MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 30 de abril de 2018

IMPEACHMENT OU CASSAÇAO DE MANDATOS POR PARLAMENTARES É PIADA



Há um forte desequilíbrio entre o grande número de infrações cometidas por agentes dos  Três Poderes ,que por suas características poderiam dar margem a IMPEACHMENT(impedimento) ,ou CASSAÇÃO DE MANDATO, frente  à pequena quantidade de processos dessa naturezaefetivamente  instaurados, processados e julgados. Resumidamente: são muitas as infrações ou crimes cometidos na esfera pública e pouca  gente sendo processada ou condenada.
É evidente que os principais “réus” desses processos de impeachment ou cassação de mandato coincidem muitas vezes  comos autores  ou protagonistas das leis que tratam de tais matérias. E nessas leis os crimes, as infrações e as respectivas penas impostas estão devidamente  previstas,como não poderia deixar de ser.
Mas ditos  parlamentares  para “bobos” não servem. São muito espertos.  Bem sabem  que “lá na frente” poderão ser eles  as próprias “vítimas” (deles mesmos) ,os processados e sentados no banco dos réus ,respondendo por impeachment ou cassação de mandato. Então seria uma espécie de “suicídio político” se aprovassem  leis tão duras  eventualmente em relação a eles mesmos, no futuro, se fosse o caso.
Portanto - devem “eles” pensar assim -  essas leis pretensamente “moralizadoras” da atividade pública têm que  ser aprovadas e demagogicamente divulgadas ao máximo. Porém, por  mera “precaução” , mais a  título de um “faz-de-conta[M1] ”,do que de medidas  efetivas para combater a corrupção e os demais malfeitos na atividade pública. “Mil” obstáculos devem ser colocados na frente para que  “não sejamos” impichados ou cassados.
O detalhe importante que deve ser ressaltado é que em relação ao impeachment a competência privativa  para julgá-los  sempre será  de uma das Casas Legislativas, Federal , Estadual,ou Municipal, ou seja,exclusivamente pelos políticos-parlamentares. Os julgamentos serão políticos,não jurídicos,além do que  nem todos os parlamentares  julgadores possuem formação jurídica.
Portanto o impeachment,que se refere exclusivamente a CRIMES DE RESPONSABILIDADE,previstos em lei, é um processo  muito mais político que jurídico.
O que verdadeiramente vale no julgamento de qualquer impeachment é o grau de “prestígio” ou poder de influência pessoal ou partidária que o processado possui junto aos parlamentares  que o julgarão. Nem importa o que ele fez ou deixou de fazer. Nem a gravidade do crime.
Em  relação ao impeachment, as leis respectivas têm  mais um “faz-de-conta-democrático” embutido. Qualquer cidadão ,na plenitude de  gozo dos seus  direitos políticos,poderá requerera  instauração de impedimento  junto ao Poder Legislativo. Mas para queessa petição não seja descartada, arquivada “de plano”, ou jogada ao lixo “de cara”, necessário será que o pleito tenha num primeiro momento boa receptividade na Presidência da respectiva Casa Legislativa, e  também a “probabilidade”,ou algum interesse  maior  de fazer prosperar o impeachment. Trocando em miúdos: o impeachment somente tramita e prospera quando se apresenta  provável, por  diversas razões, o julgamento pela sua procedência. Os políticos não gostam de se expor ou de se queimar “de graça”. Por isso são  raros os impeachments regularmente processados e julgados improcedentes.
Quanto à CASSAÇÃO DE MANDATO, inclusive aquela  relativa à  IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ,que é a pena imposta a detentores de mandato eletivo incursos em infrações  previstas na legislação específica, essa também pode se dar no âmbito dos respectivos  parlamentos ,ou na Justiça, conforme a hipótese.
Mas o problema não para por aí. Além do “faz-de-conta” do impeachment e da cassação de mandato, outro tipo de “punição” (fajuta) ocorre na coisa pública, inclusive na Justiça. Com certa frequência observa-se o “trabalhador público” ser “cassado”, por corrupção ,exclusivamente no seu dever/obrigação de TRABALHAR. Mas mesmo assim, nessa “aposentadoria forçada” ,o sujeito mantém intacto o seu DIREITO à remuneração integral  pelo restante da vida. Isso seria punição? Ou  um prêmio à  corrupção?
Pelo exposto, a única conclusão a que se pode chegar no momento é a absoluta temeridade em deixar nas mãos dos políticos (parlamentares)  os maiores poderes para julgar os ilícitos mais graves dos  próprios políticos, “colegas” seus, e outras autoridades, poderes esses  que suplantam mesmo   os de competência do próprio Poder Judiciário que  - excetuado em relação ao “decadente” Supremo Tribunal Federal  (pela sua má composição) -   ainda é depositário da confiança e esperançada sociedade por Justiça.
Tudo considerado e ponderado, os únicos impeachments e cassações de mandatos que   efetivamente  funcionaram e deram bons resultados no Brasil até hoje foram aqueles oriundos das medidas excepcionais decretadas pelo  Regime Militar instaurado no Brasil a partir de 31 de março de 1964,onde os políticos não tiveram vez. Nem voz.
É desse tipo de impeachment e cassação de mandato que o Brasil precisa hoje. Sem políticos.
Sérgio Aves de Oliveira
Advogado e Sociólogo

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