Neste
domingo (27), por volta das 5h30, um tremor de magnitude preliminar
ocorreu no município de São Miguel das Matas, na Bahia. O evento foi
registrado pelas estações sismográficas que foram instaladas na região
após os tremores que ocorreram nos meses de agosto e setembro,
destacando o de magnitude 4.6, que ocorreu no dia 30. O abalo de hoje
teve registro de 1.0 MLv, ou seja, foi de baixa intensidade. As
inforamações são Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. O decreto de situação de emergência do município de
São Miguel das Matas, no Vale do Jiquiriçá, foi homologado pelo Governo
do Estado em publicação no Diário Oficial da Bahia desta sexta-feira
(25). A cidade foi fortemente afetada pelos tremores de terra na região,
um deles chegou a magnitude 4,6. São Miguel das Matas decretou estado
de emergência em 31 de agosto, dois dias após a ocorrência do 1º
terremoto na região. Com a homologação, a Defesa Civil da Bahia (Sudec)
enviará o texto para a homologação nacional, o levará recursos federais
para a reconstrução de casas na cidade, explica o superintendente da
Sudec, Paulo Sérgio Luz. De acordo com
Luz, um relatório do município aponta que 10 casas terão que ser
demolidas no local e outras 129 possuem fissuras e rachaduras, sendo
assim, precisam ser reformadas. “Vamos encaminhar o decreto para a
Defesa Civil Nacional para que ele possa ser reconhecido. Junto a isso,
vamos solicitar recursos da Defesa Civil Nacional para a reconstrução e
reparo das casas”, relata o superintendente. A decretação do estado de
emergência, mesmo quando realizada apenas pelo município, permite a
contratação de empresas e o uso de recursos público sem a necessidade de
licitações. “O processo ganha celeridade”, comentar Luz. O estado de
emergência vale por 180 dias, retroagindo seus efeitos a 31 de agosto. A
homologação foi baseada nos danos causados pelos tremores de terra no
município e visa preservar o bem-estar da população. Procurado para
comentar o assunto, o prefeito de São Miguel da Matas, José Renato
Curvelo, não foi encontrado. Apesar de também ter decretado a situação
de emergência, o município de Amargosa não enviou o decreto para a
Sudec. Os nove sismógrafos instalados pelo Laboratório Sismológico da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LABSIS/UFRN) na região de
Amargosa, no começo de setembro já estão funcionando. Segundo o mestre
em geofísica e integrante do Labsis, Eduardo Menezes, foram detectados
125 tremores de terra de baixa intensidade nas localidades entre os dias
5 e 15 de setembro. Os dados iniciais refutam a ideia de que poderia
estar ocorrendo um enxame sísmico na região, explica o pesquisador. “Não
seria bem um enxame porque, para isso, deveria ocorrer um número
elevado de tremores, entre 100 e 200 ocorrências por dia. Isso não
acontece na região. Lá existe uma atividade sísmica periódica, não um
enxame”, informa. Dos 9 sismógrafos, três possuem conexão com a internet
e podem enviar dados de forma constante. As informações iniciais
apontam que os tremores de terra na região são rasos, ocorrendo em até 2
Km da superfície. Os últimos eventos registrados tiveram magnitude 1,o
que é considerado baixo. A expectativa é que o monitoramento da região
continue até novembro, podendo ser estendido caso seja necessário. Os
pesquisadores do Labsis planejam voltar para a Bahia após o dia 15 de
outubro, quando devem coletar mais dados, realizar a manutenção dos
sismógrafos e ministrar uma palestra sobre os eventos sísmicos para a
população em conjunto com a Sudec. Não é possível determinar até quando
os tremores devem continuar acontecendo, mas a pesquisa é importante
para orientar melhor a população e os gestores sobre os terremotos na
região. “O importante daqui para a frente é instruir a população e
observar as novas construções no local. Por ser uma região com a
ocorrência de tremores, as casas precisam ser projetadas para suportar
esses tremores. Ainda existe uma questão de conhecimento para a
população, um processo de educação e orientação que deve ocorrer”,
afirma Menezes. (Marina Hortélio)
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