MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 22 de abril de 2015

No Amapá, famílias de pacientes que aguardam cirurgias recorrem ao MP


Espera por cirurgia no Hcal chegaria a 5 meses, segundo relatos.
Sesa diz que houve atraso nas cirurgias por falta de equipamentos.

Cassio Albuquerque Do G1 AP
HCAL tem 200 leitos, sendo que 15 são destinados a mutirões (Foto: Abinoan Santiago/G1)Pacientes reclamam de falta de leitos no hospital
Alberto Lima (Foto: Abinoan Santiago/G1)
Famílias de pacientes que aguardam cirurgias ortopédicas de média e alta complexidade no Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal) reclamaram da demora para a realização de procedimentos e da falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. As reclamções de um grupo de pacientes foi levada a Promotoria de Saúde do Ministério Publico do Amapá (MP-AP). Segundo eles, a espera por uma cirurgia pode chegar a cinco meses. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), informou que houve atraso nas cirurgias por falta de equipamentos e que os mutirões foram retomados.
O estudante Luan Pacheco disse que a mãe dele aguarda por uma cirurgia na perna desde outubro de 2014 no Hcal. Segundo o estudante, o procedimento foi cancelado por quatro vezes devido a falta de prótese.

"Desde o dia 30 de outubro foi feito o pedido cirúrgico dela, mas todas as vezes que não puderam ser feitas foi por esse problema. É uma situação lamentável", declarou.
Luan diz que a mãe aguarda cirurgia desde outubro de 2014 (Foto: Reprodução/TV Amapá)Luan diz que a mãe aguarda cirurgia desde outubro
de 2014 (Foto: Reprodução/TV Amapá)
A dona de casa Jacilene Sampaio diz que passa pela mesma situação. A mãe dela tem osteoporose e aguarda há três meses por uma cirurgia, que segundo ela, depende de uma prótese especial que está em falta na rede pública.
"Tem que ser comprado de fora a peça porque aqui não tem. As que têm lá [no Hcal] não servem por causa da doença da minha mãe. Ela espera há três meses desde quando ela deu entrada no pronto-socorro [Hospital de Emergências]", reclamou.
Ana Rita Correa também conta que a mãe aguarda por uma cirurgia ortopédica e que o procedimento ainda não foi realizado por falta de leitos na Unidade de Terapia Intensiva e porque há falhas na esterilização nos equipamentos utilizados nas cirurgias.
"A autoclave está quebrada há mais de dois meses e os equipamentos estão sendo esterilizados no PAI [Pronto Atendimento Infantil], ele vai e volta de maca. E o que acontece é que a atendente informou que o material já pode entrar contaminado no centro cirúrgico e todos os pacientes operados correm risco de vida", contou.
André Araújo, promotor da Defesa da Saúde (Foto: John Pacheco/G1)André Araújo, promotor da Defesa da Saúde
(Foto: John Pacheco/G1)
O promotor de Saúde, André Lima, informou que o MP entrou com uma ação judicial no dia 9 de abril para obrigar o estado a reativar cinco vagas na UTI do Hcal. Atualmente, apenas seis leitos estão funcionando. A ação é resultado de uma vistoria que a instituição realizou na unidade.
"Só essa semana nós ingressamos com uma ação para tentar beneficiar 20 pessoas que precisam de cirurgia. A gente consegue atender essas pessoas, mas a gente acaba  tendo que fazer um esforço com o judiciário para tentar chegar a uma solução. O ideal seria que a estrutura dos hospitais fosse melhor para evitar essas situações", reforçou.

Em entrevista a Rede Amazônica no Amapá, o titular da Sesa, Pedro Leite, admitiu a situação e justificou que a demanda de pacientes acumulou porque as cirurgias nos hospitais foram suspensas no fim de 2014 por falta de equipamentos.
Pedro Leite, promotor de defesa da educação (Foto: John Pacheco/G1)Pedro Leite, titular da Secretaria de Estado da
Saúde (Foto: John Pacheco/G1)
"Não havia placas, próteses para a cirurgia. Nos três primeiros meses com a emergência em saúde fizemos 767 cirurgias ortopédicas e 1.904 não ortopédicas. É uma média de 22 cirurgias por dia nas unidades, mas o nosso espaço físico não é suficiente para fazer tudo de uma vez", esclareceu.
O secretário informou também que o aumento no número de leitos na UTI do Hcal só poderá ocorrer a partir da ampliação do prédio. Segundo ele, as obras estavam paralisadas desde o fim de 2014 por falta de verbas, vindas do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
"O estado se tornou inadimplente em dezembro de 2014 e por isso ficou sem receber esse recurso. Conseguimos algumas liminares no Supremo Tribunal Federal para que o BNDES libere a verba e as obras voltem a sua força total", concluiu.

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