Limpeza de linha de produção foi iniciada por estoque estar reduzido.
Um funcionário teria acionado o envase após isso, embalando a substância.
A falha foi detectada no processo de envase do Alimento de Soja sabor Maçã – marca AdeS – Lote AGB 25 envasado no equipamento TBA3G no dia 25 de fevereiro de 2013 com validade até 22 de dezembro de 2013. O estoque do tanque que alimentava a linha de envase estava reduzido, o que caracterizaria final de processo e que a linha estaria pronta para o processo automático de limpeza. No entanto, o equipamento foi acionado novamente para o processo de envase. Dessa forma, houve o envase da substância no lugar do suco.
A empresa não percebeu o desvio e o produto, embalagem de 1,5 litros do suco de maçã da Ades, foi distribuído ao mercado. Segundo assessoria de imprensa da Unilever, houve falha humana e dos equipamentos da linha de produção. A máquina acionou o sistema de limpeza com o estoque reduzido, e um funcionário teria iniciado o sistema para envase novamente.
“Todas essas medidas informadas pela empresa não eximem as responsabilidades dela e de seus representantes legais. Ela tem responsabilidades previstas tanto no Código de Defesa do Consumidor, como na Norma de Vigilância Sanitária”, afirmou Amaury Oliva, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça.
Segundo assessoria de imprensa da Anvisa, o laudo da Vigilância Sanitária Estadual ainda será analisado pelos técnicos da instituição, para que sejam definidas as penalidades. A assessoria disse ainda que, em relação aos consumidores, corre um processo pela Secretaria Nacional do Consumidor. A multa da secretaria pode chegar a R$ 6,2 milhões. A empresa também pode ser multada pela Anvisa em até R$ 1,5 milhão.
A Vigilância Sanitária determinou ainda que a linha de produção ficará paralisada até que seja comprovado o cumprimento das seguintes determinações:
- Revisão completa de todos os equipamentos, sensores, software do processo AdeS;
- Alteração do Plano Amostral – aumento do número de amostras coletadas durante o processo de envase;
- Alteração do Período de Retenção dos produtos acabados antes da liberação ao mercado;
- Revisão e implementação de procedimento de liberação da produção após o sistema de higienização – CIP – realizado pelos operadores, coordenadores com registro formalizado e assinado;
- Introdução de dossiê diário de liberação de qualidade – liberação formal com assinatura dos gerentes.
Recall do suco de maçã Ades
Na segunda-feira (18), dois funcionários da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal estiveram na fábrica da empresa Unilever, em Pouso Alegre (MG), para fiscalizar uma linha de produção de sucos com soja da Ades. As informações apuradas pelos profissionais da vigilância sanitária serviram de base para elaboração do laudo da contaminação e possíveis penalidades à empresa.
Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira suspendeu a fabricação, distribuição, venda e consumo de todos os lotes dos produtos com soja da marca Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos de uma das linhas de produção da cidade.
(Foto: Airton Sinto/Arquivo Pessoal)
"Nestas unidades, foi identificada uma alteração no seu conteúdo decorrente de uma falha no processo de higienização, que resultou no envase de embalagens com solução de limpeza da máquina. O consumo do produto nessas condições pode causar queimadura", afirmou a Unilever, em comunicado.
Ainda segundo a empresa, a causa do problema foi identificada e todas as medidas para correção foram tomadas pela Unilever. A empresa cumpriu todas as determinações da Anvisa publicadas na segunda-feira, incluindo a retirada do mercado de todas as unidades produzidas na linha onde foi detectada a contaminação.
Ades (Foto: Divulgação)
14 consumidores relataram problemas
Segundo a Unilever, até a manhã da sexta-feira (15), 14 consumidores tinham entrado em contato com a empresa para relatar problemas com o produto. "Dos 14 atendimentos já realizados pelo SAC, 12 já receberam atenção médica adequada e estão sendo acompanhados, e dois não aceitaram", informou a Unilever.
Segundo a empresa, os clientes atendidos relataram queimaduras na mucosa, enjoo e náusea. Ainda segundo a Unilever, todos já receberam atendimento médico, sem necessidade de internação.
Em Ribeirão Preto (SP), um adolescente de 17 anos queimou a boca ao consumir um suco de maçã da Ades, segundo uma das advogadas de sua família, Renata Moreira da Costa. Ela alega que o jovem chegou a colocar a bebida na boca e a cuspiu antes de engolir, logo que sentiu ardência na mucosa na noite de 7 de março, uma semana antes de a Unilever Brasil – fabricante responsável – anunciar o recall de um lote de embalagens de 1,5 litro que teria suco misturado com produto de limpeza.
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