domingo, 31 de julho de 2016
Forças apoiadas pelos EUA na Síria tomam parte da cidade de Manbij
Cerca de 70% da cidade foi recuperada pelas Forças Democráticas Sírias.
Local estava tomado pelo Estado Islâmico.
Da Reuters
As Forças Democráticas Sírias (SDF, na sigla em inglês) cercaram os militantes sunitas de ultra linha-dura no bairro antigo e foram combatê-los em algumas partes da cidade, depois de tomar a maioria do oeste, leste e sul da cidade, disse Sharfan Darwish do Conselho Militar à Reuters, em Beirute, por telefone.
A SDF, que foi formada no ano passado e inclui a poderosa milícia curda YPG e combatentes árabes, lançou a campanha há quase dois meses com o apoio forças especiais dos Estados Unidos para retirar o Estado Islâmico de seu último trecho da fronteira entre a Síria e a Turquia.
Praticantes de rapel formam símbolo olímpico no viaduto do Metrô Sumaré
Grupo com 124 pessoas fez os anéis olímpicos.
Objetivo é entrar para o Livro dos Recordes.
Elida OliveiraDo G1 SP
Metrô Sumaré (Foto: Elida Oliveira/G1)
Sadério disse que ninguém nunca fez isso, unindo tantos rapeleiros em uma formação de anel olímpico. A preparação do grupo com a montagem das cordas para formar o símbolo em rapel começou na madrugada.
"Um engenheiro fez o projeto e marcou os pontos onde cada um deverisa se posicionar. Cada rapeleiro sabia exatamente a altura que tinha que descer", explicou.
Com o símbolo formado, os rapeleitos cantaram o hino nacional e a música "Sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".
Cidades têm domingo de protestos contra Dilma e contra Temer
Manifestações foram convocadas por movimentos sociais e sindicatos.
Atos tiveram críticas ao governo Temer e apoio ao impeachment de Dilma.
Do G1, em São Paulo
(Foto: Will Soares e Roney Domingos/G1)
Atos ocorriam no Acre, em Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal.
As manifestações foram convocadas por movimentos sociais e sindicatos. Além de críticas ao governo interino e apoio ao impeachment, alguns atos também declararam apoio a reivindicações específicas, como as investigações da Lava Jato, a autonomia da Polícia Federal e o fim da corrupção.
Veja como foram os protestos por estado:
Acre
Alagoas
Maceió foi palco de atos contra Dilma e contra Temer neste domingo.
Amazonas
Em Manaus, manifestantes foram às ruas em protestos para pedir o impeachment de Dilma e para pedir a saída de Temer.
Bahia
A capital, Salvador, foi palco da manifestações a favor e contra Dilma Rousseff.
Em Ilhéus, na região sul da Bahia, uma carreata também pediu o afastamento definitivo de Dilma. Segundo a PM, 25 veículos participaram. Os organizadores disseram que 42 veículos estavam na mobilização.
Ceará
Protestos contra Dilma e contra Temer foram registrados em Fortaleza.
Distrito Federal
Espírito Santo
Manifestantes pró-Dilma e pró-Temer foram às ruas em Vitória e Vila Velha neste domingo.
Goiás
Em Goiás, manifestantes contra Temer e contra Dilma também se reuniram.
(Foto: Vitor Santana/G1 e Sílvio Túlio/G1)
Pela tarde, um grupo se reuniu para se manifestar em defesa do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, também na capital. Segundo os organizadores, 1,5 mil pessoas participam do protesto. Já a PM calcula que 400 fazem presença na manifestação.
Em Rio Verde, na região sudoeste de Goiás, um grupo promoveu um ato contra a corrupção. Nas duas cidades os atos foram pacíficos.
Maranhão
Em São Luís, o domingo foi marcado por atos contra Dilma e contra Temer.
Minas Gerais
Dois protestos se concentraram em praças diferentes de Belo Horizonte neste domingo.
No Interior do estado, houve protestos contra Dilma em Coronel Fabriciano, Juiza de Fora, Lavras, Montes Claros, Ouro Fino, Três Corações, Uberaba e Varginha.
Mato Grosso
Mato Grosso do Sul
Pará
Manifestantes protestaram contra e a favor do impeachment em Belém neste domingo.
Paraíba
Pernambuco
Em Recife, manifestantes pró-impeachment se reuniram durante a manhã, e um ato contra Temer e a favor de Dilma foi realizado durante a tarde.
Paraná
No Paraná, protestos contra Dilma e contra Temer ocorreram em várias cidades.
Protestos contra Dilma também aconteceram em Cascaval, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e Londrina. Em Ponta Grossa e Maringá, houve também manifestações contra o presidente em exercício Michel Temer.
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Dois grupos de manifestantes protestaram em parques de Porto Alegre durante a tarde.
(Foto: Montagem sobre fotos/Josmar Leite e Fabio Almeida/RBS TV)
O outro grupo, que contou com cerca de 4 mil manifestantes no Parque Farroupilha, no Centro da capital, manifestou apoio à Dilma, pediu seu retorno à presidência e a saída do presidente em exercício Michel Temer.
Santa Catarina
Protestos contra Dilma e contra Temer foram registrados em várias regiões catarinenses.
Neste domingo, manifestações foram registradas também em Chapecó, no Oeste, Lages, na Serra, Blumenau, Brusque e Timbó, no Vale do Itajaí, em Balneário Camboriú, no Litoral Norte, e Joinville, Mafra e Porto União, no Norte. Houve atos a favor do afastamente definitivo de Dilma Rousseff e contra o presidente em exercício, Michel Temer.
São Paulo
Manifestantes fizeram neste domingo dois atos distintos em São Paulo: um contra a presidente afastada Dilma Rousseff e o outro contra o presidente em exercício Michel Temer.
De acordo com o MTST, 50 mil pessoas participam do ato contra Temer. Nem os organizadores do ato na Paulista nem a Polícia Militar divulgou o número de participantes em cada um dos atos.
No Interior Paulista, foram registrados atos contra Dilma em Araraquara, Avaré, Campinas, Fernandópolis, Franca, Jundiaí, Limeira, Ourinhos, Piracicaba, Pompeia, Ribeirão Preto, Rio Claro, São Carlos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sertãozinho e Taubaté.
Tocantins
Novo livro de Harry Potter é lançado
Obra teve lançamento mundial e é baseada em uma peça de teatro
por
Ansa
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A edição em inglês do livro já está disponível, no Brasil
Foi lançado no primeiro minuto deste domingo (31/7) o novo livro da saga Harry Potter, "Harry Potter e a criança amaldiçoada".
