O Globo
O ex-presidente Michel Temer foi denunciado nesta sexta-feira pela força-tarefa da Lava-Jato do Rio, um dia após virar réu no caso da mala com R$ 500 mil da J&F. O ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco (MDB-SP) e o coronel João Baptista Lima Filho também foram denunciados. Caberá ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, dizer se eles viram ou não réus nas duas denúncias apresentadas.
Na primeira denúncia, Temer foi acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo suposto desvio de R$ 1 milhão de um contrato de prestação de serviços de mídia para o Aeroporto de Brasília. Na segunda, o crime é de peculato e está relacionado ao favorecimento de uma empresa ligada ao ex-presidente nas obras da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde.
NOVAS PROVAS – A força-tarefa do MPF, que tem pressa em formalizar as acusações, passou o último fim de semana analisando provas colhidas nas ações de busca e apreensão da última quinta-feira contra o grupo de Temer.
Temer foi preso por determinação de Bretas, mas foi solto quatro dias depois após decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Ele foi alvo de investigação por suspeita de recebimento de propina da construtora Engevix, em troca de contratos na execução de obras da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde fluminense.
A empresa Argeplan, do coronel Lima, participou de um contrato de R$ 162 milhões com a Eletronuclear para atuar nas obras de Angra 3, em parceria com uma empresa chamada AF Consult, que teve sedes na Suíça e Finlândia. Na prática, a construtora Engevix tocaria a obra, como subcontratada. Segundo o MPF, a Argeplan não tinha nem expertise e nem pessoal para participar
VÁRIOS PROCESSOS – Temer é investigado em uma série de processos, entre eles o do Inquérito dos Portos e o da delação da JBS. Mas sua prisão foi expedida por causa de delação envolvendo denúncias sobre propinas na Usina Angra 3
O empresário José Antunes Sobrinho, da Engevix, teve sua delação premiada homologada pelo ministro Luís Roberto Barroso em outubro do ano passado. À PF, o empresário detalhou as negociações com o coronel João Baptista Lima, amigo de Temer e apontado como seu principal operador pelos investigadores, além das pressões sofridas para fazer pagamentos ao MDB.
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