Vencidos no
Poder Legislativo, os adeptos da ideologia de gênero tentam agora minar
a Base Nacional Comum Curricular. E há tuiteiras (esquerdistas, óbvio)
que afirmam não existir tal ideologia. Já que não enxergam o fato,
deveriam estudar mais. Recomendo, para iniciar, a obra de Andrew
Heywood, em dois volumes - o segundo abordando as ideologias políticas
do feminismo ao multiculturalismo (Editora Ática). Editorial da Gazeta
do Povo (chamada, por uma tuiteira cegueta, de Gazeta do Povo
Conservador):
A pressão popular foi decisiva para que a ideologia de gênero
– que coloca a biologia em segundo plano para postular que o gênero é
uma construção social e que, em última instância, está sujeito à decisão
do indivíduo – não fosse incluída no Plano Nacional de Educação, votado
e aprovado pelo Congresso Nacional em 2014. Diante da derrota, os
defensores dessa ideia dentro do Ministério da Educação (MEC) adotaram
estratégia diferente: cederam no âmbito nacional, onde a discussão do
PNE tinha muita visibilidade, e passaram a pressionar os estados e
municípios, recomendando a ideologia de gênero como diretriz educativa
nos planos estaduais e municipais de Educação, contando com mobilização
mais fraca. Não foi o que houve: os cidadãos continuaram se
manifestando, de forma que foram pouquíssimos os estados e municípios
que acataram a recomendação em seus planos.
Mesmo
assim, os defensores da ideologia de gênero entrincheirados no MEC não
desistem, e colocaram diversas menções a ela na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), documento que norteará parte dos currículos escolares
nas redes pública e privada da educação básica assim que o texto for
homologado pelo governo federal. O truque está no fato de que basta a
aprovação do ministro da Educação para que a BNCC seja implantada em
todo o país, sem maiores discussões – especialmente no Congresso, onde
já se sabe que a ideologia de gênero não tem como prosperar.
A pressão popular foi decisiva para que a ideologia de gênero
– que coloca a biologia em segundo plano para postular que o gênero é
uma construção social e que, em última instância, está sujeito à decisão
do indivíduo – não fosse incluída no Plano Nacional de Educação, votado
e aprovado pelo Congresso Nacional em 2014. Diante da derrota, os
defensores dessa ideia dentro do Ministério da Educação (MEC) adotaram
estratégia diferente: cederam no âmbito nacional, onde a discussão do
PNE tinha muita visibilidade, e passaram a pressionar os estados e
municípios, recomendando a ideologia de gênero como diretriz educativa
nos planos estaduais e municipais de Educação, contando com mobilização
mais fraca. Não foi o que houve: os cidadãos continuaram se
manifestando, de forma que foram pouquíssimos os estados e municípios
que acataram a recomendação em seus planos.
Mesmo
assim, os defensores da ideologia de gênero entrincheirados no MEC não
desistem, e colocaram diversas menções a ela na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), documento que norteará parte dos currículos escolares
nas redes pública e privada da educação básica assim que o texto for
homologado pelo governo federal. O truque está no fato de que basta a
aprovação do ministro da Educação para que a BNCC seja implantada em
todo o país, sem maiores discussões – especialmente no Congresso, onde
já se sabe que a ideologia de gênero não tem como prosperar.
A versão mais recente da BNCC
tem diversas menções a questões de gênero, especialmente nos conteúdos
de artes – entre as habilidades recomendadas para estudantes de 1.º a
5.º ano, está “discutir as experiências corporais pessoais e coletivas
desenvolvidas em aula, de modo a problematizar questões de gênero e
corpo”; para alunos do 6.º ao 9.º ano, “refletir sobre as experiências
corporais pessoais e coletivas desenvolvidas em aula ou vivenciadas em
outros contextos, de modo a problematizar questões de gênero, corpo e
sexualidade” (páginas 159 e 165). Nas diretrizes para o ensino de
História, as questões de gênero são incluídas entre as temáticas que
devem ganhar destaque (página 351).
Há
outras menções a gênero na BNCC que se referem ao combate à
discriminação. De fato, cada ser humano, portador de uma dignidade
intrínseca, merece ser respeitado pelo que é. Isso, no entanto, é bem
diferente de impor a escolas de todo o Brasil a promoção de uma teoria
controversa e carente de fundamentação científica, que ainda por cima
atropela as convicções morais de muitas famílias – é oportuno, aqui,
lembrar o artigo 12 da Convenção Americana de Direitos Humanos, segundo a
qual “Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus
filhos ou pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde
com suas próprias convicções”. Nada disso, no entanto, importa aos
ideólogos do MEC.
Em um
país que aparece sempre na rabeira dos rankings internacionais de
habilidades básicas, como leitura e matemática, e em que quase quatro
entre dez universitários não são capazes de compreender um texto
complexo (quanto mais redigir um), a obsessão dos educadores com a
ideologia de gênero é incompreensível. Não se trata, aqui, de criar uma
falsa dicotomia, como se fosse preciso escolher entre ensinar uma coisa
ou outra; o problema é bem diferente e está na inversão de prioridades,
como se a salvação da educação nacional estivesse não na ênfase nas
habilidades básicas que faltam a parte significativa dos nossos
estudantes e sem as quais não temos como progredir, mas em uma pedagogia
“lacradora” (para usar uma expressão tão ao gosto dos promotores da
engenharia social) imposta uniformemente a todo o país.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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