses necessárias. “Determinei também que nós tivéssemos contratos, não vinculantes inicialmente, mas memorandos de entendimento com todos os fabricantes de vacina que se disponibilizarem no nosso país. [...] A responsabilidade é das autoridades que estarão oferecendo a vacina, oferecendo de forma gratuita e voluntária”, disse.
O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciou que a vacinação está prevista para ocorrer a partir de 25 de janeiro de 2021 no estado de São Paulo e outros estados também poderão seguir o cronograma. Dória disse que onze estados já entraram em contato com o governo de São Paulo para comprar a CoronaVac.
O prefeito de Hidrolândia e presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Paulo Sérgio Rezende, foi a São Paulo com a intenção encomendar vacinas. "A vinda a São Paulo é para protocolar o ofício junto ao diretor do Butantan para que seja atendido, assim que seja liberado a vacina através da Anvisa, para que cada município que quiser adquirir a vacina, se tiver condições financeiras, entrar na fila", disse.
A atitude foi reprovada pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). “De repente, demagogicamente, o presidente da Associação Goiana dos Municípios diz que está fazendo também um agrupamento de prefeitos para solicitar a compra. Mas comprar o que, da onde, de quem, se a produção do Butantan não é de São Paulo, a da Fio Cruz não é do Rio de Janeiro. A produção dessas vacinas é da União”, disse.
Autorizações
A Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou na quinta-feira (10) as regras para a autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimental, de vacinas contra a Covid-19. Na prática, a medida abre caminho para que empresas possam fazer esse pedido de emergência.
"A autorização de uso emergencial é um mecanismo que pode facilitar a disponibilização e o uso das vacinas contra Covid-19, ainda que não tenham sido avaliadas sob o crivo do registro, desde que cumpram com os requisitos mínimos de segurança, qualidade e eficácia", disse Alessandra Bastos Soares, diretora da Anvisa.
A agência ainda não recebeu nenhum pedido de uso emergencial nem pedido de registro de vacinas. Soares ressaltou que esse pedido deve ser feito pela empresa.
O ministro Eduardo Pazuello disse na quarta que poderá haver vacinação contra a Covid-19 ainda neste mês de dezembro, ou no início de janeiro de 2021, se a Pfizer conseguir a autorização emergencial junto à Anvisa.
Fonte: G1
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