A obra de dois volumes e a oitava com o nome do bruxo é o roteiro da peça que estreou no Palace Theatre, em Londres.
Na nova obra, Harry já está adulto, é funcionário público e pai de três filhos.
Alvo Severo, a criança do meio, é o principal personagem da história, também escrita pela autora J.K. Rowling.
No Brasil, a edição em inglês do livro já está disponível, assim como em todo o mundo. Mas o título em português só estará à venda a partir de 31 de outubro, pela editora Rocco.
A obra de dois volumes e a oitava com o nome do bruxo é o roteiro da peça que estreou no Palace Theatre, em Londres.
Na nova obra, Harry já está adulto, é funcionário público e pai de três filhos.
Alvo Severo, a criança do meio, é o principal personagem da história, também escrita pela autora J.K. Rowling.
No Brasil, a edição em inglês do livro já está disponível, assim como em todo o mundo. Mas o título em português só estará à venda a partir de 31 de outubro, pela editora Rocco.
Militares podem “abandonar o barco” e deixar segurança no RIO.
Os jogos Olímpicos do RIO terão
uma segurança compartilhada: 41% pública e 59% privada. A segurança mais
complexa e o enfrentamento estará a cargo da Força Nacional, polícia
militar do Estado do Rio e Forças Armadas.
Nessa tarde MILITARES pressionaram oficiais que comandam a tropa e exigiram condições humanas de trabalho.

Imagem recebida de leitor / redes sociais.
Nas páginas MILITARES e redes sociais do
RIO de JANEIRO divulga-se várias informações sobre instalações
inadequadas para militares que atuam na guarda nacional. Os militares,
de vários postos e graduações, oriundos de forças policiais de vários
estados, estariam trabalhando mais do que um ser humano poderia
suportar, estariam alojados em locais perigosos e precários, sem camas,
sem água etc.
Vejam uma das informações divulgadas pelos próprios militares.“Estou trabalhando aqui no rio, para a Olimpíada!
Vim para o contingente da força nacional! Queríamos denunciar o abuso que está acontecendo.
Estamos trabalhando mais de 60 horas semanais, numa escala de 12 por 24. Onde essas 24 horas de folga se tornam 16, pois temos que estar prontos duas horas antes do início do serviço, e quando largamos o serviço levamos quase duas horas para chegar no local de descanso!
Sem contar o serviço de 12 horas que é em pé, com um fuzil na mão, onde não podemos nem descansar! Temos tempo contato para comer, e se quisermos por acaso tirar um cochilo, esse cochilo é no chão duro! Como segue na foto que vou te mandar!
Quando estou de serviço das 7 às 19. Me acordo às 4 da manhã para as 5 estar pronto. Chego no meu local de trabalho e fico até as 19. Onde só chego no local onde seria meu conforto de descanso, quase 21 horas!
Sem contar que as diárias prometidas não estão sendo pagas, nem mt menos a diária que seria dobrada como tbm foi prometido. Estamos com menos de 3500 homens e mulheres aqui, em condições sub-humanas.
Estamos dormindo em colchão de ar, que tivemos que comprar pois não nos forneceram beliches nem colchões. Falta quase um mês para a Olimpíada, e mais da metade do efetivo inclusive os 200 quem vieram de Santa Catarina estão pensando em abandonar o barco, nessas condições ficaremos doentes, e não conseguiremos prestar um serviço de excelência que nos é cobrado!
Estamos sendo cobrados ao extremo, e o nosso comando nos ameaça, pois perdeu o controle da sua tropa!
Tropa está que esta adoecendo e pedindo socorro”
Revista Sociedade Militar
França: magro arsenal jurídico contra o jihadismo
Escrito por Eduardo Mackenzie
| 28 Julho 2016
Internacional - MÍDIA SEM MÁSCARA
Internacional - MÍDIA SEM MÁSCARA
Há quatro meses das eleições primárias da direita e há nove meses da eleição presidencial, Hollande e Valls querem despedaçar o campo da direita, e atrair de novo o redil socialista a seus aliados habituais, comunistas, verdes e radicais.
A
lassidão e a cegueira oficial continuam vigentes na França. Insensível
ao clamor popular que pede mão dura contra o terrorismo islâmico,
especialmente após a matança de 84 pessoas em Nice, o presidente
François Hollande freou, através de seu primeiro-ministro Manuel Valls,
tudo o que pôde para que o novo plano de segurança, negociado com a
oposição na Assembléia Nacional, seja magro e mesquinho. Após sete horas
de acalorado debate parlamentar com a direita, o compromisso que saiu
disso só consta de três pontos: o prolongamento do estado de urgência
até janeiro próximo, a possibilidade de realizar invasões domiciliares
sem permissão de um juiz e a possibilidade de explorar os dados que se
encontrarem em computadores e telefones apreendidos.
Com esse arsenal jurídico mínimo, a dupla Hollande-Valls pensa enfrentar a guerra bestial que o Daesh (ISIS) decretou à França.
O
primeiro-ministro Valls teve de agüentar uma sabatina dos deputados
quando sugeriu que seu governo havia feito “todo o necessário” contra o
terrorismo. Cinco dias depois do massacre de Nice e oito meses depois da
matança no Bataclan e no Hyper Cacher, em Paris, esse balanço é, para
muitos, inaceitável. O partido gaullista Los Republicanos (LR) propõe há
meses uma série de medidas que, sem ser milagrosas, poderiam melhorar a
luta anti-terrorista e proteger mais eficazmente a população: reforçar o
estado de urgência, aumentar o poder dos governadores, utilizar o
direito de fazer invasões domiciliares administrativas, criar centros de
retenção para os jihadistas que regressam à França, expulsar os
estrangeiros condenados por haver cometido delitos, pôr tornozeleiras
eletrônicas nos suspeitos de poder atentar contra a segurança nacional,
fechamento das mesquitas salafistas, expulsão dos imanes estrangeiros
que predicam o ódio anti-francês e anti-semita, culpabilizar os que
consultam os portais web islâmicos e deter provisoriamente os menores
envolvidos em delitos relacionados com a empresa terrorista.
Só
três desses pontos foram adotados na noite da terça-feira passada.
Nesse debate Manuel Valls mostrou-se resistente a adotar uma “legislação
de exceção”, alegando que isso equivaleria a “abandonar o Estado de
direito”.
