
Um
estudo liderado pelo pesquisador Fabrício Souza Ribeiro, com coautoria
de Valdirene Ramos da Silva, Jhonata Jankowitsch e Robson Antonio
Tavares Costa, acaba de colocar em xeque uma das maiores certezas do
mundo corporativo: a de que o dinheiro é o principal motivador no
ambiente de trabalho. A pesquisa, publicada na International Journal of Professional Business Review,
conclui que fatores como suporte emocional, reconhecimento e
organização do espaço têm mais peso na felicidade dos colaboradores do
que o salário.
O
estudo foi realizado com 72 funcionários de um cartório em Goiás e
utilizou análise estatística baseada em correlação de Pearson. Entre os
achados mais curiosos, está a forte correlação entre altos níveis de
estresse e melhorias no ambiente de trabalho. Aparentemente paradoxal, o
dado aponta que o estresse pode funcionar como um alerta para ajustes
organizacionais que beneficiem todos.
Já
a correlação entre suporte organizacional e saúde mental foi
significativa (r = 0,71), reforçando o peso de políticas internas de
bem-estar — como apoio psicológico, canais abertos de comunicação e
valorização humana — na construção de um ambiente mais saudável e
produtivo.
"É
interessante ver como a meritocracia, quando bem aplicada, impacta
positivamente na motivação", comenta Ribeiro. O estudo identificou uma
forte correlação entre reconhecimento por mérito e satisfação no
trabalho (r = 0,75). Mas alerta: sem equilíbrio, esses critérios podem
gerar competição tóxica e clima pesado.
Outro
ponto que chama a atenção é a ausência de relação entre produtividade e
melhorias no ambiente físico de trabalho (r = 0,00). Isso sugere que a
motivação para produzir vai muito além de um bom mobiliário ou café de
qualidade — e toca em questões subjetivas, como propósito, engajamento e
liderança empática.
O
estudo também explora teorias como o modelo PERMA, de Martin Seligman,
que associa bem-estar a cinco pilares: emoções positivas, engajamento,
relacionamentos, sentido e realização. No campo prático, os
pesquisadores recomendam a implantação de programas contínuos de
avaliação interna, com foco na escuta ativa e na saúde mental dos
colaboradores.
Publicado
em janeiro de 2025, o trabalho aponta ainda que a felicidade no
trabalho deixou de ser um “plus” e passou a ser uma questão estratégica
de sobrevivência e inovação no mercado corporativo. Em tempos de alta
rotatividade e burnout generalizado, entender o que realmente motiva as
pessoas pode ser o diferencial entre uma empresa que cresce e outra que
afunda.
A pesquisa foi feita na Logos University Int dos Estados Unidos.
Felicidade no trabalho não é luxo — é estratégia
Por que investir no bem-estar dos colaboradores é questão de sobrevivência para as empresas do século 21
A
felicidade no trabalho, por muito tempo vista como um bônus, hoje se
consolida como um dos pilares mais estratégicos da gestão moderna. E não
se trata de uma moda passageira — é ciência. O conceito, que ganhou
corpo nas últimas décadas, vem sendo cada vez mais amparado por
evidências de que colaboradores felizes são também mais produtivos,
criativos e leais.

Com
a pandemia da Covid-19 e o boom do trabalho remoto, empresas tiveram
que acelerar transformações profundas. Equilíbrio entre vida pessoal e
profissional, saúde mental e propósito passaram a integrar a lista de
prioridades de profissionais dos mais variados setores. De acordo com
estudos recentes, como o de Carreno et al. (2021), a felicidade madura —
baseada em equilíbrio interno e propósito — é um antídoto eficaz contra
o estresse e a ansiedade.
No
Brasil, iniciativas como as da empresa GPTW (Great Place to Work) vêm
reforçando a ideia de que ambientes saudáveis atraem e retêm talentos. E
não se trata apenas de salário: segundo o estudo de Fabrício Ribeiro, o
reconhecimento e a cultura organizacional têm impacto direto na
satisfação dos profissionais.
A
lógica é simples: colaboradores que se sentem valorizados e respeitados
tendem a colaborar mais, inovar mais e ficar mais tempo nas empresas.
Isso reduz custos com turnover, aumenta o engajamento e impulsiona
resultados financeiros a longo prazo.
Modelos
como o PERMA, mencionados na pesquisa, mostram que bem-estar é uma
equação multifatorial — e que precisa considerar desde as relações
interpessoais até a realização pessoal. Um ambiente tóxico, por outro
lado, mina qualquer tentativa de crescimento sustentável.
Lideranças
inspiradoras, clima de trabalho positivo e políticas claras de
valorização pessoal são ingredientes indispensáveis. Empresas que
ignoram essa realidade correm o risco de perder os melhores talentos
para concorrentes que compreenderam, antes, que a felicidade no trabalho
não é um detalhe — é o caminho para o sucesso.
....
Título da pesquisa: FELICIDADE CORPORATIVA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR NO AMBIENTE DE TRABALHO
Publicação: International Journal of Profess. Bus. Review. |Miami, v. 10 | n. 1| p. 01-44 | e05307 | 2025.
Data: 31/12/2024
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