MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

“Quando chove, saio correndo”: o drama de um jovem alérgico a água


Por: A Gazeta
05/11/2017 - 17:30

Quando o tempo está se fechando, e a chuva ameaça cair, ele já fica preocupado. Não é nenhuma mania esquisita. É trauma mesmo. David de Souza Junior, 21 anos, tem alergia a água. “Quando estou na rua e começa a chover, saio correndo, me escondo”, conta o universitário e morador de Vitória.
Esse tipo de alergia é raro, mas existe. “É a chamada urticária aquagênica. O contato da água com a pele faz empolar”, explica a alergista Faradiba Sarquis Serpa. Urticária é uma reação não contagiosa em que a pessoa fica com o corpo coberto com manchas avermelhadas, que coçam bastante.
De cara, a pergunta que vem à mente é: mas como ele faz para tomar banho? Realmente, David não pode se dar ao luxo de se refrescar demoradamente debaixo do chuveiro em um dia de calor. “Meus banhos duram três, cinco minutos no máximo”, conta o jovem.

É assim desde que David descobriu a alergia, há dois anos. “No início, era mais grave. Ficava todo empolado, inchado, com muita coceira. Às vezes, ia dormir chorando, de tanto que ardia. Cheguei a ficar sem tomar banho um dia ou outro”, relata.
Dar aquele delicioso mergulho no mar ou na piscina, nunca mais. “Eu gostava de ir ao clube. Mas não posso mais. O médico disse que se eu tiver contato com muita água assim posso até morrer”.
E, sim, ele pode beber água normalmente. O problema só ocorre quando a água entra em contato com a pele do alérgico por muito tempo.
ORIGEM
David não sabe ao certo como a alergia começou, mas acha que ela pode ter sido desencadeada por um antibiótico que tomou, no final de 2015, por conta de uma virose. “Era um remédio à base de azitromicina. A alergista diz que isso pode ter desencadeado a alergia”, diz.
Ele até suspeita que tenha nascido com a doença. “Quando eu era criança, ficava com umas manchas vermelhas no corpo depois do banho. Mas como não coçava, achava normal”.
As primeiras crises foram piores. Hoje, ele consegue controlar a alergia sem remédios, só com a mudança de hábito mesmo e certas precauções.
Por exemplo, evita transpirar muito. “Quando eu suo muito durante o dia e depois entro no banho, a reação é pior. Empola mais, coça. Procuro me secar perto de um ventilador até para evitar a ardência”, relata o universitário.

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