Nada disso, retrucou Gérard Larcher, presidente do Senado: “O Senado presta grande atenção a respeito das liberdades, porém também procura de forma permanente a eficácia”, declarou. E insistiu: “Estamos em estado de guerra. O Estado de direito deve se ajustar ao estado de guerra”.
O momento mais candente ocorreu quando Laurent Vauquiez, do LR, ante a
insistência de Valls sobre a inconveniência de adotar um arsenal
repressivo conseqüente, lhe lançou: “O senhor invoca a liberdade pessoal dos terroristas. Não há liberdade para os inimigos da República”.
A
carga foi violenta e gerou protestos na bancada de esquerda, pois alude
forçosamente a um caso de consciência que racha a credibilidade de
Hollande: se seu governo não houvesse derrogado uma disposição do
governo anterior, durante a presidência de Nicolas Sarkozy, o terrorista
que massacrou 84 pessoas em Nice não teria podido cometer essa
atrocidade: em sua qualidade de delinqüente estrangeiro, ele teria sido
expulso da França após haver sido condenado, em março de 2006, por atos
violentos cometidos contra um particular. Não o foi, pois,
lamentavelmente, a ministra da Justiça de Hollande, Christiane Taubira,
campeã da lassidão, desbaratou, por puro sectarismo, quase todas as
reformas penais da era Sarkozy.
Na
realidade, a lógica jurídica não é o que explica o angelicalismo
suicida de Valls. A virulência do discurso governamental contra a
oposição, contra suas propostas anti-terroristas, inclusive contra o
informe da comissão parlamentar Fenech-Pietrasanta, deve-se, temem
alguns observadores, a cálculos políticos egoístas.
A
quatro meses das eleições primárias da direita e a nove meses da
eleição presidencial, Hollande e Valls querem despedaçar o campo da
direita e atrair de novo ao curral socialista seus habituais aliados
comunistas, verdes e radicais, e preparar as profundas divisões no seio
do PS, o qual está em crise, perde militantes e conta até com frações
muito hostis ao governo Valls na Assembléia Nacional. Toda concessão no
terreno da segurança seria vista, eles calculam, como um triunfo da
direita e da extrema-direita, e como uma capitulação antes tais
formações, o que reduziria ainda mais a escassa margem que François
Hollande teria - no caso de ser de novo candidato da esquerda - de
chegar ao segundo turno na eleição presidencial.
Tal
estratégia explica por que, antes do atentado de Nice, muitas
concessões foram feitas em matéria de (in)segurança, na perspectiva de
impedir que a brecha não se amplie ainda mais no campo esquerdista.
Os
resultados de tal política foram desastrosos porém, o que mais indigna a
opinião pública é ver que a catástrofe de Nice não levou Hollande a
reconhecer seus erros. “O tríptico emoção, comunicação e banalização, a partir do momento em que nos afastamos da tragédia, já não funciona”,
denunciou Eric Ciotti. O deputado LR assinala assim o pernicioso
trabalho de certa imprensa de esquerda, escrita e audio-visual, que
insistia, no começo, no caráter islâmico do atentado de Nice, tese que o
procurador François Moulains derrubou. Ele explicou as fases da rápida
radicalização islâmica do terrorista, que havia começado a planejar sua
matança sete meses antes deste 14 de julho. Ciotti aponta igualmente
contra a tentativa da mesma imprensa de censurar, quando não de
desvirtuar e ridicularizar as exigências da oposição. A imprensa adicta
ao governo sugere, por exemplo, que a vaia massiva contra Valls em Nice
foi instigada pela “extrema-direita fascista”, quando foi, na realidade,
uma reação expontânea das pessoas ante a ira desatada pela ausência de
força pública na terrível noite do atentado”.
Tradução: Graça Salgueiro
Escola sem censura
Escrito por Olavo de Carvalho
| MÍDIA SEM MÁSCARA
Os cinco pontos fundamentais do "Escola Sem Partido" são tão obviamente justos e tão solidamente amparados na Constituição Federal, que os inimigos do movimento, para combatê-lo, não tiveram outro remédio senão roubá-los e fingir que o movimento defendia as propostas contrárias.
No imaginário popular, criado e alimentado por essas três classes de vendedores de drogas que são os jornalistas, os professores e o pessoal do show business, o termo “universidade medieval” evoca imediatamente um ambiente mental opressivo e rigidamente dogmático, hostil à linda “liberdade de discussão” que a modernidade viria a inaugurar para a felicidade e conforto do gênero humano.
Como praticamente tudo o que vem dessas três fontes, isso é a exata inversão da realidade.
Nas universidades medievais, o principal método de ensino, ao lado da lectio ou comentário de texto, era a disputatio, ou debate organizado, que, dada uma questão, começava justamente pelo levantamento de todas as opiniões pró e contra disponíveis e em seguida prosseguia pela confrontação sistemática dos argumentos que as sustentavam.
O aluno que desejasse defender alguma ideia era convidado primeiro a reproduzi-la fielmente e argumentar contra ela, da maneira mais eficiente que pudesse, levando em conta todos os argumentos preexistentes, para ter a certeza de que se movia em terreno firme.
Ao contestar uma opinião, devia, antes, anunciar se negava alguma das suas premissas, o desenvolvimento lógico do argumento ou a sua concordância com os fatos conhecidos.
Em nenhuma universidade do mundo, nos dias que correm, vigora tamanho respeito pela liberdade de opinião e pela honestidade do debate. Nem mesmo no campo das ciências naturais, onde a distribuição das verbas de pesquisa, a mando de governos, de grupos bilionários e de interesses corporativos, já bloqueia in limine a mera possibilidade de discussão das teorias julgadas inconvenientes.
Mas, se isso é assim em praticamente todas as universidades do mundo, no Brasil a seletividade autoritária é ainda agravada até à demência pelo império dos professores ineptos –cinqüenta por cento deles, entre os recém-formados, analfabetos funcionais –, que defendem ferozmente os seus privilégios grupais e os seus interesses partidários contra o risco de discussões abertas que terminariam inevitavelmente pela sua desmoralização pública.
É esse estado de coisas que seus criadores e mantenedores descrevem, cinicamente, como “pluralismo”, “liberdade democrática” e “respeito pelas diferenças”.
