O Blog do Caminhoneiro lançou hoje em sua página do Facebook uma enquete, pedindo aos caminhoneiros que se posicionassem sobre uma nova paralisação no país. O resultado da enquete, após mais de três mil votos, mostra que os caminhoneiros estão bastante divididos quanto à uma nova paralisação.
Os números mostram que 53% dos caminhoneiros que responderam a enquete são contrários a uma nova paralisação. Os outros 47% são favoráveis a nova greve, que pode ser iniciada amanhã.
A maioria dos comentários contrários à uma nova paralisação descrevem o pouco tempo de governo do Presidente Jair Bolsonaro. De acordo com esses comentários, uma greve agora pode desestabilizar o governo e ser usada como ferramenta política por partidos contrários ao novo governo.
Os comentários contrários também citam a falta de apoio dos caminhoneiros para um novo movimento de paralisação, como ocorreu em 2018, que diversas outras classes de trabalhadores aderiram ao movimento.
Os comentários favoráveis à paralisação, que pode ser iniciada amanhã, relatam os problemas enfrentados pela categoria, que não foram solucionados após a greve de maio de 2018, como os valores dos fretes, que não estão sendo pagos aos caminhoneiros conforme a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, que estabelece valores mínimos para negociação dos fretes.
Muitas empresas tem pago aos caminhoneiros valores muito abaixo do determinado na tabela da ANTT, e algumas ainda coagem os caminhoneiros, que em caso de não carregar ou denunciar essas cargas, eles podem entrar em uma espécie de lista negra, que impediria o caminhoneiro de carregar novamente. Também falta fiscalização da ANTT.
Os caminhoneiros favoráveis ao movimento também falam das constantes oscilações do preço do diesel, a maioria de altas. Nesse ano já ocorreram 13 variações de valor do combustível, sendo 11 de alta.
Os caminhoneiros também questionam os valores pagos pelo combustível, que já tem ficado mais altos do que antes da greve de 2018, achatando a rentabilidade dos fretes. O diesel é o principal custo do transporte rodoviário.
O movimento para uma nova paralisação está bastante dividido, e não há uma organização central de reivindicações para o movimento, com diversos grupos de caminhoneiros se organizando pelo Facebook e Whatsapp, cada um a seu modo e com suas reivindicações, o que também pode dar menos força a um movimento grevista agora.
Em maio de 2018 os caminhoneiros iniciaram a greve que durou 11 dias chamados pela Abcam e pela CNTA, as duas entidades que mais se destacaram no movimento. Após o inicio das manifestações, outras entidades aderiram e o movimento cresceu ainda mais.
A paralisação, se acontecer, deve começar amanhã, no início da manhã. Ainda não há confirmação do possíveis locais de bloqueios nas rodovias.
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