MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 23 de setembro de 2020

No Dia Nacional do Rádio, Centro de Memória Bunge relembra primeira transmissão do Brasil

 


Em 1922, uma estação instalada no Rio de Janeiro, então capital do País, foi espelhada para 80 receptores em comemoração do centenário da Independência

À esquerda, modelo de rádio da década de 1930 preservado pelo Centro de Memória Bunge. À direita, um dos discos recuperados pelo Centro de Memória, com áudios de 1956 (crédito: Acervo do Centro de Memória Bunge)

São Paulo, 23 de setembro de 2020 – O Dia Nacional da Rádio, comemorado em 25 de setembro, homenageia o nascimento de Roquete Pinto. Considerado o Pai da Rádio Brasileira por fundar a primeira rádio no País, o carioca enxergou no rádio uma ferramenta para melhorar a Educação. Para celebrar a data, o Centro de Memória Bunge relembra a história do primeiro veículo de comunicação de massa.

Formado em medicina, Roquete convenceu a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos necessários para fundar a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1922 e, em 7 de setembro do mesmo ano, foi ao ar a primeira transmissão de rádio em comemoração ao centenário da Independência do Brasil. A estação foi instalada no Rio de Janeiro para a veiculação de músicas e discurso do presidente Epitácio Pessoa, transmitida para 80 receptores espalhados pela então capital do País.

Em 1924, foram fundadas as emissoras Rádio Clube do Brasil e Educadora Paulista, seguidas de outras instalações na Bahia, Pará e Pernambuco. Até o final dos anos 1920, o rádio era um meio de comunicação experimental até que, em 1932, o presidente Getúlio Vargas assinou um decreto que autorizava as emissoras a terem 10% de sua programação dedicada à publicidade. A mudança expandiu o sistema de radiodifusão no País, dando início a era do rádio comercial.

O Brasil passava por um crescimento da economia nacional e era visto como um mercado promissor pelos estrangeiros. As indústrias elétrica e fonográfica auxiliaram a expansão radiofônica, marcando o período como a Era do Rádio. Neste período, o País assistiu ao surgimento de grandes ídolos do rádio, como Dolores Duran, Dircinha Batista, Elizeth Cardoso e Linda Batista, quatro das principais cantoras e compositoras de MPB entre as décadas de 1930 e 1960, consideradas as “Rainhas do Rádio”, além de Cauby Peixoto e Mário Lago, entre outros.

No acervo do Centro de Memória Bunge, que conta com mais de 1,5 milhão de itens preservados, é possível recuperar áudios das Rainhas do Rádio daquele período. As cantoras participam de diversas campanhas publicitárias para o rádio, incluindo de marcas de margarina e óleo vegetal produzidas pela Bunge na época. O acervo também preserva uma marchinha de carnaval criada para vender sabão, composta por Miguel Gustavo, famoso compositor de jingles da década de 1950 e autor do hino “Pra Frente Brasil”, criado para homenagear a seleção brasileira de futebol durante a Copa do Mundo de 1970, no México.

No fim da década de 1950, o rádio entrou em declínio devido à concorrência com a televisão, mas nunca deixou de fazer parte da vida do brasileiro. Atualmente, há mais de 9 mil emissoras radiofônicas operando no território nacional, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão (Abert).

Uma parte da história nacional do Rádio, bem como documentos textuais, iconográficos, tridimensionais e audiovisuais podem ser encontrados no Acervo do Centro de Memória Bunge, criado em 1994. Todo acervo está disponível para consulta e visitação, após o fim do isolamento, mediante agendamento.

 

 

Sobre o Centro de Memória Bunge

O Centro de Memória Bunge foi criado em 1994 e desde então é um dos projetos da Fundação Bunge. Referência na área de preservação da memória empresarial, o local tem como objetivo a guarda e preservação de documentação histórica, a disseminação do conhecimento e a utilização de seu acervo como um instrumento estratégico de gestão. Para facilitar o acesso ao público e compartilhar com a sociedade o aprendizado construído, conta com atividades gratuitas como Atendimento a Pesquisas, Exposições Temáticas, Visitas Técnicas e Benchmarking. Além disso, promove as Jornadas Culturais, série de palestras e oficinas gratuitas com objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação de acervos históricos e patrimoniais.

 

Sobre a Fundação Bunge

A Fundação Bunge, entidade social da Bunge no Brasil, há 65 anos atua em diferentes frentes com o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial (Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes (Prêmio Fundação Bunge).

 

 

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À esquerda, modelo de rádio da década de 1930 preservado pelo Centro de Memória Bunge. À direita, um dos discos recuperados pelo Centro de Memória, com áudios de 1956
À esquerda, modelo de rádio da década de 1930 preservado pelo Centro de Memória Bunge. À direita, um dos discos recuperados pelo Centro de Memória, com áudios de 1956
(Crédito: Acervo do Centro de Memória Bunge)
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