O fenômeno do Dicionário Crítico do Pensamento da Direita (leiam aqui), em que cento e vinte professores universitários, subsidiados por verbas oficiais e privadas, prometiam um vasto panorama dessa corrente de opinião e em lugar dela promoviam a sua ocultação sistemática, ludibriando desavergonhadamente seus alunos e os leitores em geral, já bastava para ilustrar no ano de 2000, com amostragem estatística mais que suficiente, um estado de controle ditatorial que desde essa época não cessou de se ampliar formidavelmente e que seus beneficiários defendem com a bravura de militantes fanatizados e a mendacidade de criminosos psicopáticos contra a intrusão do “Escola Sem Partido”.
Há alguma coisa errada com o "Escola Sem Partido"? Há. O nome. Deveria chamar-se "Escola Sem Censura", porque a parte mais decisiva da dominação comunista na educação brasileira não consiste na propaganda ativa, que pode ser eficiente mesmo quando em doses mínimas, e sim na exclusão sistemática de tudo o que a contraria.
A mente do estudante pode se defender do que lhe dizem, mas fica impotente quando os meios de reagir lhe permanecem totalmente desconhecidos.
O nome "Escola Sem Partido" evoca o isentismo hipócrita que os jornais brasileiros encarnam tão bem, que só serve à esquerda e que ainda dá a ela a chance de acusar os adversários de querer praticá-lo.
Outro erro é a insistência na palavra “doutrinação”. Doutrinação é a inculcação sistemática de um corpo de sentenças ou teorias, de uma visão da realidade, que não pode nem mesmo ser compreendida sem alguma confrontação, por modesta que seja, com hipóteses adversas ou alternativas.
Como dizia Benedetto Croce, “é impossível compreender um filósofo sem saber contra quem ele se levantou polemicamente”. E Julián Marías explicava que a fórmula de qualquer tese filosófica não é simplesmente “A é C”, mas “A não é B e sim C”.
Nesse sentido, pode-se dizer que nas escolas brasileiras, mesmo de nível superior, a quantidade de doutrinação é mínima.
Pascal Bernardin demonstrou, no já clássico Maquiavel Pedagogo, que as técnicas pedagógicas, algumas velhas de muitas décadas, utilizadas hoje em dia para escravizar mentalmente a população estudantil, do primário à universidade, são ardis psicológicos calculados para produzir mudanças de comportamento sem passar pelos processos normais de formação de opiniões, isto é, subtraindo-se não somente à confrontação crítica mas a qualquer exame consciente do que está sendo ensinado.
Freqüentemente as condutas induzidas permanecem no nível pré-verbal, como por exemplo no caso do menininho que, em vez de ouvir uma apologia ao homossexualismo, é convidado – por experiência, só por experiência – a dar um beijo sensual na boca do seu coleguinha.
Ou, na universidade, o aluno que, antes de ter ouvido dois minutos de teoria marxista, é liberado da aula para juntar-se a uma assembléia “contra o golpe”, tendo de escolher entre curvar-se à pressão dos pares ou tornar-se um réprobo, um excluído, um maldito fascista, sem ter tido ao menos a oportunidade de esboçar mentalmente alguma objeção formal à conduta pretendida.
A indução de comportamentos, a engenharia social, a pressão dos pares, a chantagem psicológica e a intimidação velada ou aberta são os procedimentos usuais empregados em praticamente todas as universidades brasileiras para manter a população estudantil obediente a padrões de conduta cujo alcance ideológico ela pode permanecer até mesmo incapaz de formular verbalmente.
Desde os estudos de Kurt Lewin, nos anos 40 do século passado, está demonstrado que procedimentos desse tipo são muito mais eficientes do que qualquer propaganda ou “doutrinação” explícita. E hoje em dia é notório que o emprego maciço desses recursos psicológicos é recomendado e imposto até mesmo pelos organismos internacionais.
O professor que aplique essas técnicas até transformar os seus alunos no mais obediente dos rebanhos pode mesmo reagir com indignação ante a sugestão de que os esteja “doutrinando”. E não é impossível que em alguns casos ele esteja mesmo sendo “sincero”, no sentido da autopersuasão histérica que se apega a uma auto-imagem grupal defensiva para não precisar julgar moralmente o que faz na realidade.
Esses dois pontos fracos deram aos inimigos do “Escola Sem Partido” , de mão beijada, a oportunidade de ouro de inverter o quadro todo da situação, apresentando as reivindicações do movimento como se fossem as deles próprios e atribuindo a ele as propostas simetricamente inversas.
Os cinco pontos fundamentais do "Escola Sem Partido" são tão obviamente justos e tão solidamente amparados na Constituição Federal, que os inimigos do movimento, para combatê-lo, não tiveram outro remédio senão roubá-los e fingir que o movimento defendia as propostas contrárias.
Isso não é discussão, é difamação proposital, ardilosa, dolosa no mais alto grau.
Publicado no Diário do Comércio.
http://olavodecarvalho.org
http://seminariodefilosofia.org
19 exemplos expõem a mentira na frase “usar as armas do inimigo é se igualar a ele”
Por lucianohenrique on

Existem alguns dramas acometendo a direita brasileira em proporção ainda maior do que acometem as direitas da Europa e dos Estados Unidos. Um deles, já comentado amplamente por aqui, é a fé cega na crença. Outro, tão grave quanto, é a negação da política.
Negação da política significa o aceite de
uma série de auto-enganos na forma de se negar a atuação política, bem
como principalmente negar o código da guerra política. Por exemplo,
imagine alguém que durante um jogo de futebol, no qual está sendo
goleado, resolva se indignar por que o adversário está metendo a bola na
rede. Ou que, enquanto ele não está conseguindo passar em um concurso,
decida se indignar com a vontade que algumas pessoas possuem de passar
nas provas. São armadilhas deste tipo, criadas para justificar o “não
jogo” ou a “não disputa”, que definimos como a negação da política.
Tal como a fé cega na crença, a negação da política é um flagelo que incapacita boa parte da direita para o jogo político.
Vejo aqui um exemplo de negação em um post do colega Cassiano Tirapani,
que é boa gente e tem algumas ideias boas. Mas essa argumentação
abaixo, lançada por ele, é claramente resultante de alguns dos padrões
mais graves de negacionismo da política:
Não me vejo lutando uma “guerra política” contra comunistas. Vencer a esquerda é um objetivo muito mesquinho, e vencê-la a qualquer custo é pouco nobre. Para mim os fins não justificam os meios. Mesmo porque o ganho imediato quase sempre tem um alto custo histórico. A história não faz vista grossa para nossos erros, nem ameniza o peso de nossas transgressões pelas nossas “boas intenções”. Um dos estatutos mais primários da esquerda na guerra política é a noção de que o que faz mal ao seu inimigo faz bem pra ela. A esquerda trabalha com essa noção especificamente na sua atividade de subversão, que consiste em apoiar qualquer medida destrutiva, qualquer política catastrófica, qualquer grupo radical, desde que com isso ela possa prejudicar a classe burguesa e sua democracia liberal. O apoio da esquerda ao avanço islâmico é um caso atual dessa estratégia. Ao apoiar o multiculturalismo e a imigração islâmica a esquerda pensa que está no controle de um processo que vai destruir o capitalismo, quando na verdade ela está flertando com um poder muito maior do que ela pode controlar, e que, se cumprir sua finalidade, levará ao desaparecimento não apenas da direita, mas da própria esquerda. Essa “maravilhosa” estratégia é como um blefe de mãos vazias. Foi retratada no livro de Michel Houllebecq em que a esquerda apoia o partido islâmico na disputa pelo poder na França apenas para não permitir que o Front Nacional vença a disputa. Isso é como serrar o galho da árvore em que se está sentado, pensando que vai derrubar a árvore (quando quem vai cair é você). Só porque seu adversário está apavorado com suas ações, não significa que suas ações são boas – nem moralmente, e talvez nem estrategicamente. É muito difícil lutar a guerra política sem terminar adotando o mesmo padrão moral de seu antagonista. Se você puder fazer isso, te dou meus parabéns.
Então venho aqui cobrar os parabéns por
parte de Caco Tirapani, pois, com um único exemplo, toda essa análise
acima se esfacela. Basta olhar a atuação policial. Eles usam as mesmas
“armas” que os bandidos. E não se tornam bandidos (não por isso, ao
menos). Entendendo isso, você saberá que não “se transforma” no outro se
usar as mesmas armas que o outro. Ou seja, quebrar o argumento
negacionista é fácil até demais.
Eu não digo que Caco Tirapani seja um
mentiroso. Como já disse, eu o considero boa gente. Dá para notar que
ele é bem intencionado. Mas provavelmente ele minta para si próprio.
Algo como uma mentira subconsciente. O que importa é que a afirmação
dizendo “usar as armas do inimigo é se igualar a ele” é mentirosa.
Mas é melhor levar isso à prova máxima.
Observemos os seis princípios da guerra política, de David Horowitz,
junto com uma observação moral sobre cada:
- Política é guerra conduzida por outros meios: Não há nada de imoral em compreender essa obviedade.
- Política é guerra de posição: Para compreender isso, basta estudar a estratégia do “posicionamento” (amplamente abordada por Al Ries). Todos publicitários competentes sabem disso. Não há nada de imoral.
- Na guerra política, o agressor geralmente prevalece: Essa é uma realidade da vida, que vale para o futebol, e até para o posicionamento em qualquer conflito. Não há nada de imoral nisso também.
- Posição é definida por medo e esperança: Compreender isso é compreender como o ser humano recebe os estímulos do mundo. De novo, nada de imoral nisso.
- As armas da política são símbolos que evocam medo e esperança: Idem ao anterior.
- A vitória fica do lado do povo: Basta fazer uma pesquisa e observe que isso significa buscar aquilo que irá atender à maior parcela possível do eleitorado que se aproxima de você. É insano dizer que há algo de imoral nisso.
- Poder não é apenas o que você tem, mas o que o inimigo pensa que você tem. -> Aqui significa compreender, claramente, que o blefe é parte central dos confrontos humanos. Entender isso significa não viver caindo em blefes, por exemplo. Se deixar de ser vítima de blefes passar a ser imoral, então a coisa complicou.
- Nunca vá além da experiência de sua comunidade. -> Esta é uma boa prática que qualquer pessoa que lidere um grupo deve aplicar. Acho que imoral é não aplicar isso…
- Sempre que possível, fuja da experiência do seu inimigo. -> Tente se desviar dos pontos nos quais seu adversário é melhor, e foque em suas fragilidades. De novo, nada de imoral aqui.
- Faça o inimigo sucumbir pelo seu próprio livro de regras. -> Apontar as contradições humanas é uma arte que ajuda a expor os desonestos. Não apenas não há nada de imoral aqui, como a aplicação desta regra gera benefícios para a moral.
- O ridículo é a arma mais poderosa do ser humano. -> Quem já compartilhou memes de zoeira não tem moral para reclamar desta regra. Enfim, nada de imoral aqui.
- Uma boa tática é uma que a sua comunidade aprecia. -> Priorizar as coisas que as pessoas mais gostam ajuda a aumentar a aderência de suas ideias. Imoral? Nem de longe.
- Uma tática que se arrasta por muito tempo se torna um obstáculo. -> Se algo vai se arrastando e não dá resultado, é melhor trocar por outra coisa que dê resultado. Impossível isso ser imoral per se.
- Mantenha a pressão, com diferentes táticas e ações, e utilize todos os eventos do período para o seu propósito. -> Isso foi feito brilhantemente na época em que as pessoas pressionaram os deputados pelo impeachment. É belo e moral.
- A ameaça geralmente é mais aterrorizante que a coisa em si. -> Isso tem a ver com dar alguns “sustos” em seu oponente, para intimidá-lo. Aqui pode haver alguém dizendo “ei, isso é imoral”. Mas vejam esse vídeo, intitulado The Ghost Army, mostrando que o exército aliado usou tanques falsos para enganar Hitler. Se isso não foi “imoral”, então, de novo, temos mais uma regra sem componentes “imorais”.
- A maior premissa para táticas é o desenvolvimento de operações que irão manter uma pressão constante na oposição -> Uma bela dica de como priorizar as ações. Novamente, sem nada de imoral.
- Se você produzir um efeito excessivamente negativo e profundo no oponente isso poderá se voltar contra você. -> Aqui é o seguinte: se você for pressionar e desgastar o oponente, saiba reconhecer os limites. Como alguém pode dizer que esta regra é imoral?
- O preço de um ataque bem sucedido é uma alternativa construtiva. -> Ou seja, se você quer (x), mas às vezes consegue metade de (x), isso pode ser uma vitória a ser comemorada entre seus pares. É só um princípio da negociação humana. Como tudo até aqui, não há nada de imoral nisso.
- Escolha o alvo, congele-o, personalize-o e polarize-o. -> Evite atacar entidades despersonalizadas. As pessoas comuns não entendem isso. Foque em pessoas, e, por tabela, ataque as demais entidades. Ao invés de atacar “o Foro de São Paulo”, foque nos líderes que pertencem à entidade. O PT, ao invés de atacar principalmente “a Câmara”, focou “no Cunha, como o líder de uma tropa”. As pessoas entendem melhor. assim. Nada de imoral aqui. É apenas uma boa prática.
Enfim, com a análise dos princípios
de Horowitz e Alinsky, vimos que todos os 19 princípios não tem nada de
imoral. Quem aplicar os 19 princípios acima de verdade
(internalizando-os em seu subconsciente, e sem viver em negação) estará
no caminho para conseguir adentrar ao jogo político de fato. Não é o
suficiente para alguém se tornar um “ninja”, mas é um bom começo.
Pode-se dizer: “ah, mas e as mentiras
utilizadas pelo oponente?”. Bem, isso não são táticas e métodos, mas
conteúdos embutidos em métodos. Assim como a vontade de matar uma vítima
inocente não é um método, mas o conteúdo para o uso de um método (no
caso, os métodos são a arma e a emboscada). “Armas” e “emboscadas”, que
são os métodos, não possuem nada de imoral per se.
Catastroficamente, uma boa parte da
direita se confunde toda. Toma os métodos como “imorais” e por isso
apanha feito criancinha da esquerda. No Brasil, a extrema-esquerda faz
gato e sapato de muita gente da direita. Mas na verdade os métodos para a
guerra política – que a extrema-esquerda domina – deveriam estar sendo
utilizados pela direita. O que a direita deveria estar combatendo são as
MENTIRAS da extrema-esquerda (e até da esquerda genérica). Mas como se
recusa a assimilar os métodos da guerra política utilizados pela
esquerda, simplesmente essa direita negacionista perde toda a capacidade
de rebater as mentiras do oponente.
A situação está nesse pé: imagine que um
capitão da polícia se recusasse a usar armas e emboscadas apenas porque
os bandidos já as utilizam. E , com isso, permitem que os bandidos usem
as armas e emboscadas não para proteger pessoas, mas para cometer crimes
em larga escala. E aí sua capacidade de proteger os cidadãos do crime
vai para o ralo. Você, acreditando “luta por justiça”, termina
promovendo a injustiça e a barbárie.
Em resumo, com 19 exemplos vistos aqui,
mostramos que a frase “usar as armas do inimigo é se igualar a ele” é
uma das maiores mentiras que alguém de direita pode lhe contar. É ainda
pior que isso: são formas negacionistas através das quais os mentirosos
da extrema-esquerda encontram brechas para produzirem cada vez mais
vítimas. Ao acreditar lutar “pela moralidade na política”, os
negacionistas são os principais patrocinadores da imoralidade, por
criarem injustificáveis colapsos mentais que impedem a única luta
possível contra o barbarismo.
Por que adiar as manifestações para 21/08 é a melhor alternativa?
Isso tudo parece muito interessante, sob
vários aspectos. Dentre eles, sabemos que promover vários eventos no
dia 31 de julho, bem como manter o apoio às manifestações que ocorrerem
nesta data, permitirá que grupos como MBL, Revoltados Online e Nas Ruas
consigam organizar manifestações mais pontuais e centradas.
Mas não foi assim que algumas pessoas
adeptas do direitismo mais purista compreenderam. Dentre esses casos,
cito um exemplo, o de Paulo Eneas, que já participou comigo no passado
do site Crítica Política (do qual fui editor por uns meses):
Ai, ai…
Por onde começar?
- Segundo o Sr. Eneas, as mobilizações “não dependem de calendário do Congresso”. Na verdade, dependem sim. Se ele resolvesse estudar os movimentos da extrema-esquerda, notaria que todas as mobilizações estão alinhadas a eventos políticos, tanto do Executivo, como do Legislativo e até do Judiciário. Desatrelar manifestações destes eventos é uma bobagem tão grande quanto espirrar na farofa. Na verdade, as manifestações devem ser pensadas com esse alinhamento em mente. Talvez por Eneas ter adotado a narrativa da “superação da classe política” (que não foi colocada em prática nem por aqueles defensores desta ideia), ele acredite que viver como se o Congresso não existisse funciona. Por que ele não junta os amigos dele e tentam fazer isso?
- Ele também ataca o fato de os movimentos terem remarcado a data. Usa a ironia: “Quarenta dias após marcar a data vocês ‘descobriram’ que era fim de férias”? Bem, se uma crítica pode ser feita quanto ao agendamento, crítica maior deveria ser feita em relação a não alterar a data. Inflexibilidade é sempre um demérito para executores de táticas. Fica difícil saber do que Eneas reclama. Do agendamento original ou da remarcação? Vago, muito vago…
- Surge a narrativa purista dizendo “vocês são uns liberteens irresponsáveis muito mais preocupados em levar adiante a agenda libertária da esquerda que vocês sempre abraçaram”. É um discurso da idade da pedra lascada, totalmente desapegado aos fatos da política atual. A direita está em processo de amadurecimento e, felizmente, começando a elaborar demandas pragmáticas que atendam a mais de um grupo. Um exemplo é o apoio de muitos liberais ao Escola sem Partido, que se iniciou como uma demanda conservadora. E novas demandas pragmáticas vão surgir. Isso é fruto do amadurecimento político da direita. É algo que não vai parar. O purismo de Eneas não é um bom componente para se fazer uma crítica tática.
- Ele fala algo sobre o impeachment ter sido apenas um pretexto para “levar uma agenda libertária de esquerda” à frente, mas é um discurso sem nexo. Como falado anteriormente, várias agendas estão em discussão – agendas liberais, libertárias e conservadoras – e o processo de impeachment resulta em maior liberdade para discutirmos todas estas agendas. Na realidade, a requisição pelo impeachment surgiu de forma legítima a partir de vários movimentos sociais democráticos. A conquista do impeachment é também a conquista de maior liberdade, e aí cada grupo que ocupe o seu espaço. Eu, como liberal, não me preocupo com o aumento de espaço para as vozes conservadoras. Por que Eneas se incomoda tanto? Aí sim fica parecendo que ele busca um pretexto.
- Argumento “maravilhoso” de Eneas: “vocês são amigos do Reinaldo Azevedo”. Bem, de fato parece que Reinaldo Azevedo tem bastante alinhamento com as táticas e práticas de movimentos como MBL. Da mesma forma que Eneas é aluno do Olavo de Carvalho. E daí? O que importa são as táticas de cada grupo. Patrulhamento ideológico é coisa da extrema-esquerda, que todos devemos repelir. Em tempo: o cancelamento não veio apenas do MBL, como também de outros grupos que incluem até gente que participou de um hangout recentemente com o Sr. Eneas. Ihh….
- Os movimentos não estariam “nem aí, pois as pessoas querem alavancar suas candidaturas para as próximas eleições”. Esse é o famoso argumento “nada a ver”. Uma coisa não tem relação com a outra. Mas o importante é o seguinte: é um mérito que os movimentos democráticos estejam dando espaço para candidatos surgirem nas próximas eleições. É apenas no fascismo que a participação política é rejeitada. Ou em ditaduras. Em democracias, temos que contar com políticos cada vez mais aderentes às nossas ideias. Membros de movimentos sociais deveriam aumentar sua participação na política, entrando em partidos como DEM, PSDB, PMDB, NOVO, PSL e vários outros. Só deveríamos vetar a participação em partidos totalitários como PT, PCdoB, PSOL e PDT, bem como outros aliados a projetos bolivarianos. Em suma, aquilo de que Eneas reclama, muitos deveriam na verdade é se orgulhar. Pergunta ao Sr. Eneas: “O senhor não tem vergonha de ficar contra os membros de movimentos participarem da política?”.
- Por fim, ele diz que os movimentos “subestimam” os milhões que “foram e estão dispostos a ir às ruas”. Mas qual foi a análise feita por Paulo Enéas a respeito da vontade de participação nesta data? De onde eles tirou os dados? Aha… Enfim, como sempre, aqueles menos focados em falar em táticas surgem com demandas tiradas da cartola.
O que podemos avaliar daí é que, com
críticas tão ruins ao cancelamento das manifestações – e note-se que
Paulo Eneas com certeza se posiciona no “top 10” daqueles ligados a
Olavo de Carvalho, e que gostam de meter o bedelho nos movimentos de
rua, mesmo que emitam narrativas contraditórias – adiar foi a melhor
alternativa de todas.
Eneas e outros de seu grupo possuem
bastante dificuldade em compreender contextos táticos. Muitos deles
adotam a frase “vocês tem que fazer (x)”, mas quase sempre ignorando os
momentos políticos pelos quais passamos. Por exemplo, Eneas ignora que a
descida de Dilma ladeira abaixo tirou muito do clima de confronto. O
período de fim de férias até que não seria um grande problema, não fosse
a ausência de um “clima de combate” para o momento. É bem provável que
esse clima retorne com o fim das férias e com a entrada na reta final do
impeachment.
Saul Alinsky ensinava que “a melhor
tática é a que seu grupo aprecia”. O público dos movimentos democráticos
estava clamando por manifestações em outra data. No que foram atendidos
pelos líderes dos movimentos. A data foi alterada porque as pessoas que
participariam dos movimentos prefeririam uma data mais próxima à
votação do impeachment. Fazer tal alteração de cronograma é sinal de
maturidade política e sinal de respeito ao público das manifestações
Globo usa 5 mentiras inacreditáveis para tentar esconder ditadura na Venezuela
O
site da Globo publicou uma matéria inacreditável – feita por Issaac
Mumena, da BBC Africa, Kampala – que serve como um dos maiores
exercícios de sadismo falacioso em nome do totalitarismo em muito tempo.
Intitulado Cinco mitos sobre a crise na Venezuela (e o que acontece de verdade), o texto é uma compilação de falácias na tentativa de negar o que não pode ser negado.
O truque de Mumena é apontar a citação
dos fatos (feitas por adversários da ditadura), chamá-las de mitos a
partir de instâncias da falácia do espantalho (com técnicas de
distorção, generalização apressada e exageros) para esconder a ditadura
de Maduro. Segundo o narrador, “em meio à polarização da sociedade e à
forte politização de relatos da mídia, muito do que está sendo dito é
baseado em impressões exageradas.”
Vamos ao circo da matéria, onde o autor, cinicamente, aponta todos os itens como “mitos” sobre a Venezuela:
1. Os críticos estão dizendo que “na Venezuela há fome”, mas isso não é verdade“Em algumas regiões da Venezuela se passa fome, mas não a maioria da população.”“90% dos venezuelanos disse em 2015 ao levantamento Encovi que está comendo menos e com menor qualidade. De fato, a crise alimentar se aprofundou em 2016; se veem mais filas e são relatados mais casos de subnutrição, com mais pessoas que comem duas ou menos vezes por dia.”“E por mais caros que sejam, os venezuelanos têm frutas e verduras disponíveis em cada esquina. De acordo com a Fundación Bengoa, especialista nesta área, a desnutrição está entre 20% e 25%.”“Especialistas venezuelanos concordam que o que acontece no país não é o mesmo que na Etiópia nos anos 80 ou na Coreia do Norte em 1990. Mas muita gente tem alertado: “estamos à beira da fome.”
O truque aqui é o seguinte: dizer que
“não há fome, pois nem todos passam fome”. O que é o mesmo que dizer que
não aconteceu um Holocausto pelas mãos de Hitler, pois nem todos os
judeus morreram, ou que não ocorre um surto do vírus zika pois nem todas
as pessoas estão doentes. Isso é de uma canalhice sem igual, além de
uma desumanidade ímpar. O sujeito que escreveu a matéria claramente deve
ser um psicopata.
2. Os críticos estão dizendo que “Venezuela é igual a Cuba”, mas não é“Em geral, três elementos permitem argumentar que “a Venezuela se cubanizou”, como alguns dizem: as filas para comprar produtos racionados, a dualidade da economia e da militarização do governo (onde a inteligência e o governo cubano têm influência).”“Mas essa comparação só pode ser feita até aí.”“A Venezuela é um país capitalista onde o setor privado tem certa atividade, apesar das restrições e expropriações do Estado – que adquire cada vez mais controle sobre a economia. Em Cuba, o setor privado é mínimo.”[o autor ainda diz que na Venezuela tem Internet, Netflix, McDonald’s e em Cuba não]
Schopenhauer mapeou um tipo específico
de falácia do espantalho: a ampliação indevida. Nesta artimanha, alguém
exagera a afirmação do oponente, refuta a versão exagerada e finge ter
refutado a versão original. Por isso, a matéria inventa a mentira de que
alguém teria dito que “Venezuela é igual a Cuba”, quando na verdade o
que se diz é que a Venezuela é o país no qual o bolivarianismo mais
avançou na América do Sul e, exatamente por isso, é aquele que mais se
aproxima do horror cubano.
Mas é uma verdade que a Venezuela está se cubanizando rapidamente,
embora não se torne igual a Cuba, pois seria uma burrice. E isso nos
leva à próxima falácia…3. Os críticos afirmam que “a Venezuela é uma ditadura”, mas ela é uma democracia“É um debate acadêmico que leva alguns anos: se na Venezuela há uma “ditadura moderna” ou um “regime híbrido”.”“Mas são poucos os especialistas, no país e no exterior, que falam de uma ditadura tradicional.”“Primeiro, eles dizem, porque há oposição, por mais que não tenha acesso a recursos que o partido governista tem – e apesar das prisões e restrições a que representantes seus tenham sido sujeitados.”“E há eleições, embora tenham removido alguns poderes da Assembleia Nacional – eleita com votos – quando ela passou a ser controlada pela oposição.”“Em segundo lugar, a imprensa independente na Venezuela, apesar dos problemas – falta de papel, pressão do governo e com muitos de seus jornalistas em julgamento ou na prisão – existe.”
A ampliação indevida está de volta, além
de vir acompanhada de uma manipulação semântica clara. Nota-se que o
autor deve ser um especialista em mentir conforme as regras da dialética
erística. Para início de conversa, as ditaduras modernas não são
baseadas no modelo de ditadura tradicional (como em Cuba), mas no modelo
de tirania moderna, abordado muito bem no livro “Escola de Ditadores”,
de William J. Dobson.
O comportamento cínico do autor da
matéria da BBC mostra o motivo pelo qual as tiranias modernas (como a
que ocorre na Venezuela e agora na Turquia) se estabeleceram: são
ditaduras plenas, que simulam um sistema eleitoral vigente e até uma
suposta liberdade de imprensa, mas tudo é fraudado pelo controle de
verbas e meios de mídia pelo governo, pelo aparelhamento do Judiciário e
pela falta de separação entre os poderes. Ou seja, o próprio autor do
texto reconhece que a Venezuela é uma ditadura, mas executa a
manipulação semântica para fingir que “se não é uma ditadura
tradicional, não é ditadura”, quando na verdade os modelos de tirania
moderna, como aquele de Maduro, são muito mais perigosos.
4. Os críticos dizem que “todo mundo odeia Maduro”, mas tem gente que gosta dele“Muitos fora do país perguntam como é possível que Maduro ainda esteja no poder.”“De acordo com várias pesquisas, ele tem entre 20% e 30% de apoio.”“Há venezuelanos que se consideram chavistas, que dizem apoiar Maduro nas pesquisas, mas que, quando falam à imprensa, soltam uma série de insultos contra o presidente.”
De novo uma falácia da ampliação
indevida? Isso mostra que a tática é um padrão dessa gente. Não há
nenhum regime no mundo onde “todo mundo odeie o ditador”. Ao contrário:
em ditaduras, você encontrará parcelas consideráveis de apoio ao
ditador, exatamente em razão da censura. Porém, na Venezuela, onde o
modelo de tirania moderna está implementado, não é tão fácil encontrar
pessoas de joelhos para o ditador tanto como acontece na Coréia do
Norte. Ainda assim, surpreende o alto nível de rejeição a Nicolas
Maduro, mesmo que a imprensa tenha sido controlada. Isto é sinal de que
ele destruiu seu país com muita rapidez, pois, com tanta censura, era de
se esperar que ele fosse mais “adorado”, ainda que de maneira
artificial.
Ou seja, a matéria da Globo (BBC) mentiu mais uma vez.
E para não perder o jeitão da coisa, eles concluem com a quinta mentira:
5. Os críticos dizem que “você não pode sair de casa” (na Venezuela), mas tem gente que sai de casa sim“A criminalidade desenfreada e o medo levou alguns a preferirem assistir a um filme em casa do que ir a um bar à noite.”“Mas ainda há muitos, não só em Caracas, mas em todo o país, que vão a discotecas, bares e restaurantes.”“Paradoxalmente, no lugar onde há mais assassinatos, nos bairros populares, a noite é tão ativa como em qualquer cidade, mas nas áreas de classe média e alta as ruas ficam desertas após as 21h.”“Na Venezuela deve-se ter um perfil discreto, não falar no celular nem mostrar uma câmera na rua. Quanto mais velho for o carro e as roupas que se veste, melhor.”“Ter guarda-costas ou carro blindado às vezes pode ser contraproducente. Apesar disso, os centros das cidades e vilarejos são durante o dia são tão ou mais agitados do que em qualquer outro lugar na América Latina.”
Lá vamos nós de novo com a ampliação
indevida. Não há nenhuma região do mundo onde “ninguém pode sair de
casa”. Até no Iraque você pode sair de casa. Até onde o Estado Islâmico
mais faz vítimas você pode sair de casa. Talvez a Venezuela fosse a
primeira região do mundo onde não poderíamos sair de casa, não é? Mas aí
é que vemos o cinismo do autor. O fato é que Caracas é a capital mais
violenta do mundo e os índices são aterradores. Não adianta inventar a
historinha dizendo que “ah, tem gente que sai de casa sim” que isso não
mudará o fato: a Venezuela se tornou perigosíssima em termos de
segurança pública por causa do bolivarianismo.
Em resumo, quem cair no joguinho da matéria monstruosa, vai acabar achando que:
- Na Venezuela não há fome
- A Venezuela não está se aproximando do sistema cubano
- Que a Venezuela é uma democracia
- Que Maduro tem alta aprovação
- Que a Venezuela é um local seguro para se viver
Na época em que o marqueteiro (hoje
preso) João Santana fazia suas propagandas mentirosas para o partido
bolivariano, dizíamos: “Eu quero morar no Brasil da propaganda do PT”.
Era uma sátira às mentiras ditas por Santana e sua equipe de marketing.
Da mesma forma, eu quero morar na Venezuela da propaganda contida nessa
matéria desonesta da BBC (tanto endossada como publicada pela Globo).
Só um recadinho, pessoal da Globo:
enquanto as pessoas sofrem na Venezuela, vocês estão mentindo para
beneficiar um ditador psicopata. Isso não será esquecido…
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